RESUMO Este artigo tem como objetivo realizar uma análise do texto “Atitudes dos alunos dos grupos escolares em relação com a cor de seus colegas”, de autoria da socióloga e psicanalista Virgínia Leone Bicudo (1955). Nessa pesquisa, Bicudo analisou o cotidiano escolar e familiar dos alunos, com foco em categorias como raça, gênero e nacionalidade, fornecendo um mapa analítico na perspectiva das ciências sociais para a análise transdisciplinar da infância, transcendendo os limites biológicos e geracionais. Parte-se de uma revisão de literatura sobre a constituição do campo de pesquisas sobre a infância no Brasil e da inserção e contribuições desta autora para a área. Apostamos na hipótese de que o trabalho de Bicudo pode ser lido como um dos primeiros que enfatizaram a singularidade das atitudes raciais infantis, sendo as próprias crianças as principais informantes e participantes, por meio de entrevistas. ABSTRACT This article aims to conduct an analysis of the text “Atitudes dos alunos dos grupos escolares em relação com a cor de seus colegas [Attitudes of students of public school in relation to the color of their colleagues]”, authored by the sociologist and psychoanalyst Virginia Leone Bicudo (1955). In this study, Bicudo examined the everyday school and family context of students, focusing on categories like race, gender and nationality, providing an analytical map from the perspective of the social sciences for the transdisciplinary analysis of childhood, transcending the biological and generational boundaries. This study was based on a review of the literature regarding the development of the field of research on childhood in Brazil, and the insertion and contributions of this author to the area. We believe that Bicudo’s work is one of the first that emphasized the individuality of children’s racial attitudes. The children themselves were the main informants and participants, through interviews. RESUMEN Este artículo tiene como objetivo realizar un análisis del texto “Atitudes dos alunos dos grupos escolares em relação com a cor de seus colegas [Actitudes de los alumnos de los grupos escolares en relación con el color de sus colegas]”, de autoría de la socióloga y psicoanalista Virgínia Leone Bicudo (1955). En esta investigación, Bicudo analizó el cotidiano escolar y familiar de los alumnos, con foco en categorías como raza, género y nacionalidad, proporcionando un mapa analítico en la perspectiva de las ciencias sociales para el análisis transdisciplinario de la infancia, trascendiendo los límites biológicos y generacionales. Se parte de una revisión de literatura sobre la constitución del campo de investigaciones sobre la infancia en Brasil y de la inserción y contribuciones de esta autora al área. Apostamos en la hipótesis de que el trabajo de Bicudo puede ser leído como uno de los primeros que enfatizaron la singularidad de las actitudes raciales infantiles, siendo los propios niños los principales informantes y participantes, por medio de entrevistas. RÉSUMÉ L’objectif de cet article est d’analyser le texte “Atitudes dos alunos dos grupos escolares em relação com a cor de seus colegas [Attitudes des élèves des groupes scolaires concernant la couleur de leurs camarades]”, rédigé par la sociologue et psychanalyste Virgínia Leone Bicudo (1955). Dans cette recherche, Bicudo a analysé le quotidien scolaire et familial des élèves, axée sur des catégories comme la race, le genre et la nationalité, afin de fournir une carte analytique dans la perspective des sciences sociales pour l’analyse transdisciplinaire de l’enfance, qui dépasse les limites biologiques et générationnelles. Ce travail part d’une révision de la littérature sur la formation du champ de la recherche concernant l’enfance et l’inclusion au Brésil, et des contributions de l’ auteure dans ce domaine. Nous soutenons l’hypothèse que le travail de Bicudo peut être lu comme un des premiers à avoir insisté sur la singularité des attitudes vis à vis la race des enfants, qui, par le biais d’entretiens, ont été non seulement les participants mais aussi les principaux informateurs.