PURPOSE: To evaluate histologically the integration process of cellulose gel produced by Zoogloea sp when implanted into rabbits' eviscerated eyes. METHODS: This experimental study employed 36 eyes of 18 rabbits subjected to evisceration of their right eyes. The sclerocorneal bag was sutured and filled with biopolymer from sugar cane in the gel state. All animals were clinically examined by biomicroscopy until the day of their sacrifice which occurred on the 7th, 30th, 60th, 90th, 120th, or 240th day. The eyeballs obtained, including the left eyes considered controls were sent for histopathological study by optical macroscopy and microscopy. Tissue staining techniques used included hematoxylin-eosin, Masson trichrome (with aniline), Gomori trichrome, Van Gienson, Picrosirius red, and periodic acid-Schiff (PAS). RESULTS: No clinical signs of infection, allergy, toxicity, or extrusion were observed throughout the experiment. The corneas were relatively preserved. Macroscopic examination revealed a decrease of ~ 8% in the volume of the bulbs implanted with the biopolymer. After cutting, the sclerocorneal bag was solid, compact, elastic, and resistant to traction, with a smooth and whitish surface, and showed no signs of necrosis or liquefaction. The episcleral tissues were somewhat hypertrophied. The histological preparations studied in different colors revealed an initial lymphoplasmacytic infiltration, replaced by a fibroblastic response and proliferation of histiocytes, along with formation of giant cells. Few polymorphonuclearneutrophils and eosinophils were also found. Neovascularization and collagen deposition were present in all animals starting from day 30; although on the 240th day of the experiment the chronic inflammatory response, neovascularization and collagen deposition had not yet reached the center of the implant. CONCLUSION: In this model, the cellulose gel produced by Zoogloea sp proved to be biocompatible and integrated into the orbits. Morphometric, immunohistochemical and biodegradability studies should be performed in the future. OBJETIVOS: Avaliar histologicamente o processo de integração do gel da celulose produzida pela Zoogloe asp implantado em olhos eviscerados de coelhos. MÉTODOS: Estudo experimental utilizando 36 olhos de 18 coelhos. Todos eles tiveram seus olhos direitos eviscerados. A bolsa escleral foi suturada e preenchida com biopolimero da cana de açúcar, no estado gel. Todos os animais foram examinados clinicamente, sob biomicroscopia, até o dia de seus sacrifícios e enucleações que aconteceram no 7º, 30º, 60º,90º,120º e 240º dia. Os bulbos obtidos, inclusive os esquerdos, considerados controles, foram encaminhados para estudo histopatológicos de macroscopia e microscopia óptica. As colorações pela hematoxilina-eosina, tricômio de Masson (com anilina), tricômio de Gomori, Van Gienson e Picrosirius red e ácido periódico de Schiff (PAS) foram usadas. RESULTADOS: Durante o experimento não foram observados sinais clínicos de infecção, alergias, intoxicação ou extrusão. As córneas apresentavam-se relativamente preservadas. Exame macroscópico revelou uma diminuição de aproximadamente 8% no volume dos bulbos nos quais o biopolímero foi implantado. O corte do saco escleral mostrou um conteúdo sólido, compacto, elástico, resistente à tração, com superfície lisa e brancacenta. Não foram observados sinais de necrose, ou liquefação. O tecido epiescleral estava algo hipertrofiado. As preparações histológicas estudadas, nas diversas colorações, revelaram uma infiltração linfomonomorfonuclear inicial, substituída posteriormente por uma resposta fibroblástica e proliferação de histiócitos com formação de células multinucleadas gigantes. Foram também encontrados poucos polimorfonucleares neutrófilos e eosinófilos. A partir do 30º dia houve proliferação vascular e deposição de calágeno em todos os espécimes estudados, embora, no 240º dia do experimento, a resposta inflamatória crônica, a neovascularização e a deposição do colágeno não tinham ainda atingido o centro do implante. CONCLUSÃO: Neste modelo, o gel da celulose produzido pela Zoogloea sp, mostrou-se biocompatível e integrado às órbitas. Estudos morfométrico, imuno-histoquímico e de biodegradabilidade devem ser realizados futuramente.