The idea of investigating the characteristics of Ko-tha, by the Italian composer Giacinto Scelsi (1905-1988), for guitar treated as a percussion instrument, arose fundamentally from the fact that this piece be an unusual composition in the guitar repertoire, which, in our view, has been better assimilated by the percussionists than by the guitarists in their repertoire. After knowing the author’s inclinations, the score of Ko-tha – Three Dances of Shiva, in reality only represents a kind of flexible script, which reveals a freedom of execution still unusual in guitar writing, was composed 52 years ago, although its full version was only published in 1989 (Paris: Salabert). We do not know of antecedents of similar compositions in the classic guitar, with the rhythmic flexibility of Ko-tha, focused mainly on the percussive possibilities of the instrument. We can see in numerous compositions previous and subsequent to Ko-tha certain use of percussion on the guitar as another element integrated in their works (Murcia, Turina, Ginastera, Bogdanovic, Kampela, etc.), in classical music and in more generalist music. However, none of these works seems comparable to the composition we studied. Still, the reference in the subtitle to the dances of the Hindu god Shiva, the identification of Scelsi with orientalist currents, and the syncretic use of instruments of different organological classifications, motivates the authors of this paper, who are specialists in percussion and guitar, respectively, to do a deeper study of this work. / A ideia de investigar sobre as características da obra Ko-tha do compositor italiano Giacinto Scelsi (1905-1988), para guitarra percutida, surgiu fundamentalmente do facto de esta ser uma composição invulgar no repertório guitarrístico e que, segundo o nosso ponto de vista, tem sido mais bem assimilada pelos percussionistas que pelos guitarristas no seu repertório. Depois de conhecer as inclinações do seu autor, a partitura de “Ko-tha – Três danças de Shiva”, na realidade apenas representa uma espécie de roteiro flexível, que revela uma liberdade de execução ainda inusitada na escrita para guitarra, apesar de ter sido composta há 52 anos, embora a sua versão completa só tenha sido publicada em 1989 (Paris: Salabert). Não conhecemos antecedentes de composições similares para guitarra clássica, com a flexibilidade rítmica de Ko-tha, focada principalmente nas possibilidades percussivas do instrumento. Podemos ver em numerosas composições para guitarra, anteriores e posteriores a Ko-tha, certo uso da percussão, mas como mais um elemento integrado nas obras de autores de diferentes épocas e nacionalidades como Murcia, Turina, Ginastera, Bogdanovic, Kampela, entre outros, mas também em música de âmbito mais generalista. No entanto, nenhuma destas obras parece ser comparável com a composição que estudamos. Ainda, a referência no subtítulo às danças do deus hindu Shiva, a identificação de Scelsi com correntes orientalistas, e o uso da guitarra no estilo de um instrumento de diferente classificação organológica, que podíamos apelidar de sincrético, são elementos que motivam um estudo mais profundo de esta obra por parte dos autores deste artigo, especialistas em guitarra e em percussão, respetivamente.