Submitted by Boris Flegr (boris@uerj.br) on 2021-01-05T19:48:09Z No. of bitstreams: 1 dissertacao_krapp_juliana.pdf: 740527 bytes, checksum: c7c209c7cf9ae58bb9e197328461cc97 (MD5) Made available in DSpace on 2021-01-05T19:48:09Z (GMT). No. of bitstreams: 1 dissertacao_krapp_juliana.pdf: 740527 bytes, checksum: c7c209c7cf9ae58bb9e197328461cc97 (MD5) Previous issue date: 2008-03-28 Narratives from the slum, narratives from the city analyses how the reports at Candelária, one of the districts of Morro da Mangueira, in Rio de Janeiro. In the slum, the collective communication vehicles no longer exist. In that way, the narratives about the place are transmitted only by the oral tradition and, now, also get to the internet.The narratives here analyzed were collected in two years of research, in a work of participative observation that envolved interviews and the elaboration of field diaries.These reports, storytelling forms, would be what Michel de Certeau calls everday tatics , because they claim for new forms os citizenship, gaps which can insinuate a new text about the city. Like narrators, the habitants of Candelária invent a invisible and always temporary cartography, modifiyng a supposedly dominant order. Their reports, however, are not restrained only to day-by-day chater (or tiny stories), but also contain stories of use, ways of representing the body, itineraries, detours and shortcuts. Also, ways of consuming contemporary products and resources, and ways of turning this consume into production. There are uses that claim for a emacipation, but not a separation, they sketch a new writing about the city, making the polyphony that create, always, a culture in permanent slip. Within this space of hybridism and diasporas that is the city, injustices persist, despite the emergence of new social actors with their daily shrewdness. Boaventura de Sousa Santos concludes that it is necessary to reinvent a type of citizenship that is at the same time local and global; this work takes in account that there is a force that, by using different languages, subverts the traditional order towards this new citizenship. However, this force needs a real politics, and not academic, that handle different types of experiences, the slip flow that identifies our culture. Hereby, this dissertation points that there are no slum stories , but only stories that, arising from the slum, talk about the city, its contemporary problematics, and its subjectivities supported by a social poetry that is essencially impure and poliphonic. Narrativas da favela, narrativas da cidade analisa como os relatos circulam na Candelária, uma das localidades do Morro da Mangueira, no Rio de Janeiro. Na favela, os veículos convencionais de comunicação comunitários deixaram de existir. Dessa forma, as narrativas sobre o lugar são transmitidas apenas por meio da tradição oral e, agora, ganham também a internet. As narrativas analisadas aqui foram coletadas durante dois anos de pesquisa, em um trabalho de observação participante que envolveu entrevistas e a elaboração de diários de campo. Esses relatos, formas de contar histórias, seriam o que Michel de Certeau chama de táticas do cotidiano , pois reivindicam novas formas de cidadania, brechas pelas quais podem insinuar um novo texto sobre a cidade. Como narradores, os habitantes da Candelária inventam uma cartografia invisível e sempre provisória, modificando uma ordem supostamente dominante. Seus relatos, no entanto, não se resumem às histórias miúdas do dia-a-dia, mas também às narrativas que são usos, maneiras de representar o corpo, os itinerários, os desvios e atalhos. São, também, formas de consumir os produtos e os recursos do contemporâneo, e maneiras de tornar este consumo uma produção. São usos que reivindicam uma emancipação, mas não uma separação; rascunham uma nova escritura sobre a cidade, perscrutando a polifonia que instaura, sempre, uma cultura em permanente deslize. Neste espaço de hibridismos e diásporas que é a cidade, as injustiças persistem, apesar da emergência de novos atores sociais, com suas astúcias cotidianas. Boaventura de Sousa Santos reflete que é preciso reinventar uma cidadania que seja ao mesmo tempo local e global; este trabalho leva em conta que há uma força que, fazendo uso de diferentes linguagens, subverte a ordem tradicional em direção a esta nova cidadania. No entanto, essa força carece de uma política que leve em conta os diferentes tipos de experiências, o fluxo de deslizes que marca nossa cultura. Por isso, esta dissertação aponta que não existem narrativas que sejam tão-somente da favela , mas sim narrativas que, oriundas da favela, falam da cidade, de sua problemática contemporânea e de subjetividades amparadas em uma poética social essencialmente impura e polifônica.