1. Ser professor de língua francesa: representações discursivas de licenciandos do curso de letras
- Author
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Correia, Kamila Gonçalves, Brito, Cristiane Carvalho de Paula, Hashiguti, Simone Tiemi, and Figueira, Luís Fernando Bulhões
- Subjects
Rprésentation ,Linguística aplicada ,Representação ,Ensino-aprendizagem de língua francesa ,Linguística ,Professores - Formação ,L’enseignement/apprentissage de langue française ,Análise do discurso ,Analyse du Discours ,LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA::LINGUISTICA APLICADA [CNPQ] ,Linguistique Appliquée - Abstract
Este trabalho, intitulado Ser professor de língua francesa: representações discursivas de licenciandos do curso de Letras, surge da minha perspectiva enquanto pesquisadora e professora e da minha intenção em narrar sobre as minhas inquietações sobre o ensino-aprendizagem de língua francesa e a formação docente no curso de Letras-Francês. A pesquisa teve como objetivos descrever, analisar e interpretar os dizeres dos sujeitos quando ocupam o lugar discursivo de licenciando em Língua Francesa do curso de Letras, delineando representações que esses sujeitos constroem de língua francesa e de ‘ser professor de língua francesa’; investigar interdiscursividades que sustentam essas representações; e problematizar as incidências dessa discursividade para a formação do professor de língua francesa. Além disso, busquei responder às seguintes questões de pesquisa: i. Como o (não)lugar da língua francesa interpela os sujeitos licenciandos do curso de Letras-Francês?; ii. Quais são as vozes que emergem nos dizeres desses sujeitos para representar o curso de Letras-Francês?. Para dar conta dos objetivos e das questões, me inscrevo na interlocução entre a Linguística Aplicada (LA) e a Análise do Discurso (AD), estabelecendo diálogos entre as possibilidades “multi/inter/transdisciplinar” do corpus desta pesquisa (BRITO e GUILHERME, 2013, p. 21) e as noções de sujeito multifacetado. A perspectiva transdisciplinar da proposta AREDA (Análise de Ressonâncias Discursivas em Depoimentos Abertos) é essencial para o meu gesto analítico e, por isso, a AREDA é o dispositivo teórico-metodológico utilizado para as análises do meu corpus. Com a proposta AREDA, 12 perguntas abertas foram elaboradas e tiveram como objetivo analisar as representações discursivas construídas pelos sujeitos-alunos licenciandos, ao enunciarem, principalmente, sobre o processo de formação de professores de língua francesa no Curso. Vale ressaltar que, para o desenvolvimento da pesquisa, devido ao contexto atual causado pela pandemia do novo Coronavírus, a coleta de dados foi feita a distância. Após o gesto de interpretação sobre o corpus deste trabalho, foi possível delinear as inscrições discursivas e perceber como se dá a relação dos participantes com o ‘ser aluno de língua francesa’ e ‘ser professor de língua francesa’. Assim, a partir das análises, pude delinear as inscrições discursivas e perceber que essa relação é regida por três representações. A primeira representação é definida como O Curso de Letras-Francês como espaço de aprendizagem, que pôde ser dividida em três instâncias, a saber: Aprendendo a língua francesa, Aprendendo do zero e Aprendendo a ser professor. A segunda representação é denominada O curso de Letras-Francês como espaço de (im)possibilidade de trabalho, que se dividiu em duas instâncias, sendo elas: O medo de não ter oportunidades e A vida acadêmica. A terceira, por sua vez, é denominada O Curso de Letras-Francês como lugar de resistência e contou com uma instância, a saber: A resistência do licenciando que trabalha. Diante disso, pude perceber que o licenciando do curso de Letras-Francês possui características e perspectivas específicas das suas condições de produção, pois a sua experiência no curso, enquanto aluno e aprendiz de língua francesa, se dá de distintas formas, possibilitando-lhe que (re)pense e (res)signifique a sua posição no curso, o que de certa forma, poderá incidir em suas práticas pós-licenciatura. Ce travail, intitulé Être professeur de langue française : représentations discursives de diplômés du cours de Lettres, vient de ma perspective en tant que chercheuse et enseignante et de mon intention de faire part mes inquiétudes concernant l’enseignement/apprentissage de la langue française et la formation des enseignants au cours de Lettres-Français. La recherche visait à décrire, analyser et interpréter les propos des sujets lorsqu'ils occupent la place discursive d'un cours de licence en langue française des lettres, en esquissant les représentations que ces sujets se construisent de la langue française et du « être professeur de français » ; enquêter sur les interdiscursivités qui soutiennent ces représentations ; et de problématiser les incidences de cette discursivité pour la formation du professeur de français. En outre, j’ai cherché à répondre aux questions de recherche suivantes : i. Comment le (non)lieu de la langue française interpelle les sujets licenciés du cours de Lettres-Français? ii. Quelles voix émergent parmi les sujets pour représenter le cours de français ?. Pour réaliser les objectifs et rendre compte des questions de ma recherche, je m’inscris dans l’interlocution entre la Linguistique Appliquée (LA) et l’Analyse du Discours (AD), en établissant des dialogues entre les possibilités "multi/inter/transdisciplinaire" du corpus de cette recherche (BRITO e GUILHERME, 2013, p. 21) et les notions de sujet à multiples multiforme. La perspective transdisciplinaire de la méthode AREDA (Analyse de résonances discursives en dépositions ouvertes) est essentielle pour mon geste analytique et c’est pourquoi l’AREDA est le dispositif théorique et méthodologique utilisé pour les analyses de mon corpus. À partir de la méthode AREDA, 12 questions ouvertes ont été élaborées et ont eu pour but d’analyser les représentations discursives construites par les sujets-étudiants, en énonçant surtout sur le processus de formation des enseignants de langue française au cours de Lettres. Il convient de noter que, pour le développement de la recherche, en raison du contexte actuel causé par la pandémie du nouveau Coronavirus, la collecte de données a été faite à distance. Il est important de souligner que pour le développement de la recherche, en raison du contexte actuel causé par la pandémie du nouveau Coronavirus, la collecte de données a été faite à distance. Après le geste d’interprétation sur le corpus de ce travail, il a été possible de dessiner les inscriptions discursives et de comprendre comment se donne la relation des participants avec le ‘être étudiant de langue française' et ‘être professeur de langue française'. De cette façon, à partir des analyses, j’ai pu dessiner les inscriptions discursives et percevoir que cette relation est régie par trois représentations. La première représentation est définie comme Le Cours de Lettres-Français comme un espace d’apprentissage, qui a pu être divisé en trois instances, à savoir : Apprendre la langue française, Apprendre à partir de zéro et Apprendre à être enseignant divisé en deux instances : La peur de ne pas avoir d'opportunités et La vie académique. La deuxième représentation est appelée Le cours de Lettres-Français comme espace de (im)possibilité de travail. La troisième, quant à elle, est appelée Le Cours de Lettres-Français comme lieu de résistance et a compté sur une instance, à savoir : La résistance du sujet-étudiant qui travaille. Face à cela, j’ai pu constater que le sujet-étudiant du cours de Lettres-Français possède des caractéristiques et des perspectives spécifiques de ses conditions de production. Car leur expérience du cours, en tant qu’élèves et apprentis de langue française se présente sous différentes formes, leur permettant de (ré)penser et (ré)signifier leur place dans le cours, ce qui pourrait, d’une certaine manière, avoir une incidence sur leurs pratiques postuniversitaires. Dissertação (Mestrado)
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- 2022
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