O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) e o Programa Residência Pedagógica (PRP) são programas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES que contribuem para a formação inicial, nos cursos de licenciatura, e continuada de professores, melhorando a qualidade da educação básica pública brasileira. O PIBID insere no cotidiano das escolas públicas de educação básica os discentes da primeira metade dos cursos, chamados de pibidianos, que atuam em conjunto com os coordenadores de área e os professores supervisores. Já os residentes, são os licenciandos que se encontram cursando, no mínimo, cinquenta por cento do curso ou que se encontram a partir do quinto período, e desenvolvem suas atividades com os docentes orientadores e preceptores. Por meio dos dois programas, pibidianos e residentes têm a oportunidade de desenvolver atividades que permitem aos licenciandos adentrar nos diversos espaços da escola de Educação Básica; conhecer as relações existentes na sala de aula e na comunidade a qual pertence a escola; realizar projetos variados; experienciar a aprendizagem da docência e a formação na e para a pesquisa. A prática da pesquisa no processo de formação docente pode incentivar o licenciando a assumir uma atitude reflexiva, crítica e investigativa, bem como a produzir saberes oriundos de suas práticas, vivências e sobre o universo que envolve as questões ligadas ao ensino e a educação. Apesar de todas as dificuldades impostas pela pandemia de Covid-19 à educação brasileira, essa produção de conhecimentos não parou. Na realidade se intensificou diante de tantas mudanças, dificuldades, desafios, dúvidas, dores e aprendizagens. E foi essa produção que proporcionou o pensar e o lançar, pela Diversitas Journal, a proposta da criação de um dossiê centrado no PIBID e PRP e suas vivências, reflexões e investigações sobre a educação e sobre o ser professor durante o isolamento social e o Ensino Remoto Emergencial (ERE). O que era a proposta de realização de uma única edição do dossiê, se transformou em 3 (três), surpreendendo os organizadores. Atendendo ao chamado da Diversitas Journal, foram submetidos 80 (oitenta) trabalhos e destes 62 (sessenta e dois) foram aprovados e publicados. Foi a adesão ao chamamento da Diversitas Journal que chegamos ao terceiro e último número do Dossiê: Relatos de Experiência no Âmbito do PIBID e do PRP, as duas primeiras edições, publicadas em maio e junho deste ano, registraram uma trajetória de muitos fazeres e saberes inspiradores. Os produtos gerados a partir dos Programas PIBID e PRP, durante o cenário pandêmico, são recortes representativos do que se fez no âmbito das escolas públicas brasileiras, mesmo quando os enfrentamentos foram multifocais. A Universidade, a partir dos Programas, realizou uma imersão no piso da Escola Virtual junto à comunidade da Educação Básica. Os diferentes trabalhos sinalizaram algumas saídas para reduzir os impactos de uma crise sanitária que expôs ainda mais o hiato existente entre acessibilidade tecnológica e educação pública. O conjunto de trabalhos que constitui o presente Dossiê fomenta o diálogo sobre diferentes temas e inquietações dos autores ao pensar e problematizar as experiências docentes no período trans pandêmico. A segunda edição do nosso dossiê publicado em Julho, reafirmou a relevância do PIBID e da Residência Pedagógica através de uma diversidade de ações e estudos reflexivos no campo do ensino, aprendizagem e exercício da docência. O número atual compõe-se de 24 trabalhos que fecham essa edição, sendo: 12 deles no âmbito do PIBID e os outros 12, no PRP. Assim, no que diz respeito aos trabalhos do primeiro conjunto deste terceiro volume, houve uma diversidade de temas tratados: o uso de ferramentas tecnológicas para o ensino (SILVA et al., 2022); experiências com dança, cultura corporal e música nas escolas (SANTOS JÚNIOR et al., 2022; ALBUQUERQUE et al., 2022; VIEIRA; AVELAR, 2022); uso de narrativas (SILVIA et al., 2022b); desenvolvimento da escrita e produção textual (FLORENTINO et al., 2022; FERREIRA et al., 2022); uso do lúdico para aquisição do conhecimento (FÁVERO et al, 2022); e relatos de como foi a experiência e enfrentamento do período pandêmico em várias instituições (ALMEIDA, 2022; COSTA; SILVA, 2022; SANTOS et al., 2022; TIGRE, 2022). No tocante ao PRP, os trabalhos também se expressaram em variados temas: o uso da plataforma Kahoot! e Padlet para o ensino, assim como lives (CAETANO; LUCIO-OLIVEIRA; REBELO, 2022; SACRAMENTO; MENEZES, 2022; BARBIERI et al., 2022); uso de compostagem na escola (CAPRONI et al., 2022); o uso do origami Tsuru como forma de ensino de escrita (KWECKO; NOGUEIRA; ZASSO, 2022); uso de metodologias ativas de experimentação (ANDRADE; SANTOS; SANTOS, 2022) e o relato de diversas experiências de ensino e formação na Química, História, Inglês e Geografia (ALVES; AGRA; PIMENTEL, 2022; MELO et al, 2022; JESUS; YAMAGUCHI, 2022; SILVA et al., 2022c; SILVA et al., 2022d; OLIVEIRA; ARAÚJO, 2022). Diante do exposto, percorremos um grande caminho até a publicação desta terceira edição, reconhecendo que todo o processo de recepção, avaliação e publicação dos trabalhos, só foram possíveis por conta da participação da comunidade acadêmica (autores, avaliadores e editores). Ressaltamos que as palavras e relatos traçaram o percurso, ou como diria Antônio Machado (1912, Campos de Castilla), “Caminhante não há caminho, se faz caminho ao andar, golpe a golpe, verso a verso”. Caminhos guiados pela esperança (como em Paulo Freire) e a perseverança de que as árvores hão de dar frutos. Convidamos nossas companheiras e nossos companheiros de percurso à leitura desta terceira série do Dossiê. Em últimas palavras, agradecemos a participação de todos e de todas. Seguiremos, esperançando!