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Esta pesquisa foi realizada no Laboratório de Reprodução Animal do Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal do Piauí-CPCE, localizado no município de Bom Jesus-PI, utilizando sêmen de um reprodutor da raça Santa Inês, pertencente ao Colégio Técnico de Bom Jesus, com o objetivo de comparar diluentes à base de água de coco, tris + gema de ovo e a associação da água de coco + gema de ovo, na conservação da qualidade espermática durante o processo de resfriamento do sêmen ovino da raça Santa Inês, em 5 tempos de (0, 12, 24, 36 e 48 horas). Para as análises dos dados utilizou-se o programa estatístico SAS. O uso do diluente AG se mostrou eficiente em todos os tempos avaliados, isso se deve a sua capacidade nutritiva e protetora e isso se torna um recurso viável por apresentar um baixo custo de produção. Porém, para a utilização desse diluente em larga escala necessita de mais estudos para verificar até que ponto os espermatozoides continuam intactos a fim de maximizar os resultados da inseminação artificial e fornecer uma maior lucratividade para o produtor. O uso da água de coco e gema de ovo como diluente de sêmen proporciona melhor desempenho ao longo de 48 horas para as características motilidade, vigor e turbilhonamento.

Devido a suspensão das aulas presenciais no ano de 2020, em razão da pandemia de COVID-19, o uso de Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDCIs) tornou-se fundamental para a continuidade de ensino e aprendizagem. Considerando este contexto, o Grupo de Estudos em Biodiversidade e o Grupo de Estudos em Animais Selvagens da Universidade Federal do Piauí realizaram 33 eventos online na área de saúde única, clínica, manejo e conservação de animais silvestres de abril a dezembro de 2020. O presente artigo tem como objetivo relatar essa experiência e descrever o perfil dos participantes com o interesse de adquirir conhecimentos nessas áreas com o uso de tecnologias digitais. Através de questionários respondidos durante os eventos foi possível verificar um público de mais de 4.000 pessoas, sendo a maioria estudantes de ensino superior (86,1%), com idade entre 18-25 anos (83,4%) e pertencentes aos cursos de Medicina Veterinária (59,7%) e Ciências Biológicas (32,7%). As atividades tiveram inscritos de 8 países de 278 instituições, principalmente da rede privada. Pudemos evidenciar o benefício do uso da tecnologia digital na educação continuada para temas atuais ou pouco explorados nas mídias sociais ou universidades.

A Geografia Médica tem sua trajetória pautada na associação e espacialização de dados referentes a doenças, relacionando aos fatores condicionantes de existência: físicos, sociais e biológicos. Nesse âmbito, é imprescindível o auxílio de uma das ferramentas de alta precisão da Geografia Médica: os Sistemas de Informação Geográfica (SIG). A leptospirose é uma doença zoonótica de distribuição mundial, relatada em humanos, animais domésticos e silvestres. A doença no cão eventualmente o torna reservatório subclínico, uma vez que aparentemente sadio, pode alojar leptospiras e eliminá-las no meio ambiente, promovendo assim, a disseminação para outras espécies e para o homem (VASCOCELLOS, 1993). Nesse contexto, produtos cartográficos com temática pautada para análises epidemiológicas possuem ilustre relevância devido a existência de potencial para demonstrar os focos endêmicos na área de estudo. Portanto, objetivou-se nesse trabalho fazer uma análise espacial englobando a geografia médica e a saúde animal com ênfase nos casos de leptospirose em cães na cidade de Bom Jesus-PI. As 111 amostras sanguíneas de cães usadas nesse estudo foram coletas em novembro de 2018, em postos de vacinação antirrábica, localizados em quatro bairros da cidade de Bom Jesus-PI: Alto Alegre, Cohab, DER e Serra Nova. O diagnóstico foi realizado pela técnica de Soroaglutinação Microscópica (SAM), uma parte na Universidade Federal do Piauí, Campus Universitário Ministro Petrônio Portella em Teresina-PI e outra no Laboratório de Doenças Bacterianas da Reprodução do Instituto Biológico de São Paulo. Utilizou-se dos Sistemas de Informação Geográfica o software Quantum GIS (QGIS), com o intuito de gerar um produto cartográfico cujo objetivo é informar os locais de incidência de Leptospirose canina. Empregaram-se bases de dados cartográficos fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Prefeitura do município de Bom Jesus-PI. Por fim, foram inseridos os dados dos testes com resultado “reagente” e relacionados com a localidade a qual cada amostra pertence, a fim de proporcionar a identificação das áreas com maiores ocorrências da doença. Com base na análise das 111 amostras coletadas referentes aos quatro bairros em estudo, constatou-se que 15 destas amostras atestaram reagentes na SAM, equivalendo a um quadro de aproximadamente 13,51% de cães soropositivos. Constatam-se como locais de maior incidência à leptospirose canina os bairros Cohab e DER, correspondendo respectivamente a 6,3% e 5,4% em relação ao total de amostras reagentes. Em contrapartida, os bairros Alto Alegre e Serra Nova apresentaram valor de incidência compatível, igual a 0,9%. Esta diferença na frequência de cães soropositivos entre os locais mencionados pode ser explicada pela influência dos condicionantes socioeconômicos, da distribuição geográfica e das condições climáticas da região (SILVA et al. 2018). Os resultados deste estudo demonstram a assiduidade de leptospirose canina em duas localidades da cidade de Bom Jesus-PI, e servem de alerta com relação ao potencial zoonótico e ao desenvolvimento desta patologia para os proprietários e familiares destes animais que residem nas áreas enfatizadas.