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Resultam, de uma mesma retórica, diferentes modos de ver e compreender o mundo e, consequentemente, diferentes modos de medir os lugares em que as nossas casas se enraizam. No modo de fazer arquitetura que se apoia na compreensão primeira de um lugar, procurando a geometria que nele é possível traçar, reconhece-se um processo que transporta consigo uma carga sensível, por ter tanto de subjetivo quanto de objetivo. Reconhecer essa subjetividade pressupõe reconhecer o papel do autor no ato de projetar, mas também a pluralidade de valores que um lugar encerra e, por isso, as múltiplas leituras e narrativas que deste podem decorrer. O Labirinto do Tempo: viagem à obra de Paulo David propõe o estudo da obra do arquiteto madeirense, do seu discurso e narrativas, e produção teórico-prática, numa tentativa de aproximação ao que será o seu projeto de arquitetura. Questionam-se os significados das suas intervenções, maioritariamente assentes num contexto insular - a ilha da Madeira - contexto que lhe é próximo e onde opera, reconhecendo, porém, a importância de sair da ilha para a compreender melhor. Maquetas, desenhos, fotografias e livros enchem o atelier do arquiteto Paulo David, no Funchal. Num primeiro momento de enquadramento biográfico do autor e de reflexão sobre a viagem ao seu lugar, propomos dissertar sobre aprender o caminho de regresso e sobre a experiência de viver numa ilha. Do atelier que conta com mais de vinte anos de atividade, uma reduzida percentagem de projetos foi construída, a par com inúmeros projetos que não chegaram a sair do papel, mantendo-se anónimos e não publicados. Por um lado, reconhece-se a oportunidade de documentar e contribuir para o reconhecimento da obra de Paulo David; por outro, a investigação não se pretende monográfica, mas sim espaço de reflexão, motivo pelo qual se reflete, num segundo momento, sobre os significados de lugar, matéria, forma e cidade, através da análise de quatro casos em estudo: o Centro de Artes Casa das Mudas, a Casa na Herdade do Barrocal, o Armazém do Mercado e o Gabinete da Cidade. Por último, propomos refletir sobre a dimensão diacrónica na obra de Paulo David. Stemming from the same thought, different ways of seeing and acknowledging the world are possible, as there are different ways of measuring the places that embed our homes. The way of making architecture that takes into account this first acknowledgment of a place, searching for the hidden geometry of the site, can be recognized as a process that carries with it a sensibility, as subjective and as objective as it can be. Recognizing this subjectivity presupposes recognizing the role of the author as he designs, but also the plurality of values that a place encloses and, thus, the multiple readings and narratives that can be drawn from it. The Labyrinth of Time: journey to the work of Paulo David intends to deepen the Madeiran architect's work, his discourse and narratives, as well as his theoretical and practical production, in an attempt to approach what might be his architectural project. The main goal is to question the meanings behind his interventions, mainly built in an insular context - the Madeira's island - the context where Paulo David works, recognizing, even though, the importance of leaving the island in an attempt to better comprehend it. Models, drawings, photographs and books fill Paulo David's atelier, in Funchal. In a first moment of biographical framing of the author and ponder on the journey to his place, we propose to reflect on learn the way back, as well as the experience of live in an island. Of the more than twenty years old practice, a small number of projects were built, along with numerous other projects that never saw the light of day, and which remains anonymous and unpublished. On one hand, we recognize the opportunity to document and contribute to the recognition of Paulo David's work; on the other, the main goal is not to do a monographic document, but rather to create a space for reflection, which is why we propose to debate, on a second moment, on the meanings of place, matter, form and city, through the analysis of four case studies: Casa das Mudas Arts Centre, House in Herdade do Barrocal, Armazém do Mercado and Gabinete da Cidade. At last, we cogitate on the diachronic nature of Paulo David's work.