Araujo Milbratz, Bianca, Clara da Cruz Della Torre, Ana, Maciente Souza, Camila, Helena de Aguiar Toloni, Maysa, Serenini Bernardes, Milena, and Braga Lima, Daniela
INTRODUÇÃO O padrão alimentar compreende os alimentos que são consumidos habitualmente pelos indivíduos e conhecê-lo permite subsidiar ações de educação alimentar e nutricional. A família tem o papel de estimular desde o início uma alimentação saudável, com estratégias para o reconhecimento dos sinais de fome e saciedade, além do estímulo à sua capacidade de autocontrole, que irão contribuir para um comportamento alimentar adequado. O Guia Alimentar para as Crianças Brasileiras Menores de Dois Anos recomenda o consumo de alimentos in natura e minimamente processados, e desestimula a oferta de ultraprocessados, açúcar ou preparações adoçadas. Este estudo teve o objetivo de avaliar o consumo alimentar de crianças de seis a 23 meses. MÉTODOS Trata-se um estudo transversal realizado com crianças entre seis a 23 meses acompanhadas em Unidades Básicas de Saúde no município de Lavras – MG, como parte de um projeto maior intitulado: “Caderneta de Saúde da Criança: implicações sobre a segurança alimentar e nutricional na primeira infância”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Lavras sob o parecer CAAE: 43815221.2.0000.5148. Foram obtidas informações sociodemográficas e sobre a frequência do consumo alimentar da criança nas últimas 24 horas por meio dos marcadores do consumo alimentar do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional. Os dados foram tratados por meio da estatística descritiva. RESULTADOS Foram avaliadas 95 crianças com predominância do sexo feminino (n= 33;54,1%). A média de idade foi de 14,6 (±5,06) meses. No dia anterior à entrevista 80% comeram fruta inteira, em pedaços ou amassada e 94,7% ingeriram comida salgada. A comida salgada foi oferecida duas vezes no dia para 73,3% crianças, principalmente, oferecida para maioria em pedaços. Vegetal ou fruta de cor alaranjada foi oferecido para 58,9% das crianças, enquanto, 22,1% ingeriram verduras de folha. O arroz, o feijão e a carne ou ovo foram oferecidos para 85,3%, 82,1% e 78,9% das crianças, respectivamente. Cerca de 41,1% das crianças ingeriram bebidas adoçadas. CONCLUSÃO O padrão de consumo alimentar observado entre crianças foi marcado por forte presença do arroz e feijão, fortalecendo a prática cultural brasileira, em contrapartida, constatouse o baixo consumo de verduras de folha, importantes fontes de fibras, vitaminas e minerais, necessários para manutenção de um bom estado nutricional e de saúde. Quase metade das crianças ingeriu bebidas adoçadas no dia anterior à entrevista, o que deve ser evitado de acordo com as recomendações para a faixa etária, que atualmente desaconselha essa prática antes dos dois anos de vida. Torna-se necessário ações de educação alimentar e nutricional pautadas nas recomendações do Guia Alimentar para Crianças Brasileiras menores de dois anos, fortalecendo práticas de alimentação saudáveis de forma a garantir o crescimento e o desenvolvimento adequado. [ABSTRACT FROM AUTHOR]