TCC (graduação)- Universidade Federal de Santa Catarina. Campus Curitibanos. Agronomia. Os fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) são simbiontes obrigatórios e formam uma associação mutualística com a maioria das espécies vegetais estudadas. Por necessitarem de um hospedeiro vivo para completar seu ciclo, os FMAs não podem ser multiplicados em um meio de cultura definido. Com isso, não há uma metodogia adequada para a produção deste inoculante, limitando seu uso na agricultura. A partir do pressuposto, os objetivos deste estudo foram avaliar o potencial de inóculo da espécie Rhizophagus clarus no sistema de cultivo in vitro em relação ao sistema tradicional de cultura em vaso e testar o efeito do inoculante em sistema de cultivo em vaso e in vitro sobre o crescimento e a produtividade da soja. Foram realizados dois experimentos, ambos em condições de casa de vegetação na Universidade Federal de Santa Catarina, no município de Curitibanos, SC (Latitude: 27° 16' 60'' Sul, Longitude: 50° 35' 7'' Oeste). A espécie utilizada foi Rhizophagus clarus (isolado RJN720A). No primeiro experimento, foram testados dois tratamentos: inóculo em vaso (T1), e inóculo in vitro(T2), com 4 repetições cada. A espécie vegetal hospedeira usada foi milho (Zea mays). O potencial de inóculo foi maior no tratamento 2, com 7,6% mais áreas colonizadas pelo fungo do que o tratamento 1.O tratamento com inóculo in vitro (T2) apresentou 7,6% mais hifas do que o tratamento com inóculo em vaso (T1). Para a variável vesícula, o aumento foi de 89% no tratamento 2. O segundo experimento consistiu em 3 tratamentos, sendo 1) testemunha, 2) inoculante em vaso, 3) inoculante in vitro. Foram avaliados o número de nódulos, nódulos viáveis, massa seca dos nódulos, massa seca da parte aérea, e massa de grãos por planta. Também foram avaliados a colonização micorrízica, e os percentuais de colonização por hifas, arbúsculos, esporos e vesículas. O tratamento com inoculante produzido in vitro (T3) promoveu um valor de número de nódulos48% maior que o tratamento de inoculação em vaso (T2), e 53% superior que a testemunha(T1). A variável número de nódulos viáveis (NNV) apresentou o mesmo comportamento da variável avaliada anteriormente, com o tratamento 3 apresentando resultado superior (até 53%) que os demais tratamentos. As variáveis massa de nódulos (MSN), massa seca da parte aérea (MSPA) e produtividade não apresentaram diferença estatística entre os tratamentos. Quanto à colonização micorrízica, corroborando com os demais dados, os valores registrados no T3 foram superiores ao T2 e T1, sendo 22% maior que o T2. A colonização por arbúsculos foi 38% superior no T3 em relação ao T2. Quanto à colonização por esporos, novamente os valores observados no tratamento T3 foram 50% maiores que no tratamento 2. Em relação à formação de hifas, o T3 foi 22% superior que o no T2. Para a variável colonização por vesículas o tratamento 3 também apresentou maior percentual, com 56% mais vesículas que O T2. De acordo com os dados gerados no presente estudo, pode-se afirmar que nas condições estudadas a melhor técnica de produção de inoculante de FMA para a soja foi o sistema in vitro.