O presente trabalho versa sobre a temática do mínimo existencial e da reserva do possível frente às limitações orçamentarias do Estado. São abordadas as questões referentes aos embates existentes entre os direitos fundamentais sociais e as limitações orçamentárias do Estado, analisando o debate atual acerca dessa problemática no cenário brasileiro. O estudo do referido tema apresenta relevância em razão de ser o mínimo existencial um conjunto de direitos fundamentais imprescindíveis à existência da dignidade da pessoa humana, ao passo que a reserva do possível busca limitar a concretização de tais direitos, levando em consideração a limitação fática, jurídica e a razoabilidade. Neste sentido, os direitos sociais, apesar de estarem previstos em nossa Constituição Federal de 1988, enfrentam limitações quanto as suas efetivações. Os empecilhos enfrentados em relação a matéria, se fazem presentes em decorrência do descaso existente com relação a efetivação dos direitos sociais, uma vez que as políticas públicas existentes são insuficientes para atender as necessidades da população brasileira. O presente trabalho tem como objetivo uma investigação, que busca verificar se ausência de recursos financeiros do Estado, de alguma forma, é limitada pela reserva do possível, comprometendo o mínimo necessário para a existência digna da pessoa humana. A metodologia utilizada consiste em pesquisa jurisprudencial e bibliográfica, com abordagem descritiva e qualitativa, com o propósito de avaliação formativa. Conclui-se, portanto, que quando a reserva do possível é utilizada somente como uma limitação e não como um óbice ao mínimo existencial, é plenamente possível que ambos os princípios convivam pacificamente. The present work deals with the theme of the existential minimum and the reserve of the possible in face of the budgetary limitations of the State. Issues related to existing clashes between fundamental social rights and State budget limitations are addressed, analyzing the current debate about this issue in the Brazilian scenario. The study of this theme is relevant because the existential minimum is a set of fundamental rights essential to the existence of human dignity, while the reservation of the possible seeks to limit the realization of such rights, taking into account the factual limitation, legality and reasonableness. In this sense, social rights, despite being provided for in our Federal Constitution of 1988, face limitations as to their effectiveness. The obstacles faced in relation to the matter are present as a result of the existing neglect regarding the realization of social rights, since the existing public policies are insufficient to meet the needs of the Brazilian population. The present work has as objective an investigation, which seeks to verify if the absence of financial resources of the State, in some way, is limited by the reserve of the possible, compromising the minimum necessary for the dignified existence of the human person. The methodology used consists of jurisprudential and bibliographic research, with a descriptive and qualitative approach, with the purpose of formative evaluation. It is concluded, therefore, that when the reserve of the possible is used only as a limitation and not as an obstacle to the existential minimum, it is fully possible for both principles to coexist peacefully. El presente trabajo aborda el tema del mínimo existencial y la reserva de lo posible frente a las limitaciones presupuestarias del Estado. Se abordan cuestiones relacionadas con los enfrentamientos existentes entre los derechos sociales fundamentales y las limitaciones presupuestarias del Estado, analizando el debate actual sobre esta cuestión en el escenario brasileño. El estudio de este tema es relevante porque el mínimo existencial es un conjunto de derechos fundamentales esenciales para la existencia de la dignidad humana, mientras que la reserva de lo posible busca limitar la realización de tales derechos, teniendo en cuenta la limitación de hecho, la legalidad y la razonabilidad. En este sentido, los derechos sociales, a pesar de estar previstos en nuestra Constitución Federal de 1988, enfrentan limitaciones en cuanto a su efectividad. Los obstáculos enfrentados en relación al tema están presentes como resultado del descuido existente en cuanto a la realización de los derechos sociales, ya que las políticas públicas existentes son insuficientes para atender las necesidades de la población brasileña. El presente trabajo tiene como objetivo una investigación, que busca verificar si la ausencia de recursos financieros del Estado, de alguna manera, se ve limitada por la reserva de lo posible, comprometiendo lo mínimo necesario para la existencia digna de la persona humana. La metodología utilizada consiste en una investigación jurisprudencial y bibliográfica, con enfoque descriptivo y cualitativo, con el propósito de evaluación formativa. Se concluye, por tanto, que cuando la reserva de lo posible se utiliza sólo como limitación y no como obstáculo al mínimo existencial, es plenamente posible que ambos principios coexistan pacíficamente.