The article analyses the contentions by legitimacy between journalists and academics at the late 1980s, in Sao Paulo. Having as a heuristic resource the case of the “list of the unproductive,” the approach focuses on the conflicts centered on symbolic production, i.e., the unique view regarding the things of the world. Emphasis is given to the creation of a doxa which opposes the State to the market by Folha de S. Paulo journalists´. The conflict reveals aspects of the disputes in the cultural and power fields during redemocratization, because the State having a negative connotation and the market positive. It realizes that journalism was successful in the production and diffusion of a doxa for having a central role in this period, both in the formation of spaces for debate and in giving voice and launching agents formerly excluded from public life. It shows that Folha to modernize, through the action of journalists new arrival at the press, delegated to itself the function to form the public opinion (the audience). Producing a new type of knowledge that emerges through confrontation, it marks the newspaper as an active actor in the contemporary cultural field. O artigo analisa as disputas por legitimidade entre jornalistas e acadêmicos no final dos anos 1980, em São Paulo. Tendo como recurso heurístico o caso da “lista dos improdutivos”, a abordagem concentra-se nos conflitos que têm como centro a produção simbólica, i.é, uma visão única acerca das coisas do mundo. Enfatiza-se a criação, por jornalistas da Folha de S.Paulo, de uma doxa que opõe o Estado ao mercado, o primeiro tendo uma conotação negativa e o segundo positiva, revelando aspectos das disputas nos campos cultural e do poder durante a redemocratização. Entende-se que o jornalismo obteve sucesso na produção e difusão de uma doxa por ter papel central nesse período, tanto na formação de espaços de debate quanto ao dar voz e projetar agentes antes excluídos da vida pública. Demonstra-se que a Folha ao se modernizar, por meio da ação de jornalistas recém-chegados à imprensa, atribuiu-se a função de formar a opinião pública (seu público) e, em nome dela, legitimou-se para agir. Estabelecer a produção de um tipo de conhecimento que emerge pelo confronto marca o jornal como ator ativo no campo cultural contemporâneo.