Four different vinegars (Fig enxario, Fig, Sweet potato and Grape) were collected from a vinegar production factory, Fateixa, located in Algarve, Portugal and were examined for different physico-chemical and antimicrobial characteristics. Results of the physico-chemical experiments revealed that in the tested vinegar samples, the pH ranged from 2.83 to 3.49 and the titratable acidity was between 4.84% and 6.75%. Moreover, the lowest Brix value was found in Grape vinegar (4.80) while the highest value was in Fig vinegar (11.20). Total phenolic and total flavonoid contents ranged from 0.35 to 2.03 mg GAE/ml and 93.68-357.31 mg catechin/ml, respectively. Antioxidant activity revealed no significant difference between samples. Color properties showed that L* values of the tested vinegars varied from 25.47 to 28.36, and values of a* and b* were found in the range of -0.49-0.48 and 2.01-3.23, respectively. The antibacterial properties of the vinegars were evaluated against eight bacterial isolates, Gram-positive (Staphylococcus aureus ATCC 25923, Listeria innocua ATCC 33090, Staphylococcus epidermidis ATCC 12228 and Bacillus cereus ATCC 10876) and Gram-negative (Cronobacter sakazakii ATCC 29544, Salmonella enterica Typhimurium ATCC 14028, Escherichia coli ATCC 25922 and Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853) bacteria. The highest antibacterial activity was found in Grape vinegar, however in the case of C. sakazakii and S. Typhimurium, Sweet potato vinegar had the greatest growth-inhibitory effects. It was also observed that P. aeruginosa was the most sensitive strain, particularly against Grape vinegar. Furthermore, antifungal activity of the vinegars against seven yeast strains (namely, Candida albicans ATCC 10231, Candida albicans ATCC 90028, Cryptococcus neoformans YPO 186, Saccharomyces cerevisiae PYCC 3507, Pichia membranifaciens PYCC 2489, Zygosaccharomyces bailii PYCC 4806 and Debaryomyces hansenii PYCC 2968) was examined. None of the vinegars showed fungicidal activity against C. albicans, S. cerevisiae and Z. bailii. On the contrary, growth of D. hansenii was considerably affected by all samples, while the highest level of growth-inhibitory effect was observed for Sweet potato vinegar. In conclusion, the bacteria tested were more sensitive to the vinegars than the yeasts. Os resíduos produzidos pelas indústrias agrícolas têm um efeito negativo no meio ambiente e no crescimento económico de qualquer país e a utilização desses resíduos resultará em bens naturais que poderão ser utilizados como matérias-primas de baixo custo. A aplicação adequada de resíduos de frutas pode ser implementada para melhorar a sustentabilidade ambiental, minimizando os impactos ambientais desses resíduos e para melhorar produtos alimentares com elevado valor nutricional. A produção de vinagre a partir de subprodutos do processamento de alimentos ou resíduos de frutas, é uma possibilidade atraente da gestão de resíduos com benefícios económicos. Os vinagres são comumente produzidos a partir de vinho, uva, cerveja, cidra de maçã, entre outros. O processamento ocorre em duas fases que começa com a fermentação alcoólica dos hidratos de carbono e termina com a acetificacão. É necessário caracterizar diferentes parâmetros dos vinagres produzidos para avaliação da sua qualidade e classificação. As qualidades sensoriais desempenham um papel importante na determinação da qualidade do vinagre, sendo a qualidade sensorial afetada principalmente pelo seu aroma e sabor. Na verdade, os compostos aromáticos voláteis e os polifenóis têm um impacto significativo nas características organoléticas do produto (cor, sabor e adstringência) junto com seus aspetos benéficos. Além disso, os vinagres têm vários benefícios para a saúde cientificamente comprovados. Em vez de prevenir doenças, vários componentes bioativos podem diminuir o risco de doenças. Os compostos polifenólicos, que além de sua ação antioxidante, também são responsáveis pela cor e adstringência do vinagre, têm despertado muita atenção nesse sentido. Apresentam propriedades antioxidantes, antibacterianas, anticancerígenas, previnem a obesidade, assim como doenças de hipertensão e contribui para regular os níveis do colesterol devido à presença de componentes bioativos, como ácido acético, ácido gálico, catequina, epicatequina, ácido clorogênico, ácido caféico, ácido p-cumárico e ácido ferúlico. Os vinagres são também muito utilizados como conservantes de alimentos devido à sua capacidade de inibir o crescimento microbiano. O vinagre contém uma variedade de ácidos orgânicos, incluindo ácido acético, que pode penetrar nas membranas celulares dos microrganismos e causar a morte celular. Neste trabalho, foram analisadas quatro amostras diferentes de vinagre numa fábrica de vinagre, Fateixa, localizada no Algarve, Portugal (vinagre de Figo Enxario, vinagre de Figo, vinagre de Batata doce e vinagre de Uva). Primeiramente, este estudo visou avaliar as diferentes propriedades físico-químicas das amostras de vinagre mencionadas, incluindo pH, concentração de ácido acético (acidez total), sólidos solúveis totais (ºBrix), análise de cor, compostos fenólicos totais e flavonóides totais e capacidade antioxidante. Os resultados obtidos revelaram que o pH dos vinagres testados variou de 2,83 a 3,49. Além disso, a acidez total das amostras de vinagre foi determinada entre 4,84% e 6,75% de ácido acético, sem diferença significativa entre as amostras. Os valores Brix das amostras variaram de 4,80 a 11,20 e o menor valor de sólidos solúveis totais (ºBrix) foi encontrado no vinagre de Uva (4,80), enquanto o maior valor foi observado no vinagre de Figo (11,2). No caso das propriedades bioativas das amostras de vinagre, os teores fenólicos totais variaram de 0.35 mg equivalente de ácido gálico (GAE)/ml a 2.03 mg GAE/ml, enquanto o maior valor foi encontrado no vinagre de Figo e o menor valor foi encontrado no vinagre de Batata doce. Por outro lado, os teores de flavonóides totais (TFC) das amostras de vinagre foram obtidos na faixa de 93,68-357,31 mg catequina/ml e entre as amostras de vinagre, o vinagre de Uva e o vinagre de Enxario de Figo apresentaram os maiores e os menores teores de TFC. As medições da atividade antioxidante não revelaram diferença significativa entre as amostras, a qual variou de 0,05 mg TE/ml a 0,39 mg TE/ml. As propriedades de cor mostraram que os valores L* das amostras de vinagre testadas variam de 25,47 a 28,36, e os valores de a* e b* foram encontrados na faixa de -0,49-0,48 e 2,01-3,23, respetivamente, tendo o vinagre de Batata doce obtido o maior valor L*. O presente estudo também se concentrou na avaliação da qualidade microbiana das amostras de vinagre através do estudo dos seguintes parâmetros: microrganismos aeróbios mesofílicos, bactérias ácido-lácticas, fungos filamentosos, leveduras fermentativas e bactérias acéticas. Os resultados obtidos permitiram concluir que todos os parâmetros microbiológicos se encontravam abaixo dos limites de deteção. Outra parte do presente trabalho visou avaliar a atividade antimicrobiana de vinagres por meio do método de Kirby-Bauer, também conhecido como difusão em disco de agar. Para este propósito, as propriedades antimicrobianas dos vinagres foram avaliadas contra 15 microrganismos (Staphylococcus aureus ATCC 25923, Listeria innocua ATCC 33090, Cronobacter sakazakii ATCC 29544, Salmonella enterica Typhimurium ATCC 14028, Escherichia coli ATCC 25922, Staphylococcus epidermidis ATCC 12228, Bacillus cereus ATCC 10876, Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853, Candida albicans ATCC 10231, Candida albicans ATCC 90028, Cryptococcus neoformans YPO 186, Saccharomyces cerevisiae PYCC 3507, Pichia membranifaciens PYCC 2489, Zygosaccharomyces bailii PYCC 4806 and Debaryomyces hansenii PYCC 2968). Geralmente, a maior atividade antibacteriana foi encontrada em amostras de vinagre de Uva e no caso de C. sakazakii ATCC 29544 e S. Typhimurium ATCC 14028, o vinagre de Batata doce teve os maiores efeitos inibidores de crescimento. Observou-se também que P. aeruginosa ATCC 27853 foi a espécie mais sensível, principalmente contra o vinagre de uva. Na última parte deste trabalho avaliou-se a atividade antifúngica das amostras de vinagre contra algumasleveduras, incluindo C. albicans ATCC 10231, C. albicans ATCC 90028, C. neoformans YPO 186, S. cerevisiae PYCC 3507, P. membranifaciens PYCC 2489, Z. bailii PYCC 4806 e D. hansenii PYCC 2968. Nesta parte do trabalho, observou-se que nenhuma amostra de vinagre apresentou atividade fungicida contra C. albicans ATCC 10231, S. cerevisiae PYCC 3507 e Z. bailii PYCC 4806. Pelo contrário, o crescimento de D. hansenii PYCC 2968 foi consideravelmente afetado por todas as amostras de vinagre, enquanto o nível mais alto de efeito inibidor de crescimento foi observado para o vinagre de Batata-doce (14,33 mm). De um modo geral, concluiu-se que as bactérias testadas são maís sensíveis aos vinagres em estudo do que as leveduras.