O objetivo desta dissertação foi estudar a presença de viés de gênero nas escolhas das famílias brasileiras ao investir em educação de seus filhos e filhas. Para tanto, foram utilizados os microdados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008-2009, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. A partir dos microdados da POF 2008-2009 separou-se apenas o conjunto de famílias com filhos e filhas entre 6 e 20 anos de idade matriculados, excluindo as famílias que o pai, mãe ou outros parentes estejam matriculados. Foi encontrada uma amostra formada por 15.310 famílias divididas entre as cinco Grandes Regiões brasileiras (Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte, Nordeste). Foram utilizados modelos Tobit para estimar curvas de Engel das despesas familiares com educação e despesas familiares com cursos regulares, como função das características socioeconômicas e demográficas das famílias. Foram utilizados testes de Wald para verificar a igualdade dos parâmetros estimados do número de filhos e filhas matriculados. As análises das despesas familiares com educação com os modelos Tobit e os testes de Wald indicaram diferenças significativas no impacto causado por filhos e filhas matriculados na faixa etária de 6 a 10 anos nas regiões Sul, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, com viés pró-feminino. No Sudeste, com viés pró-masculino. Na faixa etária de 11 a 14 anos nas regiões Sul, Centro-Oeste, Norte, com viés pró-feminino. Já na faixa etária de 15 a 20 anos nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste, com viés pró-feminino. No Norte, com viés pró-masculino. Ao analisar as despesas familiares com cursos regulares os resultados indicaram diferenças significativas no impacto causado por filhos e filhas matriculados na faixa etária de 6 a 10 anos nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, com viés pró-feminino. No Norte, com viés pró-masculino. Na faixa etária de 11 a 14 anos nas regiões Sudeste, Norte e Nordeste, com viés pró-feminino. No Sul, com viés pró-masculino. Na faixa etária de 15 a 20 anos na região Sul, com viés pró-feminino. Nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte, com viés pró-masculino. Sendo assim, os resultados da pesquisa indicaram que os filhos nem as filhas não sofreram discriminação no que tange a disposição das famílias de gastarem com a formação de sua prole. Quando analisado os gastos familiares com educação os resultados indicaram ampla vantagem feminina na alocação de recursos familiar. Entretanto, quando analisado os gastos familiares com cursos regulares os resultados indicaram que os gastos familiares foram mais homogêneos, com uma leve vantagem feminina. The goal this dissertation was studied the presence of gender bias in Brazilian families choices to invest in education in their sons and daughters. It was used microdata from the Household Budget Survey (POF) 2008-2009, organized by the Brazilian Institute of Geography and Statistics - IBGE. From POF 2008-2009 was sorted families with enrolled sons and daughters between 6 to 20 years old, excluding families that father, mother or other relatives were attending school. It was found a sample composed by 15.310 families divided among five Brazilian regions (South, Southeast, Midwest, North and Northeast). From this sample, found that 76,2% of families showed educational expenses. Tobit models was used to esteem Engel curves for the familiar educational spent and regular course spent, as a function of socioeconomic and demographic characteristics of families. Wald tests was used to check the equality of the parameters estimated with the number of enrolled sons and daughters. The analysis of household educational spent with Tobit models and Wald tests indicated significant differences in the impact caused by sons and daughters in age level between 6 and 10 years at South, Midwest, North and Northeast regions, with a pro-female bias. At Southeast region, with a pro-male bias. In age level between 11 and 14 years at South, Midwest and North regions, with a pro-female bias. In age level between 15 and 20 years at Southeast, Midwest and Northeast regions, with a pro-female bias. At North region, with a pro-male bias. When it was analyzed the spent with regular courses with Tobit regressions and Wald tests indicated significant differences in the impact of sons and daughters in age level between 6 and 10 years at South, Southeast, Midwest and Northeast regions, with a pro-female bias. At North region, with a pro-male bias. In age level between 11 and 14 years at Southeast, North and Northeast regions, with a pro-female bias. At South region, with a pro-male bias. In age level between 15 and 20 years at South region, with a pro-female bias. At Southeast, Midwest and North regions, with a pro-male bias. Finally, the results indicated that sons neither daughter did not suffer any discrimination related to the families spent. When analyzed familiar spent with education the results indicated big advantage to female gender. However, when analyzed familiar spent with regular course the results indicated that the familiar spent was more equal, female had a little advantage.