INTRODUCTION: In the Portuguese National Health System, the General Practitioner (GP) is usually the first medical contact of the patient, at the primary health care level, and the gatekeeper for referral to other medical and surgical specialties (through a P1 request). This refer- ral process is complex and susceptible to great variability, due to the frequent absence of guide- lines. Thus, the aim of this study was to evaluate the referral process made by GP physicians to Ophthalmology, namely the level of concordance between the chosen priority and the clinical scenario, and between the clinical scenario described in the referral letter and that which was de- scribed by the ophthalmologist upon seeing the patient. METHODS: In this cross-sectional observational study, the electronic health records of 1500 randomly selected first appointments of the Ophthalmology Department of Centro Hospitalar Universitário do São João, and their respective P1 requests were analyzed, out of a total of 9340 first appointments performed in 2019. Information was collected on the priority of the request, reason for the request, symptoms, signs, diagnoses, and clinical orientation provided by the oph-thalmologist. RESULTS: No predictor of the P1 priority was identified, namely regarding the patient’s signs and symptoms or diagnosis suspected by the GP in the P1 request. A general lack of con- cordance was also observed between the signs and symptoms referred in the P1 request and those identified in the consultation. CONCLUSION: This study reinforces the need for the creation of objective protocols that help GP practitioners in decision making when referring patients to Ophthalmology, regarding the priority of the requests, as well as the destination of the referral (Outpatient consultation or Emergency Department), in order to make the whole process more cost-effective, maximize avail- able healthcare resources and ensure patient satisfaction and timely management., INTRODUÇÃO: No Sistema Nacional de Saúde Português, a Medicina Geral e Familiar (MGF) é habitualmente o primeiro contacto médico do doente, ao nível dos cuidados de saúde primários, e a porta para a referenciação a outras especialidades médicas e cirúrgicas. Este proces- so de referenciação é complexo e suscetível a uma grande variabilidade, pela ausência frequente de linhas orientadores que o guiem. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a referenciação feita pelos médicos de MGF para Oftalmologia, relativamente à concordância entre a prioridade do pedido e o quadro clínico apresentado, e entre o quadro clínico referido no pedido P1 e o encontrado na consulta. MÉTODOS: Neste estudo observacional transversal foram analisados os registos clínicos eletrónicos de 1500 primeiras consultas, selecionadas de forma aleatória, do Serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar Universitário do São João, e os seus respetivos pedidos P1, de um total de 9340 primeiras consultas realizadas em 2019, e recolhida informação sobre a prioridade do pedido, motivo da consulta, sintomas, sinais, diagnósticos e orientação clínica dada pelo oftalmo- logista. RESULTADOS: Não se identificou nenhum fator preditor do tipo de prioridade dado ao pedido P1, nomeadamente no que diz respeito aos sinais e sintomas do doente ou diagnóstico suspeitado pelo médico de MGF. Também se observou uma falta de concordância generalizada entre os sinais e sintomas referidos no pedido P1 e os identificados na consulta. CONCLUSÃO: Este trabalho reforça a necessidade da criação de protocolos objetivos que auxiliem os médicos de MGF na tomada de decisão aquando da referenciação para Oftalmologia, no que diz respeito à prioridade dos pedidos, assim como ao destino da referenciação (Consulta Externa ou Serviço de Urgência), por forma a tornar todo o processo mais custo-eficaz, maximizar os recursos disponíveis e garantir a satisfação e orientação atempada do utente.