A quimioterapia antineoplásica causa efeitos tóxicos que podem ser minimizados e até evitados a partir de cuidados à saúde que também devem ser realizados pelo próprio paciente. O autocuidado tem sido apontado na literatura como importante estratégia de saúde para garantir a funcionalidade e até mesmo a sobrevivência do câncer. Dessa forma, diminuem-se os sintomas e busca-se a participação nas atividades de vida a fim de manter a funcionalidade. Por sua vez, as atividades são permeadas pelos papéis ocupacionais desempenhados por cada pessoa em seus contextos de vida. Este estudo objetivou analisar os papéis ocupacionais e a capacidade de autocuidado de pacientes oncológicos, adultos e idosos, submetidos a tratamento quimioterápico antineoplásico em um hospital universitário. Trata-se de um estudo quantitativo transversal, realizado na Central de Quimioterapia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro com 79 participantes. Nas entrevistas foram utilizados um questionário de avaliação sociodemográfica e clínica, o Inventário de Sintomas do MDASI Cancer Center, a Lista de Papéis Ocupacionais e a Escala de Avaliação para Capacidade do Autocuidado-ASAS-R. Utilizou-se o Statistical Package for Social Sciences- SPSS Statistics 21.0 para realização das análises estatísticas do Teste “t” de Student e Correlações de Pearson e de Spearman. A influência simultânea de preditores demográficos, clínicos e dos papéis sobre o autocuidado foi realizada através da análise de regressão linear múltipla, adotando o nível de significância de α= 0,05. A amostra apresentou média de idade de 56,9 anos, a maioria casados (58,2%), com baixa renda e pouca escolaridade. O câncer do sistema digestório foi o mais encontrado (35,4%) e o tratamento quimioterápico antineoplásico curativo foi o mais frequente (50,6%). Fadiga e falta de apetite foram os sintomas relatados por 60,4% e, 78,5% informaram que suas atividades de vida foram a área mais afetada pelos mesmos. O papel de “trabalhador” foi o de maior perda no presente e o de “membro de família” o mais desempenhado, mesmo após o início da quimioterapia. Identificou-se escores elevados de autocuidado, principalmente relacionados ao maior grau de importância do papel de “amigo” e à interferência dos sintomas nas atividades de vida. Dado o exposto, torna-se importante ao profissional de7 saúde contemplar os sintomas decorrentes do tratamento e como estes afetam as atividades e a rede de apoio social do paciente oncológico submetido à quimioterapia. Chemotherapy causes toxic effects that can be minimized and even avoided from health care that should also be performed by the patient himself. Self-care has been pointed out in the literature as an important health strategy to guarantee the functionality and even the survival of cancer. So, symptoms are reduced and participation in life activities is sought in order to maintain functionality. Therefore, the activities are permeated by the occupational roles played by each person in their life contexts. This study aimed to analyze the occupational roles and self-care capacity of oncological patients, adults and elderly, submitted to chemotherapy treatment in a university hospital. This is a crosssectional quantitative study performed at the Chemotherapy Center of the Clinical Hospital of the Federal University of Triângulo Mineiro with 79 participants. In the interviews, a socio demographical and clinical evaluation questionnaire was used, the MDASI Cancer Center Symptom Inventory, the Role Checklist and the Self-Care Capacity Assessment Scale-ASAS-R. The Statistical Package for Social Sciences - SPSS Statistics 21.0 was used to perform the statistical analyzes of Student's t-Test and Pearson and Spearman Correlations.The simultaneous influence of demographic, clinical and role predictors on self-care was performed through multiple linear regression analysis, adopting the level of significance of α = 0.05. The sample had a mean age of 56.9 years, most married (58.2%), with low income and little schooling. Cancer of the gastrointestinal system was the most common (35.4%) and curative chemotherapy was the most frequent (50.6%). Fatigue and lack of appetite were the reported symptoms by 60.4% and, 78.5% reported that their life activities were the most affected area by them. The role of "worker" was the one of greatest loss and the one of "family member" most played after the beginning of the chemotherapy. High self-care scores were identified, mainly related to the greater degree of importance of "friend" role and the interference of symptoms in life activities. Given the mentioned above, it is important for the health professional to contemplate the symptoms resulting from the treatment and how they affect activities and the social support network of cancer patients undergoing chemotherapy. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior