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Orientador: Erich Vinícius de Paula Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas Resumo: O Heme é uma molécula importante para diversos processos celulares, como tradução, expressão gênica e ciclo celular. Entretanto, fora das células, o heme pode ser prejudicial, sendo capaz de ativar a resposta imune inata. A hemopexina (HPX) é uma proteína circulante responsável por remover o heme livre da circulação, evitando que este exerça seus efeitos prejudiciais. Entretanto, em doenças onde ocorre muita hemólise, como por exemplo a anemia falciforme, os níveis extracelulares de heme são altos, o que causa um esgotamento na capacidade de captura da HPX. A terapia gênica com vetores virais adeno-associados (AAV) é uma estratégia de tratamento, aplicada tanto em doenças hereditárias quanto adquiridas, que nos últimos anos acumulou diversos sucessos em humanos. Esta forma de tratamento deixou definitivamente o campo das "estratégias promissoras" com a aprovação em 2012 do primeiro tratamento baseado em TG na Europa. No caso da hemofilia B, a TG com vetores AAV mostrou-se capaz de induzir a expressão sustentada, e com excelente perfil de segurança, do fator IX da coagulação. Assim, o objetivo deste trabalho foi desenvolver um vetor baseado no vírus adeno-associado, capaz de expressar a proteína HPX. O estudo foi feito em camundongos C57BL/6, machos, com cerca de 12 semanas de vida. Foram utilizadas três doses de vetores (partículas virais/kg): 2x1012, 1x1013, 2x1013, além do grupo controle que recebeu o mesmo vetor, sem o gene da HPX. Sangue foi coletado, via retro orbital, a cada duas semanas, para dosagem da HPX no plasma por Elisa e realização de provas hematológicas. Através do método de Elisa foi observado um aumento dose-dependente na expressão dos camundongos tratados com o vetor viral que continha o gene da HPX. A avaliação seriada (a cada duas semanas) sugeriram um aumento da sexta semana, em todos os grupos, mais evidente na dose mais elevada. Nos parâmetros hematológicos não houve diferença na contagem de leucócitos, hemoglobina e plaquetas, quando comparado com o grupo que recebeu o vetor vazio. Foi possível concluir que o vetor foi capaz de induzir a expressão da HPX humana em camundongos de forma sustentável e dose dependente até pelo menos a 6a semana de seguimento e a análise de segurança com base em parâmetros hematológicos não sugeriu que a expressão da HPX humana seja deletéria para os camundongos Abstract: Heme is an important molecule for several cellular processes, such as translation, gene expression and cell cycle. However, outside the cells, heme can be harmful, being able to activate the innate immune response. Hemopexin (HPX) is a circulating protein responsible for removing free heme from the circulation, preventing it from exerting its harmful effects. However, in diseases where hemolysis occurs, such as sickle cell anemia, extracellular heme levels are high, which causes a depletion of the HPX capture capacity. Gene therapy with adeno-associated viral vectors (AAV) is a treatment strategy, applied in both hereditary and acquired diseases, which in recent years has accumulated several successes in humans. This form of treatment definitely left the field of "promising strategies" with the adoption in 2012 of the first treatment based on TG in Europe. In the case of hemophilia B, TG with AAV vectors was able to induce sustained expression and with an excellent safety profile of coagulation factor IX. Thus, the objective of this work was to develop an adeno-associated virus-based vector capable of inducing the expression of the HPX protein. The study was performed on male C57BL / 6 mice, about 12 weeks of age. Three doses (vector genomes/kg) of vectors were injected: 2x1012, 1x1013, 2x1013, plus a control group where the empty vector was injected without the HPX gene. Blood was collected, via retro orbital, every two weeks, to obtain plasma, for HPX dosage by Elisa and to measure hematological parameters. Data obtained by Elisa demonstrate a dose-dependent increase in HPX expression in mice treated with the viral vector containing the HPX gene compared to controls. In the time-course evaluation (every two weeks), a time-dependent increase was suggested, most evident at the highest dose. No difference in white blood cell, hemoglobin and platelet counts were observed. In conclusion, the vector was able to induce the expression of human HPX in mice in a sustainable and dose dependent manner until at least the 6th week of follow-up and the safety analysis based on hematological parameters did not suggest any safety concern regarding these parameters Mestrado Fisiopatologia Médica Mestra em Ciências CNPQ 134550/2016-1