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Las culturas del turismo derivadas de muchos de los destinos turísticos de sol y playa han terminado por representar un imaginario colectivo pop revalorizado en la diversificación actual de las prácticas turísticas, como en el caso de Mallorca donde su sociedad turística se ha convertido en un inspirador reclamo cultural pop. La presente investigación aborda el turismo desde la mirada epistemológica de la geografía cultural, para evidenciar la relevancia del estudio y del bagaje que representa la cultura del turismo. Desde el análisis metodológico interpretativo, se estudia el caso de la última campaña publicitaria de ropa prêt-à-porter de la firma H&M a partir de un vídeo (H&M Spring/Summer 2022). Este anuncio toma al turismo de sol y playa (Hôtel Hennes), así como de su música (Baccara), como muestra del proceso de revalorización del legado cultural turístico vinculado al imaginario cultural pop, en la Mallorca del siglo XX, aunque también extrapolable a otros muchos destinos turísticos de sol y playa. Esta perspectiva devuelve a las denominadas como destinaciones maduras, su lugar central, gracias a la revalorización de su bagaje de experiencias turísticas que les permiten adecuarse y reinventarse, con mayor facilidad, al convertirse su tradición turística en parte del reclamo. La diversificación actual del turismo lejos de significar un alejamiento de los modelos de turismo de masas (postfordista) replantea más bien una nueva perspectiva del turismo (neoproductivista) ya no entendida como actividad sino desde sus prácticas. Esta nueva situación permite reconsiderar el legado cultural del turismo pop desde una nueva perspectiva dinámica, innovadora y culturalmente enriquecedora por su diversidad de experiencias. Este caso es un ejemplo del inicio de un nuevo abordaje transversal del turismo, así como del reconocimiento de las culturas del turismo desde su propio legado y referente y no vinculadas a referentes de imaginarios pre-turísticos.

¿La expresión visual puede concebirse como un medio de protesta? ¿En qué consiste la dimensión política de la imagen? El surgimiento de las actuales revueltas muestra la eficacia de los signos y mensajes visuales en su poder de circulación, en tanto símbolos que utilizan soportes específicos (muros, monumentos, edificios patrimoniales) para hacer tangibles las demandas de los grupos sociales. En la actualidad, los mensajes visuales reflejan un vitalismo societal, la escritura y los grafitis en los muros de nuestras metrópolis cuestionan la relación entre el espacio público y la ciudadanía; la intervención estética sobre la ciudad es forma expresiva de interpelación política. Los mensajes visuales de protesta son narraciones que contribuyen al relato social sobre el patrimonio, expresado a través de un imaginario de índole identitario donde confluye lo emocional y lo sensible.

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A partir da campanha publicitária lançada em 2021 pela empresa norte-americana de cerveja Coors, na qual foi utilizado o protocolo conhecido como Target Dream Incubation (TDI) que tinha como objetivo o uso dos sonhos para fins publicitários, construímos no presente artigo uma reflexão teórico-filosófica do fenômeno que designamos como eletrificação das imagens oníricas. Aprofundamos a discussão sobre o processo histórico pelo qual as imagens vêm sendo destituídas de seu poder simbólico, até atingirmos o atual estágio que conta cada vez mais com intervenções do espaço onírico para fins mercadológicos com base na lógica do capital. Para isso, retomamos ideias de teóricos como Edgar Morin, Norval Baitello Jr., Jean Baudrillard e C. G. Jung, entre outros. Exploramos também a necessidade de pensar saídas criativas, imaginais e imaginativas para que a dimensão arquetípica da vida humana não seja negada, irrompendo assim de maneira patológica, individual e coletiva.

Este estudo se debruça sobre a obra O homem do castelo alto, de Philip K. Dick, para propor uma reflexão sobre os modos de se imaginar o presente sob o prisma de uma abordagem hermenêutica centrada no conceito foucaultiano de “heterotopia”. Para tanto, começo por problematizar a ênfase futurista que se inscreve nas utopias e distopias e, com base em algumas premissas da filosofia trágica (Nietzsche, Rosset), elejo o conceito de “dilemas heterotópicos” como potencial bússola para a releitura do presente. Após apresentar o enredo em análise, destaco alguns aspectos filosóficos que o permeiam e através dos quais o presente do autor pôde ser relido e reimaginado. Por fim, discuto sobre a dimensão trágico-oracular que se interpõe na heterotopia dickiana, e concluo que, nessa chave peculiar, o autor não se limitou a fabular outras realidades, pois antes mirou em outras possibilidades de uma mesma realidade. Como resultado, espero com este estudo lançar luz sobre o dilema heterotópico enquanto potente recurso ficcional e hermenêutico de releitura do presente.

Este artigo se trata de uma investigação na filosofia de Gaston Bachelard. Adotou-se a abordagem fenomenológica e hermenêutica inspirada no próprio filósofo a fim de amplificar a específica imagem da concha. Uma vez que Bachelard nos expõe a concha como uma imagem primordial, a qual pode nos inspirar a inúmeras multiplicações poéticas, tal imagem nos serve em educação à medida que se refere a um recorte específico: o mistério da formação humana. Tendo isso em nosso horizonte, objetivou-se contribuir à área da educação abrindo-nos à investigação poética do tipo bachelardiana para impulsionar ainda mais pesquisas acerca do problema da formação na perspectiva do novo espírito estético, isto é, a partir da ruptura da filosofia contemporânea com a filosofia moderna. Concluiu-se que, além da própria abordagem metodológica escolhida poder proporcionar as amplificações simbólicas e poéticas tal como se objetivou, a própria imagem da concha se demonstrou como uma imagem pedagógica completa, nos propiciando pensar a formação tanto no que diz respeito à sua direção de proteção psíquica quanto à de desenvolvimento psíquico.

El presente artículo plantea el problema del camino que sigue el imaginario del cronista mestizo del siglo XVI respecto al pensamiento religioso indígena; por lo que se analizan las obras de Diego Muñoz Camargo, Fernando de Alva Ixtlilxóchitl y Juan Bautista Pomar, explorando cómo se refleja el sentimiento religioso indígena en el imaginario de estos tres autores. Con esto, se identifica una visión híbrida específica, inclinada a valorar el pensamiento religioso indígena en el registro cristiano.

Encontrei no antigo estilo de afresco mural da Roma Antiga, conhecido como grotesca, a ocasião para trançar os fios estéticos que unem arte e filosofia, abordando o estilo ainda pouco conhecido, segundo a metodologia de pesquisa fundada em contradições, que identifiquei no bachelardismo. Entre conhecimento racional e devaneio poético, seguirei intuições de Bachelard, buscando assim, esclarecer o ancestral e enigmático evento pictórico das grotescas romanas, em sua oposição à tradicional definição greco-romana da arte como imitação da natureza (imitatio naturae). Não deixaremos também de ressaltar embates de contrários e ambiguidades que, espelhados nos afrescos, parecem constituir aspecto decisivo do panorama cultural da época.

Este artigo trata-se de uma investigação na obra poética de Gaston Bachelard sobre os aspectos formativos da imaginação. Dessa forma, objetivou-se levantar contribuições a partir da obra do filósofo francês para a Filosofia da Educação, pensando, como fundo, numa revisão do próprio conceito de formação. A partir de uma abordagem fenomenológica e hermenêutica, foram realizadas incursões que trouxeram imagens e pensamentos que dialogam já não mais com os ideais da filosofia moderna, mas com a transição paradigmática da filosofia contemporânea a qual vivenciamos. Sendo assim, no lugar de procurar pelas essências, pelas verdades primeiras, tal como preconizavam as forjadas necessidades das metafísicas do ser e da consciência, o existencialismo poético aqui permitiu a construção de outras imagens poético-educacionais, as quais se apresentaram como o resultado das potentes investigações que podem ainda ser realizadas com a filosofia da imaginação de Bachelard.

Em “Ecosofia: Uma ecologia para o nosso tempo” (2021), o filósofo francês Michel Maffesoli, autor de abordagens no campo do que ele considera um tempo pós-moderno, aprofunda, aqui, um dos seus temas recorrentes - não com a ênfase dada nesta obra - de outros ensaios. Desta vez, Maffesoli celebra uma visão holística da sociedade dita pós-moderna, com mais ou menos consenso, e que, por meio de um neologismo (“ecosofia”) dialoga, no nosso entender, com Friedrich Nietzsche (1844-1900) e seu fenômeno estético da “vida como obra de arte”. Trata-se, daí nossa escolha, de uma das teses centrais do filósofo alemão no sentido de suas considerações extramorais (ou “extemporâneas”) presentes ao longo de sua existência até seu colapso mental dos anos 1890.

This article proposes to disseminate the impact of neuroeducation and metaverses on the processes of reception, understanding and interpretation of cultural and bioemotional memory derived from identity, essentially in Latin American peoples. With a qualitative approach, a systematic review of scientific literature on digital literacy, educommunication, emotional education and memory is proposed, since the end of the 20th century, to fragment certain neoliberal molds and stereotypes. The results suggest that neuroeducation and metaverses contribute to a better use of qualifying moments, which act in learning and in the fixation of cultural semantic memory. Significant resources build the individual and collective imagination, affirm identity and socio-cultural behavior. It concludes that these didactic applications and the collaboration of resources with the indicated indicators contribute to the development of cultural values and cognitive, psychological and social competencies that affect a person's behavior. [ABSTRACT FROM AUTHOR]

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El algoritmo es un elemento central para pensar la sociedad actual. Más allá de su sentido técnico, destaca su lugar fantasmal en el discurso público, nombrando automatismos eficientes que refuerzan la desigualdad y la discriminación racial, de género y de clase social. Un juego ambivalente de eficiencia y refuerzo del orden social injusto, de transparencia y opacidad tecnológica, lo muestran como una teotécnica. Se trata de un dispositivo dramatúrgico de narrativas e imágenes justificadas por la efectividad de su acción técnica y, por lo tanto, objetiva y neutral. Ese dispositivo implica un conjunto de estrategias que se analizan en el artículo: la promoción de una eficacia invisible, la instalación de interfaces que conectan con lo operativo, la tendencia extractivista de conductas y datos, los sesgos humanos y maquínicos. La teotécnica se refiere a lo algorítmico como sujeto de estas estrategias sociales para una apuesta política justa e igualitaria.

As canções de Rita Lee contribuíram para alimentar o imaginário do rock nacional em temas como a celebração da liberdade, da rebeldia e do que é profano. Além de trazer esses temas, seu trabalho contribuiu para adicionar um elemento original: a erotização do amor romântico. Aborda-se aqui, a partir da análise de alguns de seus principais sucessos, o protagonismo da artista na subversão das canções de amor que predominavam no pop-rock brasileiro.

Este artigo, escrito no campo da História Cultural, utiliza-se das Histórias em Quadrinhos de super-heróis para se pensar a Guerra Fria, conflito ideológico que marcou a segunda metade do século XX. O objetivo é comparar dois gibis que, cada qual a sua maneira, dialogaram com este fato histórico, com um publicado pela Marvel e outro pela DC Comics. Concluiu-se que ambas as revistas se inseriam e fomentavam um imaginário social ligado ao anticomunismo e ao poder bélico, ambos valores dominantes nos Estados Unidos do período.

O artigo trata de um tempo em que juntos, escola e universidade produzimos poéticas mobilizadas pelos sentidos e sensibilidades. O objetivo desse artigo é problematizar a educação na dimensão estética, potencializando o imaginário como experiência de vida. A narrativa e o imaginário são forças que nos movem ao revisitar os territórios da escola e da universidade como atitude de (re)invenção. A experiência, potencializa nossas ações e a esperança em uma educação pelo sensível. Um exercício de lidar com o esgotamento que nos assola constantemente, nos levando a questionar o sentido da vida. As reflexões reiteram que na educação é preciso cruzar fronteiras entre o real e o imaginário, intensificando as sensibilidades.

RESUMO: Esta é uma revisão do método bachelardiano utilizado para a análise do espaço, tendo como eixo A poética do espaço, trabalho publicado em 1957. O método é definido como fenomenológico a partir dos pontos do próprio Bachelard, do uso que faz da psicologia de Minkowsky2 e de sua particular análise dos significados da linguagem poética. Consequentemente, ocorrem de maneira resumida os aspectos do espaço que transcendem ao conhecimento científico e que, a partir da poesia, descrevem as características de um espaço significativo para o poeta. A Casa, os cantos e os móveis, entre outros aspectos, serão objeto de representações poéticas que revelam, inclusive, uma filosofia do espaço. Palavras-chave: Imaginário, sonho, casa. RESUMÉ: Ceci est une revue de la méthode bachelardien utilisée pour l'analyse de l'espace, avec la axe La poétique de l'espace, ouvrage publié en 1957. La méthode est définie comme phénoménologique pour commencer des points de Bachelard que lui-même, marques de son utilisation de la psychologie de Minkowsky et son analyse particulière des significations du langage poétique. Par conséquent, se produire brièvement les aspects de l'espace au-delà de la connaissance scientifique et, de la poésie, décrire les caractéristiques d'un espace important pour le poète. La maison, le coin et les meubles, entre autres choses, fera l'objet de représentations poétiques qui révèlent même une philosophie de l'espace. Mots-clés: imaginaire; rêve; Maison.

O Auto da Compadecida, filme dirigido por Guel Arraes, em 2000, trata-se de uma tradução intersemiótica do texto dramático de Ariano Suassuna, produzido em 1955. O objetivo deste trabalho é discutir as articulações entre imaginário, memória e identidade no contexto da obra cinematográfica. Analisa-se, nesta proposta, a linguagem verbal, visual e sonora do filme, considerando suas conexões com as identidades e à memória, aspectos que nos remetem a complexas reflexões sobre instâncias expressivas, que se revelam como performances de uma cultura traduzidas em paisagens imaginárias. Metodologicamente, o texto fundamenta-se nos princípios dos estudos comparados de literatura, segundo os quais os textos artísticos, em permanente diálogo, são tratados em suas singularidades, não se considerando o texto de origem modelar ou paradigmático ao qual sua releitura se reportaria como fonte ou influência. Esta pesquisa bibliográfica, de matriz interdisciplinar, aporta-se na concepção de tradução intersemiótica de Julio Plaza. A abordagem da trilha sonora está embasada nos estudos de paisagem sonora de Murray Schaffer. Adota-se o método analítico para leitura crítica do material verbal, visual e sonoro, composto pela construção linguística, imagética e melódica, pelas técnicas de criação de imagens, pela instrumentação, pelo uso de efeitos de sonoridade e oralidade. Entre os resultados, destacamos a qualidade estética que se revela na forma híbrida como as linguagens se articulam de maneira a revelar o imaginário do sertão nordestino, como um lugar de memória cultural, a partir do qual se desnudam as identidades locais, regionais e nacionais.

El concepto de alma en las filosofías de Platón y Aristóteles, por la posición que ocupa en sus argumentos relativos a la esclavitud, fue central para la estructura ideológica sobre la que se sostuvo la institución esclavista durante la Colonia. Será importante remitirnos, en un primer momento, al estudio de Erwin Rohde sobre este concepto, para examinar la materialidad del hálito y plantear una relación entre la mirada y la configuración de imaginarios. Posteriormente, examinaremos el lugar que tiene el alma en los argumentos de Platón y Aristóteles en favor de esclavitud, con énfasis en el papel de la mirada, el dominio sobre el cuerpo y la naturaleza de los cuerpos esclavizables. Finalmente, revisaremos en la obra de Frantz Fanon una crítica a la mirada europea y occidental que diseca el cuerpo negro al otorgarle un alma.

Associando as teorias de Thomas Kuhn e de Cornelius Castoriadis, este trabalho aborda o agir histórico em ambientes intelectuais. As ações dos agentes encontram-se premidas entre o conjunto de possibilidades disponíveis em uma determinada época e sua inventividade, bem como sua capacidade para de divergir do conjunto teórico vigente. Segundo Kuhn, notabilizado pelo estudo acerca do paradigma de conhecimento científico, a escolha de um novo paradigma não é determinada por regras lógico-racionais, mas sim por generalizações simbólicas, modelos, valores e exemplos compartilhados, que muitas vezes faz com que o debate científico se assemelhe mais à prática da retórica que ao conhecimento científico normal. Por outro lado, Castoriadis pensou o imaginário como o instituidor de visões de mundo. Ou seja, os padrões sobre como se pensa sobre algo são instituídos pelo poder imaginativo que, também, promove rupturas com o pensamento anterior. Ao articular agência, paradigmas de conhecimento e imaginário, o trabalho propõe uma interpretação complementar entre as teorias de Kuhn e Castoriadis, oferecendo novas percepções sobre os processos revolucionários nas práticas intelectuais.

O mito do Judeu Errante remonta à Idade Média e se proliferou pela oralidade e pela escrita, sempre na direção do ódio aos judeus. O mito passou aparecer com recorrência em gêneros artísticos variados; mas assumiu uma perspectiva mais próxima da medieval ao entrar na literatura de cordel. A relação desse mito com tal gênero permeia o objeto de estudo deste texto, que apresenta uma reflexão literário-histórica com o objetivo de se reconhecerem a permanência do mito do Judeu Errante e sua difusão no Brasil. O estudo propõe uma leitura analítico-interpretativa da obra O judeu errante, de Manoel Pereira Sobrinho (1958). O estudo se desenvolveu na interseção da teoria da literatura com a história cultural guiado pela premissa de que a literatura pode representar a forma como as pessoas pensavam no mundo, em si, em seus valores, preconceitos, medos etc. Assim, a obra literária se projeta como fonte histórica privilegiada à compreensão do universo simbólico do mito em formas literárias, sem as quais sua permanência e circulação seculares seriam incertas. Igualmente ao mito, a literatura de cordel remonta à Ibéria da Idade Média e explora temas que entraram no repertório conceitual incorporado ao mito do Judeu Errante desde os tempos medievais. É o caso da abordagem com foco na usura e no deicídio, que traz à tona a imagem de errância do personagem na literatura brasileira. Tal literatura se inscreve na produção de poetas do Nordeste com uma representação do Judeu Errante que molda a construção do imaginário do cordelista, tradutor da cultura popular e da tradição estético-temática. Portanto, a poesia considerada como objeto de análise neste estudo se engendra como elemento significativo da nacionalidade: da cultura, da memória e da identidade de um povo.

Propomos uma leitura do “Liso do Sussuarão”, descrito em Grande sertão: veredas, como território imaginal. Face às considerações teóricas de Bolle (2004) sobre a geografia como sistema de pensamento e de Corbin (1976) sobre “mundus imaginalis”, abordamos a questão dos nomes. Concluímos que, no romance, os problemas da linguagem unem-se àqueles dos limites, das fronteiras e do território para formar um mundo intermediário.

Depois de um breve mapeamento de como a crítica literária já associou os nomes de Guimarães Rosa e Valdomiro Silveira, passamos à análise comparativa de "Substância" e "Cena de amor", verificando não propriamente uma relação intertextual entre esses contos, mas uma série de expressivas semelhanças estruturais e temáticas que os aproxima. Como resultado, propomos a validade de se recuperar e valorizar um texto escrito por um escritor "menor", por meio de seu diálogo e contraste com uma criação de um autor consagrado e a constatação de seu papel específico de veiculação de diferentes sentidos e visões de mundo.

Fanfictions são práticas transformativas baseadas em produtos culturais como livros, filmes, animes, mangás, HQs e outros materiais-fonte. Este artigo problematiza o subgênero Real Person Slash (RPS), estabelecido não pela reescritura de uma história, mas pela ficcionalização da vida e dos (supostos) relacionamentos homoafetivos entre artistas, na qual os bandoms acessam as celebridades como artefatos midiáticos por meio de fragmentos de informação em níveis textuais e extratextuais (entrevistas, vídeos, performances, fotos, notícias em revistas de fofoca). Para este estudo, foi selecionada uma fanfic sobre membros da girlband Fifth Harmony. Durante a análise, percebeu-se que fics RPS manipulam a figura pública (persona), transformando-a em personagem para o qual se cria um eu privado (pessoa) ficcional, em busca de identificação e representatividade. Concluiu-se que RPS, enquanto repertório literário, é pautada em atos de fingir, conforme proposição de Wolfgang Iser (1999) em suas observações acerca do fictício e do imaginário.

De gestores urbanos a artistas, passando por empresários e publicitários, a marca “Rio” é mun-dialmente conhecida e consumida. A projeção midiática que a cidade teve durante os preparativose a realização dos Jogos Olímpicos de 2016 possibilitou a construção de um imaginário largamenteutilizado na intenção de legitimar práticas institucionais que modificaram o espaço e o reade-quaram aos interesses de coalizões governamentais e empresariais. Esse modelo de governançaolha para a cidade e a administra, literalmente, como uma mercadoria que deve ser valorizadae cultuada, a fim de se projetar num mercado internacional onde concorre com outras cidades.Pretendemos debater, neste artigo, as mutações do Rio (e da marca Rio) utilizando como parâ-metros, além do contexto histórico, a Reforma Passos, no começo do século XX, e as intervençõesoperadas na cidade com vistas à Copa e às Olimpíadas

RESUMO Este trabalho investiga as variações epistemológicas nas abordagens da fotografia como imagem e como linguagem. A partir do retrato de Lula destacado na capa da Folha de S. Paulo em 19 de janeiro de 2023, refletimos sobre as bases conceituais da fotografia jornalística e compreendemos seus apelos ao imaginário. A abordagem é de natureza filosófica, analisando as contradições entre diferentes perspectivas teóricas. Concluímos que a fotografia é uma forma de compreender o mundo, na qual ela não é tomada como sua representação e sim percebida como sua parte intrínseca.

Este artigo se dedica a uma discussão teórica em relação à imaginação como um elemento lúdico intrínseco ao imaginário. Para isso, explora os conceitos de símbolo, imagem e imaginação, situando o ato imaginativo em um contexto mais amplo e destacando suas dimensões poéticas e fantásticas. Além disso, reflete sobre a importância da atividade lúdica nos estudos do imaginário, enfatizando a ligação do jogo e da criatividade à imaginação, promovendo a exploração de novas perspectivas, a experimentação de diferentes realidades e a expansão de mundos ficcionais. Essa abordagem não só enriquece o entendimento lúdico do imaginário, mas ressalta seu papel fundamental na promoção de uma retórica focada na brincadeira, fornecendo novos significados à vida humana.

Conversa com o sociólogo italiano Vincenzo Susca em junho de 2023, durante sua passagem por Porto Alegre, quando ministrou aulas sobre paisagem midiáticas e imaginário, a convite do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da PUCRS. Na entrevista, o professor associado de Sociologia do Imaginário na Universidade de Paul-Valéry 3 (Montpellier, França), falou sobre imaginário, tecnomagia e defendeu a necessidade de “aprender a dançar” sobre as cadeias impostas por uma sociedade cada vez mais governada por algoritmos.

En este trabajo se analizan las fotografías del sur de Chile que Robert Gerstmann realizó y difundió entre la publicación de su libro Chile: 280 grabados en Cobre (1932) y Chile en 235 cuadros (1959) para ahondar en la manera en que la inclusión de sus imágenes de la Antártica Chilena en el segundo de ellos se vinculó con la definición de un imaginario del sur “expandido”, a valorar por su supuesta virginidad natural. Este libro se sumó a un conjunto de publicaciones anteriores centradas en reafirmar la postura jurídica chilena en las disputas para su anexión, describir el territorio reclamado y difundir su historia para así fomentar una conciencia antártica nacional. Sin embargo, destacaba entre ellas por integrar sus paisajes a un imaginario más general del país entero y, junto con ello, resignificar todo el territorio austral como una región completamente diferente con respecto a la que él mismo había observado y difundido antes. Comparar estos dos libros entre sí y con otras fotos del mismo autor verificando lo incluido y lo excluido del relato final, permite considerar la obra de Gerstmann como representativa del discurso oficial y entender de mejor manera los sesgos ideológicos y culturales que condujeron a la resignificación aludida y a la construcción inicial de una imagen de Chile como país antártico.

El presente artículo se propone explorar la conceptualización sartreana en torno a la experiencia alucinatoria, tomando como guía metodológica la psicología fenomenológica de lo imaginario y la imaginación que Sartre teoriza previo a la publicación de L'Être et le Néant (1943). En este sentido, se propone una revisión del lugar y función del cuerpo en la producción imaginativa que, desde estos textos sartreanos, envuelve todo contenido alucinado. El cuerpo, consecuentemente, se plantea a la vez como facticidad, afectividad y como campo irrealizante de lo alucinado. Lo valioso en el planteamiento sartreano es que pone de relieve elementos constitutivos para una aproximación fenomenológica de la psicopatología, tales como la pasividad de la afección subjetiva, la tesis de creencia de lo alucinado y las condiciones de posibilidad de un contenido imaginativo.

The conceptualization of a distorted image around the Arab/Muslim is the result of a tangled process where the relationship between the Western Us and the Eastern Other has a hostile and devastating character. The domination of the Different Other is the complicated accumulation of historical processes where philosophical and scientific theories intertwine with the religious recommendations of missionaries at the service of the colonial era. The historical background based on the colonizations has cemented solid platforms to fix in the Western collective memory a constant difference between the superior Westerner versus the other inferior. These bases are fed, today, in new ways to continue marking gaps between both parties, and fossilize, with great fluidity, in the idiosyncrasy of the Westerner the image of the barbaric and impotent Other. In this essay we present a brief diachronic journey about the relationship between the West and the East to expose some facts belonging to different fields, and that have been used to justify the colonial process. Likewise, we tried to delimit the new aspects that fuel the stereotype inherent to the Arab/Muslim and that concretize the inferiority of the other Oriental, namely: the media, the film industry, novels and translations. [ABSTRACT FROM AUTHOR]

Football allows to observe how the individuals involved in the game - athletes, fans, etc. - feel, see and perceive the world around us. This article aims to identify the imaginary of masculinity expressed in the chants of the fans of Grêmio, a football club from Porto Alegre. An on-site observation of the songs was made and based on the Discursive Analysis of Imaginaries and a theoretical survey on gender and masculinities, it was possible to confirm that the songs sung by the Grêmio fans privilege a hegemonic and heteronormative masculinity, which depreciates the rival using homophobic terms, values alcohol consumption, regionalism and belonging to the Club. Despite this, the songs also value homoaffectivity between fans of the same club, celebrating joy, love, celebration, and unity. [ABSTRACT FROM AUTHOR]

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The rituals, ceremonies and effervescence of the sacred manifest themselves in digital culture not only through the proliferation of new religious cults. They do so through the online actualisation of traditional religious forms but also the spiritual elevation of objects (Houtman & Meyer, 2012), practices (Carolyn, 2014) or ephemeral, playful and dreamlike images (Susca, 2016). In most cases, they involve figures that evoke the most sensitive and immaterial aspects of experience: its flesh (Esposito, 2004; Henry, 2000) and its imaginary (Durand, 1992). This is the actualisation of what Durkheim (2008) called the "social divine". We are thus witnessing the proliferation of a multitude of small churches characterised by a low degree of institutionalisation and a high symbolic and emotional density (Maffesoli, 2020). In this sense, digital sociality acquires a decisive value in transfiguring ordinary life, the realm of the profane, into a mythical and mystical experience, brushing up against the sacred in its wildest form (Bastide, 1975). Indeed, the relationships that emerge from these media landscapes reveal a capacity to associate what is separate in time and space, previously belonging to the spiritual and transcendent orders (Davis, 1999). Thus, the culture of connection and sharing actualises in secular spheres a whole set of symbolic experiences reminiscent of religious mysteries (Campbell, 2012). This imaginary modifies the modern relationship between technology and society according to a paradigm that could be called "technomagic". [ABSTRACT FROM AUTHOR]

The earliest records of horses in Mexico date back to the Eocene. However, this group of mammals disappeared from the territory towards the transition from the Pleistocene to the Holocene and came back accompanying the Europeans in their "discovery" and conquest of America at the end of the 15th and the beginning of the 16th century. The impressions in the imaginary of the inhabitants of that multicultural territory regarding the presence of the human upon the beast are manifested in the chronicles, the codices, and the languages of each one of these societies. This article presents the first testimonies about this animal in Hispaniola and of those who arrived with the Spanish invasion. We address the media in which they were represented, their meaning and the evidence of bone remains found in colonial contexts. Our objective is to explain the relationship that the natives established with this animal that had recently arrived in their territories. [ABSTRACT FROM AUTHOR]

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O artigo objetiva compreender os sentidos circulantes em séries de ficção científica em torno da figura de robôs ao longo do tempo. Para tanto, recorre à Teoria do Imaginário, de Gilbert Durand e aos procedimentos metodológicos por ele sistematizados na Mitocrítica, a fim de mapear os principais elementos simbólicos, arquétipos e mitos que circulam em uma produção cultural midiática. Adota-se como objeto empírico a saga estadunidense Battlestar Galactica (1978 – 2010). Entre os resultados, encontra-se disposto em escala ascendente no desenvolvimento deste universo ficcional, um deslocamento do combate à tentativa de conferir sentido ao medo fundamental do ser - a morte. Assim, constrói-se um imaginário de positivação da finitude humana, delineando um horizonte de eternidade nos termos religiosos como destino comum à humanidade e aos seres artificiais. Dentro desse contexto, ser e saber-se mortal emerge como o que confere sentido à vida, configurando essa condição existencial como consolo frente ao inexorável.

Este artigo trata sobre a relação do imaginário com o processo de criação de figurinos e cenografias para espetáculos teatrais. O imaginário, como conceito fundamental do trabalho, atua como propulsor para gerar ideias e material criativo na construção da parte visual de um espetáculo. Pelas potencialidades observadas, a partir da discussão dos estudos do imaginário, pesquisa bibliográfica que tem como base o texto “A produção imaginária e a formação do sentido estético: Reflexões úteis para uma educação humana” de Angel Pino (2006), decidimos conectar estes elementos com o processo criativo na produção de figurinos e cenografia teatral, e suas interfaces com os estudos do Imaginário que, nesse sentido, subjaz, como parte essencial do processo criativo e suas nuances.

La película soviética Los Marinos de Kronstadt (1936) fue proyectada en Madrid por primera vez el 18 de octubre de 1936, a pocos meses de comenzar la guerra civil española (1936-1939). Los medios de masas pronto instrumentalizaron sus valores ideológicos textuales y subtextuales para explicar la realidad española de la guerra. Analizando su impacto a la luz de la teoría de la producción visual ideologizada y de las posibilidades del realismo que construye Josep Renau (1907-1982) durante los mismos años comprobaremos la capacidad significante de la película en una realidad social en conflicto. Un contexto en el que la producción visual se explotó hasta el punto de conformar un verdadero imaginario (ideológico, bélico, revolucionario) cuyas representaciones se sometieron a un proceso constante de redefinición y revisión. En los años que duró la contienda se reflexionó continuamente sobre las posibilidades morfológicas y las capacidades ideológicas de la imagen, desdibujando las fronteras entre las categorías convencionales que separan la imagen artística de otros tipos de representaciones visuales. Como integrante de dicho fenómeno, en cuya construcción se fueron superponiendo las consideraciones sobre los usos y alcances de toda clase de imágenes, la película presenta un caso de estudio ejemplar.

O livro A Queda de Arthur é uma obra de J.R.R Tolkien que contém um poema em versos aliterativos escrito, aproximadamente, em 1930, mas organizado e publicado por Christopher Tolkien, filho do autor, em 2013. O poema narra as incursões de Arthur pelo território da Britânia e a luta pela defesa de seu reino. O objetivo deste artigo é analisar como se dá a construção do imaginário Arthuriano no poema em questão a partir da observação das características do rei e de como ele se relaciona com o contexto em que é representado, no qual problematizamos a classificação de Arthur como “bretão”. Para compreensão da obra, sempre em relação com a historiografia medievalística, utilizamos como metodologia a análise do discurso. Concluímos que o imaginário do rei Arthur do poema de Tolkien foi amplamente inspirado nas obras do ciclo arturiano que surgiram após o século XII, no qual Arthur é um cristão por excelência, imbuído de características e elementos expressos nos romances de cavalaria medievais e, portanto, muito provavelmente se distanciando dos contos orais propagados em línguas célticas no século VI. Essa última forma de representa-lo contribui, ainda que em partes, para uma espécie de apagamento da “celticidade arthuriana”.

Podem as obras do passado incorporar imagens e modos de ver que historicamente as sucedem? Este estudo se debruça sobre a novela gráfica Sinal e ruído, de Neil Gaiman e Dave McKean de 1992, para tratar da ressonância póstuma das imagens, a partir da temática do apocalipse. Parte-se da problemática segundo a qual o modo como lidamos, hoje, com o passado o ressignifica enquanto passado, o qual, não obstante, nos constituiu e nos trouxe a este presente. Por fim, depreende-se do imaginário póstumo da obra estudada a figura benjaminiana do pós-narrador, que cumpre a tarefa paradoxal e anônima de rememorar todas as almas pretéritas e presentes que seguem em procissão rumo ao esquecimento.