CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior O câncer do colo do útero (CCU) afeta, no mundo, mais de 500 mil mulheres ao ano e é considerado uma das maiores causas de morte relacionadas ao câncer na população feminina. Nas duas últimas décadas tem crescido bastante o interesse pelo desenvolvimento de biomarcadores que identifiquem alterações celulares decorrentes da transformação viral, e que possam aumentar a sensibilidade e a especificidade dos métodos de triagem, diagnóstico e prognóstico do CCU. As proteínas de Manutenção de Minicromossomos (MCMs), incluindo a MCM7 são essenciais para a replicação do DNA e o controle do ciclo celular e, portanto, são utilizadas em diversos estudos como biomarcadores de proliferação e prognóstico em diferentes tipos de carcinomas. Nossa hipótese é a de que a proteína MCM7, apresenta potencial como biomarcador de prognóstico (grau de diferenciação) do CCU, e cuja imunomarcação em tecidos cervicais estaria relacionada à presença do Papilomavírus Humano (HPV) de alto-risco (AR). Avaliou-se nesse estudo em 43 biópsias de CCU e em 15 amostras de cervicite (controle) por meio de Imunohistoquímica e análise morfométrica, a área de marcação da proteína MCM7. Também foi analisada em amostras de DNA extraídas do tecido cervical a presença do DNA-HPV e do DNA-HPV16 de AR, por meio da reação de Nested-PCR e Heminested PCR, respectivamente. A presença do DNA-HPV foi observada na maior parte das amostras de tecido cervical, e aproximadamente metade dessas amostras foi positiva para o DNA-HPV16. Em relação à marcação de MCM7 em tecidos cervicais, observou-se marcação nuclear da proteína em células das camadas basais e parabasais do epitélio normal em amostras de Cervicite. Forte marcação nuclear de MCM7 foi verificada principalmente em células tumorais de origem epitelial, de massas tumorais localizadas no tecido conjuntivo. Contudo, áreas difusas de células não-marcadas também foram notadas nesses tumores em células mais atípicas, com maior grau de diferenciação. Sobre o parâmetro celularidade, as amostras de CCU apresentaram maior número de células marcadas para MCM7 quando comparadas ao grupo Cervicite. Verificou-se que os grupos pouco (CCEP) e moderadamente (CCEM) diferenciados, apresentaram correlação entre o número de células marcadas para MCM7 e o número de células contadas em todas as áreas lesionadas. Além disso, observou-se correlação entre o número de células totais marcadas para MCM7 em CCEP e CCEM e a área de lesão. De acordo com o grau de diferenciação, tumores pouco diferenciados apresentam maior nível de proliferação e agressividade do que os CCEM. Em relação à presença do HPV e do HPV16, verificou-se que maior número de amostras de CCEP foi positivo para MCM7 e para o DNA do HPV16 em comparação ao grupo CCEM. Portanto, o nosso estudo aponta o uso potencial da marcação tecidual de MCM7 como biomarcador de severidade desse câncer causado pelo HPV, auxiliando de forma significativa no diagnóstico e no acompanhamento de mulheres portadoras do CCU. Cervical cancer (CC) affects more than 500,000 women by year worldwide, and it is considered one of the most important causes of cancer-related deaths in the female population. In the last two decades, the interest for the development of biomarkers that can identify cellular changes resulting from viral transformation has considerably grown. The employment of these cell markers may improve the sensitivity and the specificity of CC screening, diagnosis, and prognosis methods. The Minichromosome maintenance (MCMs) proteins, including MCM7 are essential for DNA replication and cell cycle control and, therefore, they are used in many studies as proliferation and prognostic biomarkers in different types of carcinomas. Our hypothesis is that the protein MCM7 has potency to be evaluated as a prognostic biomarker for the CC, from whose immuno-staining in cervical tissues would be related to the presence of high-risk (HR) Human Papillomavirus (HR-HPVs). Therefore, in this study, 43 cervical cancer tissues and 15 cervicitis (control) samples obtained by biopsy were evaluated concerning the tissue immune labeling for MCM7 by using immunohistochemistry (IHC) and a morphometric-based analysis of the labeled area. In addition, presence of DNA-HPV and DNA-HPV16 was also analyzed using DNA samples extracted from cervical tissues, and by means of Nested-PCR and Hemi-nested PCR protocols, respectively. Presence of DNA-HPV was observed in most of cervical tissue samples, and approximately half of samples were positive for DNA-HPV16. Regarding the MCM7 expression in cervical tissues, a nuclear protein staining was observed in cells from the basal and parabasal layers of the normal epithelium in cervicitis samples. Strong nuclear labeling of MCM7 was mainly found in tumor cells from epithelial origin in tumor nests located in the connective tissue. However, diffuse areas of unlabeled cells were noted in tumors nests composed by more atypical cells and exhibiting a higher differentiation degree. Regarding the cell density (cellularity) parameter, CC samples showed higher number of MCM7-labeled cell, when compared with tissues from the cervicitis group. It was found that the cancer groups diagnosed as poorly (CCEP) and moderately (CCEM) differentiated showed a correlation between the number of MCM7-positive cells, and the total number of cells counted in the complete injured areas. In addition, a correlation between the total number of cells labeled for MCM7 in CCEP and in CCEM, and the complete cancer area was observed. Concerning the differentiation tumor grading, CCEP is a tumor with higher proliferation rates and aggressive behavior than CCEM cancers. Regarding the presence of HPV and HPV16 DNA, it was found that the number of CCEP samples which presented a higher number of MCM7-positive cells and positivity for HPV16- DNA, were greater when compared to cancer samples from the CCEM group exhibiting similar aspects. Therefore, our study points to the potential use of MCM7 as a biomarker of the severity of this HPV-associated cancer that may significantly improve the diagnosis, and assist the monitoring of women with CC.