Teixeira, Thays Helena Silva, Torre, Alberto Efendy Maldonado Gomez de La, Pavan, Maria Angela, Veloso, Maria do Socorro Furtado, García, Nicolás Lorite, Berti, Orlando Maurício de Carvalho, and Lacerda, Juciano de Sousa
A investigação aborda a proposição de uma metodologia da resistência a partir da cidadania comunicativa como prática social dos sujeitos, tendo como espaço de investigação de campo as vivências do coletivo Lagoas do Norte, pra quem? em Teresina, Piauí (Brasil). Resistência refere-se aos processos de contestação social em que sujeitos em condições de desigualdade e exclusão atuam para a produção de visibilidade, busca por direitos e condições de existência. A sistematização da metodologia é articulada sob a ótica da práxis cidadã e resultante de movimentos transmetodológicos (MALDONADO, 2008). Pesquisa teórico-sistemática, pesquisa bibliométrica, pesquisa da pesquisa, pesquisa empírica com observação direta, entrevistas, diário de campo, participação no movimento foram os caminhos percorridos para o entendimento de uma racionalidade da práxis em cidadania comunicativa que pudesse arquitetar a metodologia da resistência constituída como objetivo geral desta tese. A pesquisa bibliométrica é efetuada em bancos de dados científicos na Ibero-América, na área de Comunicação em interface com a cidadania. As observações derivadas dessa análise desencadeiam uma reflexão fundamentada na ótica qualitativa da pesquisa da pesquisa (BONIN, 2012). Essas decisões metodológicas conciliadas com as vertentes teóricas da cidadania comunicativa trabalhadas em Maldonado (2008, 2011a, 2011b, 2012, 2015), Mata (2005, 2010) e em Camacho Azurduy (2001, 2005) se estruturam para a proposição de uma metodologia que possa ser agente no concreto real. Essas observações sobre metodologia agregam saberes para um entendimento da pesquisa científica que visa sugerir categorias analíticas metodológicas, tais como compreender as práticas comunicacionais e sociais a partir da cidadania comunicativa e perceber as táticas da resistência. A pesquisa empírica sistematiza dez práticas comunicativas de resistência articuladas pelo coletivo Lagoas do Norte, pra quem?, reverberando em processos complexos de visibilidade midiática e de produção de cidadania comunicativa em dispositivos não hegemônicos. A proposta de metodologia articulada a partir dessas decisões se estrutura figurativamente como a metáfora de um corpo. Está constituída em cinco partes, denominadas figuras metodológicas de resistência – cabeça (resistência), face (visibilidade), braços (interfaces e suportes comunicacionais), tronco (coletivo) e pernas (pesquisa comunitária). Elas apresentam sentidos isolados, mas se estruturam em conjunto, reiterando a noção de cidadania comunicativa como práxis, fundada em uma racionalidade dos sujeitos em resistência. A metodologia proposta não visa mimetizar os esquemas metodológicos, mas sim tencioná-los para processos de compreensão da comunicação que sejam mais densos e que não se distanciem da realidade social, dos que tradicionalmente não produzem o conhecimento científico. Assim, a metodologia direciona-se a uma compreensão da cidadania comunicativa enquanto práxis que proporciona processos emancipatórios. The investigation approaches the proposal of a methodology of resistance from the communicative citizenship as a social practice of the subjects, having as field of investigation the resistance effected in the collective Lagoas do Norte, pra quem? in Teresina, Piauí (Brazil). Resistance is emphasized as processes of social contestation where subjects in conditions of inequality and exclusion act to produce visibility, search for rights and conditions of existence. The systematization of the methodology is articulated from the point of view of citizen praxis and resulting from transmethological movements (MALDONADO, 2006). Theoreticalsystematic research, bibliometric research, research by research, empirical research with direct observation, interviews, field diary, participation in the resistance movement were the paths covered for the understanding of a rationality of praxis in communicative citizenship that could architect the methodology of resistance as a general objective of this thesis. Bibliometric research is carried out in scientific databases in Ibero-America, in the area of communication in interface with citizenship. The observations derived from this analysis trigger a reflection based on the qualitative research by research (BONIN, 2012). These methodological decisions reconciled with the theoretical aspects of communicative citizenship worked in Maldonado (2008, 2011a, 2011b, 2012, 2015), Mata (2005) and Camacho Azurduy (2005) are structured for the proposition of a resistance methodology that can be an agent in real concrete. These observations on methodology add knowledge to an understanding of scientific research that aims to suggest analytical methodological categories, such as: understanding communicative and social practices from communicative citizenship and perceiving resistance tactics. Empirical research systematizes ten communicative resistance practices articulated by the collective Lagoas do Norte, for whom? reverberating in complex processes of media visibility and production of communicative citizenship in non-hegemonic devices. The proposed methodology of resistance articulated from these decisions is figuratively structured as the metaphor of a body. It consists of five parts, called methodological resistance figures - head (resistance), face (visibility), arms (interfaces and communication media), trunk (collective), legs (community research), which present meaning in isolation but are structured together reiterating the notion of communicative citizenship as praxis, founded on a rationality of the subjects in resistance. The proposed methodology is not intended to mimic methodological schemes, but rather to stress them to processes of understanding communication that are denser, and that do not distance themselves from social reality, from those that traditionally do not produce scientific knowledge. Thus, leading to an understanding of communicative citizenship as a praxis that provides emancipatory processes.