Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) Background: Despite the high prevalence of type 2 diabetes mellitus and its consequent complications, there is still a lack of longitudinal studies that analyze the cognitive decline considering disease uncontrolled cases. Objective: To analyze the trajectory of cognitive function, in analyzes stratified by sex, according to the presence and control of diabetes during eight years of follow-up. Method: Data from 3,984 participants from English Longitudinal Study of Ageing (ELSA Study) were used, 1,752 men and 2,232 women. The study outcomes were the performance of cognitive domains memory, executive function, temporal orientation, in addition the global cognition. Cognitive performance in each test was standardized as z-score by schooling and age. Exposure was classified into participants without diabetes, with controlled diabetes and with uncontrolled diabetes. For the trajectory analyzes of the global cognition and cognitive domains, generalized linear mixed models were used for men and women, separately, and controlled by sociodemographic, behavioral and health conditions variables. Inverse Probability Weighting (IPW) was used to compensate losses of follow-up and to correct survival bias, common in longitudinal studies. Results: No differences were found between the z-score of global cognition and cognitive domains according to baseline diabetes status in either men or women. During eight years of follow-up, women with uncontrolled diabetes had a greater decline in global cognition z-scores - 0.037 sd per year (95%CI - 0.073; - 0.001) and executive function - 0.049 sd per year (95% CI - 0.092; - 0.007) when compared to those who did not have diabetes. There was no difference in the trajectories of the memory and temporal orientation cognitive domains as a function of diabetes status in women. In men, there was no difference in global cognition trajectories as well as in any cognitive domains according to diabetes status. Conclusion: Women who do not control adequately the blood glucose have a greater risk of cognitive decline. Global cognition and the executive function domain seem to be more affected by uncontrolled diabetes than the memory and temporal orientation domains. Gender seems to influence this relationship, since among men there was no association in the trajectory of cognitive function according to diabetes status. Thus, glycemic control, especially in women, is essential for maintaining cognitive function. Introdução: Apesar da alta prevalência de diabetes mellitus do tipo 2 e das suas consequentes complicações, há ainda escassez de estudos longitudinais que avaliem o declínio cognitivo considerando casos não controlados da doença. Objetivo: Analisar a trajetória da função cognitiva, em análises estratificadas por sexo, de acordo com a presença e controle do diabetes durante oito anos de acompanhamento. Método: Foram utilizados dados de 3.984 participantes do English Longitudinal Study of Ageing (Estudo ELSA), sendo 1.752 homens e 2.232 mulheres. Os desfechos do estudo foram o desempenho nos domínios cognitivos memória, função executiva e orientação temporal, além da cognição global. O desempenho cognitivo em cada teste foi padronizado em z-escore por escolaridade e idade. A exposição foi classificada em indivíduos sem diabetes, com diabetes controlado e com diabetes não controlado. Para as análises de trajetória da cognição global e dos domínios cognitivos foram utilizados modelos mistos lineares generalizados para homens e mulheres, separadamente, e controlados por variáveis sociodemográficas, comportamentais e condições de saúde. O Inverse Probability Weighting (IPW) foi utilizado para compensar perdas de seguimento e corrigir o viés de sobrevivência, comuns em estudos longitudinais. Resultados: Não foram encontradas diferenças entre o z-escore da cognição global e dos domínios cognitivos de acordo com o estado de diabetes na linha de base tanto em homens quanto em mulheres. Durante os oito anos de acompanhamento, mulheres com diabetes não controlado apresentaram maior declínio nos z-escores de cognição global - 0,037 dp por ano (IC95% - 0,073; - 0.001) e de função executiva - 0,049 dp por ano (IC95% - 0,092; - 0,007) quando comparadas às que não tinham diabetes. Não houve diferença nas trajetórias dos domínios cognitivos memória e orientação temporal em função do estado de diabetes nas mulheres. Em homens não houve diferença nas trajetórias da cognição global bem como em nenhum domínio cognitivo em função do estado de diabetes. Conclusão: Mulheres que não controlam adequadamente a glicemia possuem mais risco de declínio cognitivo. A cognição global e o domínio função executiva parecem ser mais afetados pelo diabetes não controlado do que os domínios memória e orientação temporal. O sexo parece exercer influência nesta relação, uma vez que entre homens não houve associação na trajetória da função cognitiva de acordo com o estado de diabetes. Dessa forma, o controle glicêmico, especialmente em mulheres, é essencial para manutenção da função cognitiva. Processo nº 2020/02040-3, FAPESP Processo nº 2018/13917- 3, FAPESP Processo nº 88887.570076/2020-00, CAPES Processo nº 303577/2020-7, CNPq Processo nº 303981/2017-2, CNPq