A matéria orgânica do solo é parte de um sistema dinâmico influenciado por vários fatores, incluindo clima, conteúdo e natureza das argilas, uso da terra, sistemas de manejo e drenagem, os quais afetam as taxas de adição e os processos de transformações e evolução dos compostos orgânicos. O objetivo deste trabalho foi quantificar e avaliar a distribuição das frações húmicas em Organossolos de diferentes ambientes e regiões do Brasil, relacionando-os com os processos de subsidência. O teor de carbono (C) nas substâncias húmicas indicou predomínio do C da fração ácido húmico (C-FAH de 22,1 g kg-1 a 153,7 g kg-1) nos solos de regiões altimontanas e ambientes de planalto. Possivelmente, o clima mais frio, aliado a uma melhor fertilidade, favoreceu a formação desta fração em detrimento das frações ácido fúlvico e humina. Por outro lado, o maior teor de ácidos húmicos torna os Organossolos nesses ambientes mais susceptíveis aos processos de subsidência, principalmente quando manejados para agricultura. Já nos ambientes de várzeas e de planícies litorâneas, houve maior formação do C da fração humina (C-HUM de 79,2 a 267,2 g kg-1), que é a fração das substâncias húmicas mais resistente à decomposição. O somatório das frações húmicas representou 89% do carbono total, estando essas duas variáveis altamente correlacionadas. A relação Extrato alcalino humina (EA/HUM) agrupou classes de Organossolos pelo ambiente de formação, sendo sugerida como atributo diagnóstico nos níveis inferiores do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS), possibilitando diferenciar os Organossolos quanto ao potencial de subsidência.ABSTRACT The organic matter of soil is part of a dynamic system influenced by several factors, including climate, the content and nature of clays, land use, management and drainage systems, all of which affect the addition rates, and the processes of transformation and evolution of organic compounds. The objective of this study was to quantify and assess the distribution of humic fractions in histosols in different environments and regions of Brazil, relating them to the processes of subsidence. The carbon (C) content in humic substances indicated a predominance of C from the humic-acid fraction (HAF-C of 22.1g kg-1 to 153.7g kg-1) in soils from high altitude mountainous regions and upland areas. Possibly the colder climate, coupled with improved fertility, favored the formation of this fraction at the expense of the fulvic acid and humin fractions. On the other hand, the higher humic-acid content makes organosols in these environments more susceptible to the processes of subsidence, especially when under agricultural management. Whereas in flood and coastal-plain environments, there was a greater formation of C from the humin fraction (HUM-C from 79.2 to 267.2g kg-1), being the fraction of humic substances most resistant to decomposition. The sum of the humic fractions represented 89% of the total carbon, these two variables being highly correlated. The relationship between alkaline extract and humin (AE / HUM) groups classes of histosols by their formation environment, and is suggested as a diagnostic attribute at the lower levels of the Brazilian System for Soil Classification (SiBCS), allowing differentiation of the histosols as to their potential for subsidence.