Introdução: Estudos têm demonstrado a ocorrência de piores desfechos em pacientes fumantes infectados pelo SARS-CoV-2 quando comparados aos não fumantes. O objetivo do presente estudo foi oferecer, de forma remota, atendimento e auxílio à cessação do tabagismo aos pacientes frente à pandemia da COVID-19. Métodos: Realizadas ligações telefônicas para 88 pacientes inscritos na lista de espera do Programa de tratamento do tabagismo do Hospital Universitário Antônio Pedro. Elaborado roteiro de entrevista telefônica contendo dados sociodemográficos, história tabágica, teste de Fagerstrom, interesse e possibilidade de participação em sessões de grupos online. Elaborada e disponibilizada aos pacientes uma cartilha contendo orientações para cessação do tabagismo. Foram selecionados pacientes que tinham possibilidade de participar de grupos online. Para avaliar o sucesso terapêutico, os pacientes deveriam participar de pelo menos quatro das seis sessões de terapia cognitivo-comportamental, de forma remota, realizadas nas plataformas Zoom Meeting e Google Meet. Os participantes que pararam de fumar durante ou ao término das sessões de grupo foram considerados de sucesso imediato. Resultados: O estudo incluiu 56 pacientes, sendo 42 do sexo feminino, com média de idade de 58 anos, carga tabágica média 46 maços/ano. A maioria possuía grau elevado de dependência à nicotina. Dos 56 pacientes, 49 (87,5%) manifestaram interesse de receber a cartilha enquanto aguardavam na fila de espera, 52 (92,8%) tinham conhecimento que o tabagismo é fator de risco e agravamento da COVID-19, 44 (78,6%) relataram interesse e condições de participar remotamente das sessões online, sendo que, destes, dezesseis foram inicialmente convidados para compor o primeiro grupo on-line. Dos doze pacientes que completaram no mínimo quatro sessões, oito pararam de fumar. Conclusão: É imprescindível oferecer apoio e tratamento aos pacientes tabagistas durante a pandemia da COVID-19, uma vez que eles fazem parte do grupo de risco. O acesso remoto vem ao encontro da necessidade do momento, já que esses pacientes devem evitar aglomerações e espaços públicos coletivos.