CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior O envelhecimento da população já é considerado um fenômeno mundial, uma conquista alcançada. Vive-se mais e com maior qualidade, graças aos avanços nas áreas da saúde e tecnologia, principalmente. O Brasil também segue neste mesmo caminho, vive sua transição demográfica, com taxas de natalidade cada vez menores e pessoas vivendo cada vez mais. Com menos jovens e mais pessoas idosas integrando a população, o trabalhador idoso será presença constante no mercado de trabalho, impactando diretamente a População Economicamente Ativa (PEA). No entanto, envelhecer está por vezes associado a estigmas negativos, assim como envelhecer no mercado de trabalho também está, desmerecendo a pessoa idosa, principalmente nos países ocidentais, onde o sistema capitalista costuma mensurar a importância dos indivíduos a partir do seu trabalho e nível de produtividade, cultuando o jovem e a vitalidade física, fazendo com que estes indivíduos tenham que provar sua capacidade para realizar as mesmas atividades que passou anos realizando, apenas por serem agora, pessoas idosas, demonstrando a presença de ações ageístas. Por outro lado, também, a maior parte das pessoas estabelece suas relações sociais tendo como ponto de partida, o ambiente laboral, e quando se veem sem este em suas vidas, se sentem perdidos ou excluídos socialmente. Desta forma, entender a importância que o trabalho assume na vida das pessoas, fazendo com que elas se sintam motivadas a permanecer trabalhando ou mesmo retornar ao mercado de trabalho, não só por necessidade, mas também por realização pessoal, se faz de grande importância, merecendo atenção dos pesquisadores da temática, assim como identificar se Estado, organizações e sociedade estão preparados para esse novo sujeito, investindo em políticas públicas e organizacionais que primem pela gestão da idade. Desta forma, o objetivo do estudo foi exemplificar o fenômeno do envelhecimento nas organizações de trabalho, a partir da história de vidalaboral de uma pessoa idosa, que desenvolveu a mesma atividade no mercado formal, pelas Instituições de Ensino Superior (IES), públicas e privadas, pelas quais passou até seus 95 anos de idade. Para alcance do objetivo foram coletados dados primários por meio de entrevista utilizando como técnica a história de vida, com recorte laboral, além de registros fotográficos do acervo pessoal do sujeito desta pesquisa e consulta as suas pastas funcionais, assim como foram realizadas entrevistas com gestores das três IES onde ele trabalhou ao longo da sua trajetória. Os resultados foram analisados e discutidos à luz de literaturas que versassem sobre a temática. O estudo permitiu concluir que, dentre as variáveis que podem contribuir para a permanência ou retorno das pessoas idosas ao mercado de trabalho está a sua valorização, seja por meio de premiações ou reconhecimento pelo trabalho realizado, e que o trabalho assume importância nas relações sociais dos indivíduos, fazendo com que se sintam sujeitos de direitos e deveres na sociedade. Também foi possível constatar que os gestores entrevistados reconhecem que o processo de transição demográfica modificará a dinâmica nas organizações e que a necessidade de políticas públicas e organizacionais sobre gestão da idade devem ser implementadas formalmente, interligando todas as áreas e setores, combatendo possíveis atitudes ageístas e oferecendo oportunidades igualitárias entre os trabalhadores jovens e os idosos. Os resultados possibilitaram inferir que, de forma geral, as organizações não estão preparadas para o cenário de envelhecimento da força produtiva que é projetado para um futuro próximo. E que ao pensarem a elaboração e implementação dessas políticas, devem considerar o próprio trabalhador idoso como fonte de informações de suas demandas e necessidades. Palavras-chave: Envelhecimento. Gestão da Idade. Idosos. Trabalho. Organizações de Trabalho. The aging of the population is already considered a world phenomenon, an achievement achieved. It lives more and with greater quality, thanks to the advances in the areas of health and technology, mainly. Brazil is also on the same path, it lives its demographic transition, with increasingly lower birth rates and people living more and more. With fewer young people and more elderly people integrating the population, the elderly worker will be a constant presence in the labor market, directly impacting the Economically Active Population (EAP). However, aging is sometimes associated with negative stigmas, just as aging in the labor market is also, demeaning the elderly person, especially in Western countries, where the capitalist system usually measures the importance of individuals from their work and level of productivity, worshiping the youth and physical vitality, making these individuals have to prove their ability to perform the same activities that they spent years performing, just because they are now elderly people, demonstrating the presence of ageistic actions. On the other hand, too, most people establish their social relationships starting from the working environment, and when they see themselves without it in their lives, they feel lost or socially excluded. In this way, to understand the importance that the work assumes in the life of the people, making them feel motivated to stay working or even return to the job market, not only by necessity, but also by personal fulfillment, if it is of great importance, deserving attention of the researchers of the thematic, as well as to identify if State, organizations and society are prepared for this new subject, investing in public and organizational policies that excel by the management of the age. In this way, the objective of the study was to exemplify the phenomenon of aging in work organizations, based on the working life history of an elderly person, who developed the same activity in the formal market, by Public and Higher Education Institutions (HEIs). private partnerships, through which he passed his 95 years of age. In order to reach the objective, primary data were collected through an interview using a life history technique,with a work cut, as well as photographic records of the personal collection of the subject of this research and consultation of their functional folders, as well as interviews with managers of three HEIs where he worked throughout his career. The results were analyzed and discussed in the light of literature on the subject. The study allowed us to conclude that among the variables that may contribute to the permanence or return of the elderly to the labor market is their value, either through awards or recognition for the work done, and that work assumes importance in the social relations of the individuals, making them feel subjects of rights and duties in society. It was also possible to verify that the interviewed managers recognize that the process of demographic transition will modify the dynamics in organizations and that the need for public and organizational policies on age management must be formally implemented, linking all areas and sectors, combating possible ageist and offering equal opportunities among young and old workers. The results allowed to infer that, in general, organizations are not prepared for the scenario of aging of the productive force that is projected for the near future. And when thinking about the elaboration and implementation of these policies, they should consider the elderly worker himself as a source of information of their demands and needs. Keywords: Aging. Age Management. Seniors. Job. Work Organizations.