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Introdução: O sarcoma de Kaposi (SK) é uma neoplasia vascular causado pelo herpes-vírus do tipo 8 (HHV-8) ou Kaposi Sarcoma Herpesvirus (KSHV), sendo mais frequente e agressivo em pacientes com infecção pelo HIV/Aids e imunossuprimidos, do que na população geral. Com a introdução da terapia antirretroviral combinada (TARV), os casos de sarcoma de Kaposi diminuíram drasticamente, mas continuam a acometer os pacientes com Aids. O diagnóstico ocorre através de exame clínico na busca por lesões em pele (máculas pigmentadas assintomáticas, rosas, marrons ou vermelhas), em alguns casos com edema associado e nódulos. Embora menos comum, o acometimento visceral envolve a cavidade oral, o trato gastrointestinal (TGI) e os pulmões. Na suspeita de SK uma biópsia da área acometida é realizada para o diagnóstico histopatológico e analisada através da coloração de hematoxilina-eosina e/ou do método imuno-histoquímico (IHQ). A contribuição da pesquisa IHQ auxilia no entendimento da composição celular das lesões de SK. Objetivo: Apresentar os casos de pacientes cujas amostras com suspeita clínica para sarcoma de Kaposi foram encaminhadas ao Núcleo de Anatomia Patológica do Centro de Patologia do Instituto Adolfo Lutz (NAP/CPA/IAL) para avaliações histopatológica e imuno-histoquímica e relacionar a topografia das lesões à severidade da doença. Método: Estudo retrospectivo dos casos suspeitos de sarcoma de Kaposi de pacientes em acompanhamento em um centro de referência no tratamento de DST/HIV/AIDS, enviados ao NAP/CPA/IAL no ano de 2023. Resultados de avaliações histopatológicas e exame imuno-histoquímico obtidos através do sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) foram compilados e analisados através de planilha Microsoft Excel®. Resultados: Foram analisados 36 casos no ano de 2023 suspeitos de SK. Desses 52,7% (19/36) foram confirmados através de achados histológicos e pelo método IHQ através da pesquisa com o anticorpo anti-HHV-8. Os casos confirmados foram 84,21% (16/19) correlacionados à SK cutâneo (biópsias de membros superiores e inferiores) e 15,79% (3/19) correlacionadas à SK gástrico (TGI). Conclusão: O exame IHQ demonstrou ser uma ferramenta diagnóstica muito útil para a avaliação de casos precoces e desafiadores de SK associado à infecção pelo HIV/Aids. De acordo com relatos da literatura, observamos que os casos analisados representam quadros menos agressivos de SK, resultado de uma imunossupressão menos severa, justificados pelo uso da TARV e do monitoramento contínuo desses pacientes.

Introdução: A hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae cujo atendimento na cidade de São Paulo é disponibilizado nas Unidades Básicas de Saúde. Os casos suspeitos são encaminhados às unidades de referência para a confirmação diagnóstica e a centros de referência em anatomia patológica para a investigação do agravo como o Núcleo de Anatomia Patológica do Centro de Patologia do Instituto Adolfo Lutz (NAP/CPA/IAL). A histopatologia, quando disponível, é o padrão-ouro para o diagnóstico, pois permite detectar a presença de inflamação neural associada ao bacilo, diferenciando a hanseníase de outras doenças semelhantes, além de contribuir para a definição da forma da doença. Objetivo: Apresentar a contribuição da avaliação histopatológica em biópsias cutâneas provenientes de pacientes encaminhados às unidades de serviço da cidade de São Paulo que foram recebidas pelo NAP/CPA/IAL. Método: Estudo retrospectivo e descritivo obtido dos relatórios anatomopatológicos liberados no Gerenciador de Ambiente Laboratorial (Ministério da Saúde) referente ao total de casos da capital paulista avaliados pelo NAP/CPA/IAL no ano de 2023. Resultados: No ano de 2023, 29 unidades de saúde enviaram 533 amostras ao laboratório de histopatologia do NAP, correspondendo a cerca de 36% (533/1490) da rotina laboratorial no período. Dentre os serviços, 3 (AME Vila Zatt, HDRHC São Miguel e HDRHC Capela do Socorro) totalizaram quase 45% (237/533) da demanda proveniente da capital. O diagnóstico de hanseníase esteve presente em 17,6% (94/533) das amostras. Também foi observada a presença de lesões inflamatórias não malignas (79,9% = 426/533), infecções fúngicas (1,9% = 10/533) e neoplasias malignas (0,6% = 03/533) na população em estudo. Conclusão: O número de amostras enviadas para avaliação pelas unidades de referência da capital paulista constituiu, aproximadamente, mais de 1/3 da demanda do período. Além disso, quase metade das amostras avaliadas foram provenientes de apenas 3 serviços locais. O exame histopatológico realizado pelo NAP/CPA/IAL forneceu apoio aos centros municipais de referência de hanseníase, através da confirmação laboratorial do diagnóstico clínico, e, quando possível, também esclareceu a suspeita para outros agravos.

Introdução: As dermatopatias designam as doenças que acometem diretamente a pele, podendo ser causadas por diversos fatores como as ectoparasitoses, infecções fúngicas, bacterianas, alergias, neoplasias, entre outras. Dentre as dermatopatias podem se caracterizar as do mnemônico PLECT (paraccocidioidomicose, leishmaniose, esporotricose, cromomicose e tuberculose). O exame histopatológico é um grande aliado no diagnóstico dessas dermatopatias, sendo, em alguns casos, o único capaz de esclarecer as alterações histopatológicas, bem como diferenciar os patógenos que podem causar lesões semelhantes na pele. Objetivo: Averiguar o número de casos de biópsias de pele com suspeita de PLECT no ano de 2023 e apresentar a conclusão diagnóstica. Método: Estudo retrospectivo descritivo dos casos suspeitos de PLECT enviados ao núcleo de Anatomia Patológica do Centro de Patologia do Instituto Adolfo Lutz no ano de 2023. Realizou-se um levantamento de dados através do sistema gerenciador de ambiente laboratorial (GAL), os dados foram compilados e analisados através de planilha Microsoft Excel®. Foram levantados os resultados histopatológicos após a execução da coloração de H & E, colorações específicas e exame imuno-histoquímico. Resultados: Foram analisados 234 casos no ano de 2023 suspeitos de PLECT, sendo 24,76% (58/234) confirmados para PLECT através de estratégias laboratoriais de coloração específica e exame imuno-histoquímico. A distribuição dos patógenos encontrados foram: 50% (29/58) positivos para Leishmania spp., 44,83% (26/58) positivos para Sporothrix spp., 3,44% (2/58) positivos para Paracoccidioides spp., 1,72% (1/58) para Cromoblastomicose. Dentre os métodos utilizados para confirmação 3,4% (2/58) foram confirmados por coloração específica de GROCOTT/ PAS/ Fontana Masson e 96,6% (56/58) foram confirmados pelo exame de imuno-histoquímico. Conclusão: Dentre os achados é possível verificar o maior número de infecções por Leishmania spp. e Sporothrix spp. que possuem em comum lesões vegetantes verrucosas. O ensaio imuno-histoquímico mostrou-se ferramenta eficaz para elucidação das dermatopatias infecciosas.