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Os oceanos exercem um papel fundamental na distribuição geográfica e no desenvolvimento socioeconô-mico da população humana. Direta ou indiretamente, a dinâmica dos oceanos afeta diversas atividades, entre as quais agricultura, aquacultura, aviação, navegação, exploração de recursos não-renováveis (petróleo) e renováveis (pesca) etc. Para o entendimento dos oceanos, bem como para sua previsão, a Oceanografia Física busca coletar medidas sistemáticas com resolução temporal e espacial que permitam definir diagnósticos representativos. Esta é uma tarefa estrategicamente complicada, pois além dos oceanos ocuparem uma vasta área, aproximadamente 71% da superfície do Planeta, a atual capacidade tecnológica impõe inúmeras limitações com relação aos meios de aquisição de dados oceanográficos. Um importante avanço tecnológico, no entanto, foi alcançado a partir da década de 1970, quando a aquisição sistemática de medidas por satélites tornou viável o estudo e o monitoramento de processos oceânicos globais em detalhe quasi-sinótico e com uma resolução espacial relativamente detalhada, marcando o início da era denominada Oceanografia por Satélite (Robinson, 1985), A enorme quantidade de medidas provenientes de satélites levou à necessidade de criação ou adaptação de métodos para a sua análise. O método da Máxima Correlação Cruzada (MCC), tópico principal deste capítulo, foi uma das técnicas adaptadas para a Oceanografia Física com a finalidade de fornecer estimativas da circulação oceânica superficial por meio da determinação do movimento ad-vectivo de feições (água ou gelo) em imagens sequenciais de satélite. Apesar da existência de técnicas semelhantes, a prática do MCC tornou-se popular principalmente porque seu algoritmo, relativamente de fácil implementação e baixo custo computacional, produziu diagnósticos satisfatórios em uma considerável parte dos casos de estudo. Porém, assim como outras técnicas, o MCC não é universal e possui limitações que restringem sua utilização, isbn: 85-86238-48-1, Pages: 61-76