Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES Sergipe produces annually near 352 tons of Mangaba (Hancornia speciosa), and is the chief mangaba’s producer in Brazil. Most part of this production is industrialized as frozen pulp, being this activity very important to the state’s economy. However, mangaba’s industrialization generates wastes that if not properly processed, cause environmental problems. A considerable amount of mangaba’s agroindustrial waste consists of seeds showing high lipid content. The aim of this work was to evaluate the potential of the seeds from mangaba’s agroindustrial waste, to produce oil for culinary and/or cosmetic applications. Mangaba’s seeds obtained from an agroindustry located in Aracaju/SE, were dried, ground and submitted to cold pressing in an hydraulic press under 30 tons. The oil obtained was characterized regarding its relative density, moisture content, indexes of refraction, acidity, saponification and iodine, and fatty acid profile. The volatile compounds of the oil’s headspace were identified in comparison to the processed pulp. They were isolated through a solid phase microextraction technique (SPME), separated both in an HP-5MS and in a DB-Wax capillary column, and analyzed in a GC-MS system. The isolation conditions were optimized using a factorial design 2 2 (DCCR), whose independent variables were the adsorption temperature (40ºC- and 80ºC) and the extraction time (20 – 60 min). The data were evaluated by Response Surface Methodology and Desirability Function. Trained judges generated the oil’s aroma profile in comparison to three commercial cold pressed oils, through quantitative descriptive analysis (QDA). The sensory data were evaluated by ANOVA, Tukey (p≤0,05) and Principal Component Analysis (PCA). The results showed that the oil extraction process from the mangaba’s seeds containing 4,7% humidity and 16,7% of lipid, presented 37% yield. The extracted oil showed relative density of 0,91 g.cm-3, acidity of 5,47 mgKOH.g-1, saponification index of 193,00 mgKOH.g-1 and iodine value of 69 cgI2.g-1. The oil´s fatty acid profile was similar to the olive oil; it contained 72% of unsaturated fatty acids and oleic acid as the major fatty acid (63,7%). Among the tocopherols, only α-tocopherol was identified in the oil; its concentration was 6,17mg/100g. The best isolation condition of the oil´s volatiles was predicted as 57,2ºC and 60 min of fiber exposition. Eighty (80) volatiles were identified in the oil and 82 in the processed pulp. Esters formed the major chemical class in the oil, as well as in the pulp, corresponding to respectively 56,7% and 70,9% of the total area of the chromatogram. The alcohols were the second major chemical class representing 13,9% and 18,4% of the total chromatogram area of the oil and the processed pulp, respectively. The mangaba seed’s oil presented a distinguished aroma which differed from the others cold pressed oils analyzed due to a higher intensity (p≤ 0,05) of notes described as mangaba’s seed, sweetness, frutal, freshness and caramelized banana. The results indicate that the mangaba’s seed is suitable for cold pressing oil extraction. Due to its similarity to the olive oil regarding their fatty acid profiles, and to its esters content, which are volatiles usually associated to desirable fruit aroma, the mangaba´s oil has potential to be used in culinary and by the cosmetic industry. However, complementary studies must be performed in order to ensure the oil safety with respect to its toxicity and allergenicity before its use in the suggested applications. Sergipe produz anualmente cerca de 352 toneladas de mangaba (Hancornia speciosa), sendo o maior produtor desse fruto no Brasil. Grande parte dessa produção é industrializada na forma de polpa congelada, atividade muito importante para a economia do Estado. Entretanto, a industrialização da mangaba gera resíduos que se não forem adequadamente tratados, provocam problemas ambientais. Uma parte considerável dos resíduos agroindustriais da mangaba é constituída pelas sementes do fruto, que apresentam alto teor lipídico. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o potencial das sementes dos resíduos agroindustriais da mangaba para a produção de óleo destinado a aplicações culinárias e/ou cosméticas. Sementes de mangaba obtidas junto a uma agroindústria de Aracaju, SE, foram secas, moídas e submetidas à prensagem a frio em prensa hidráulica sob 30 toneladas. O óleo obtido foi caracterizado quanto à densidade relativa, teor de umidade, índices de refração, acidez, saponificação, iodo, e perfil de ácidos graxos. Os compostos voláteis presentes no “headspace” do óleo foram identificados comparativamente à polpa processada. Para o isolamento dos voláteis foi utilizada a técnica de microextração em fase sólida (SPME) utilizando a fibra DVB/Carboxen/PDMS. Os voláteis foram separados em colunas capilares HP-5MS e DB-Wax, e analisados em um sistema GCMS. As condições de isolamento dos voláteis foram otimizadas utilizando-se um delineamento fatorial 22 (DCCR), tendo como variáveis independentes a temperatura de adsorção ( 40ºC-e 80ºC) e o tempo de extração (20 - 60 min). Os dados foram analisados por Metodologia de Superfície de Resposta e função “Desirability”. Julgadores treinados geraram o perfil de aroma do óleo comparativamente a três óleos comerciais prensados a frio, utilizando análise descritiva quantitativa (ADQ). Os dados sensoriais foram analisados por ANOVA, Tukey (p≤0,05) e Análise de Componentes Principais (ACP). Os resultados indicaram que o processo de extração de óleo da semente de mangaba seca a 4,7% de umidade, e contendo 16,7% de lipídios apresentou rendimento de 37%. O óleo obtido apresentou densidade relativa de 0,91 g.cm-3, e índices de acidez de 5,47 mgKOH.g-1, de saponificação de 193,00 mgKOH.g-1, e de iodo de 69 cgI2.g-1. O óleo mostrou um perfil de ácidos graxos similar ao azeite de oliva, apresentando 72% de ácidos graxos insaturados, e o ácido oleico como majoritário (63,7%). Dentre os tocoferóis, apenas o α-tocoferol foi identificado no óleo, e em concentração de 6,17mg/100g. As melhores condições de isolamento dos voláteis presentes no óleo foram 57,2°C e 60 minutos de exposição da fibra. Foram identificados 80 compostos voláteis no óleo e 82 na polpa processada. Tanto no óleo quanto na polpa os ésteres foram os compostos majoritários, correspondendo a aproximadamente 56,7% e 70,9% da área do cromatograma das amostras, respectivamente. Os álcoois foram a segunda classe química majoritária, representando 13,96% e 18,4% da área do cromatograma do óleo e da polpa processada, respectivamente. O óleo de semente de mangaba apresentou aroma diferenciado dos demais óleos prensados a frio analisados, possuindo maior intensidade (p≤ 0,05) de aroma de semente de mangaba, doce, frutal, frescor e, banana caramelizada. Os resultados indicaram que a semente de mangaba apresenta viabilidade para extração de óleo por prensagem a frio. Adicionalmente, por apresentar perfil de ácidos graxos similar ao de azeite de oliva, e a presença de ésteres, voláteis usualmente associados a aromas desejáveis de fruta, o óleo obtido apresenta potencial de uso na culinária e indústria cosmética. No entanto estudos complementares devem ser realizados para comprovar a segurança alimentar e cosmética do produto, notadamente no que se refere a toxicidade e alergenicidade, antes das aplicações sugeridas. São Cristóvão