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Objetivos: A captação e a fidelização de doadores de sangue entre o público adolescente, podem contribuir para a manutenção do estoque de sangue e para o atendimento das necessidades específicas e emergentes dos serviços de saúde ao longo dos anos. Os objetivos deste estudo foram descrever o perfil dos doadores de sangue de 16 e 17 anos no serviço de hemoterapia; analisar o índice de inaptidão clínica e sorológica dos doadores de sangue no serviço de hemoterapia e avaliar as reações adversas dos doadores de sangue no serviço de hemoterapia. Material e métodos: Estudo transversal com dados secundários, do cadastro do doador de sangue, extraídos da base de dados do sistema informatizado e-Delphyn. O estudo incluiu os doadores de sangue de 16 e 17 anos no Serviço de Hemoterapia localizado ao norte do Rio Grande do Sul, no período de junho de 2022 a junho de 2024. Os dados foram analisados por meio de planilhas no Microsoft Excel, gráficos e métricas estatísticas. Resultados: Entre junho de 2022 e junho de 2024 foram realizadas 334 coletas de sangue em doadores com idade entre 16 e 17 anos. O perfil dos doadores aptos, 44,3% eram do sexo masculino e 55,7% do sexo feminino. Os doadores espontâneos representaram 46,4% e 53,6% dos doadores eram de reposição. Os doadores de 1ªvez foram de 82,9%, de repetição 2,1% e esporádico 15,0%. O índice de inaptidão clínica foi de 12,1%, dentre os principais motivos 4,5% hematócrito baixo, 1,6% peso insuficiente, 1,1% por bronquite/asma e falta de repouso e estado gripal 0,8%, os demais 3,3% foram distribuídos em outros motivos. A inaptidão sorológica foi de 0,6%, sendo um doador reagente para HTLV em 1ªe 2ªamostra e um reagente para hepatite B na 1ªamostra, o qual não compareceu para a coleta da 2ªamostra. O índice de reações adversas a doação foi de 5,7% vasovagal de grau leve e 0,3% locais. Discussão: Verificou-se que os índices epidemiológicos dos doadores de sangue com idade entre 16 e 17 anos, manteve-se próximo ao público adulto, com prevalência de doadores do sexo feminino e de reposição. Por se tratar do início de uma trajetória de doação, a maioria foram de 1ªvez. Os resultados de inaptidão clínica e sorológica ficaram dentro do preconizado pela legislação vigente. Constatou-se que o índice de doadores de reposição 53,6% foi superior às doações espontâneas 46,4. Após campanhas de incentivo e promoção a doação de sangue realizadas nas escolas de ensino médio do município, houve aumento considerável nas doações entre adolescentes, quando comparado a números anteriores a junho de 2022 que eram apenas de 24 doadores, e que após esse período ocorreu aumento para 343. Em relação as reações vasovagais, o índice de 5,7% ficou acima da média nos estudos realizados com público jovem (2,8%). Conclusão: O estudo permitiu descrever o perfil dos doadores de sangue entre com idade de 16 e 17 anos, com predomínio do sexo feminino, de reposição e de 1ªvez. Constatou-se também que houve aumento no número das doações de sangue com o passar dos meses. Desta forma, conclui-se que a inclusão dos adolescentes no grupo assíduo de doadores de sangue e mecanismos de conscientização são imprescindíveis para a fidelização dos mesmos, e com isso manter os estoques de sangue.

Objetivos: Avaliar o perfil epidemiológico e os resultados dos testes de triagem sorológico e molecular (NAT) para o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) em doadores de sangue. Material e métodos: : Foram analisados os perfis de doadores de sangue com sorologia reagente e NAT detectável para HIV no período de julho/2013 a junho/2024, no Serviço de Hemoterapia do Hospital São Vicente de Paulo, Passo Fundo/RS. A triagem sorológica foi realiza na metodologia de Quimioluminescência e o NAT foi realizado pelo SIT NAT localizado no Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (HEMOSC), com o KIT NAT PLUS BIO-MANGUINHOS. As variáveis analisadas foram: sexo, idade, cidade de procedência e número de doações realizadas pré-diagnóstico. A coleta de dados foi realizada no sistema informatizado. Resultados: : Das 134.507 doações no período analisado, 36 (0,026%) apresentaram teste sorológico reagente e NAT detectável para HIV. Destes, 18 (50%) do sexo feminino e 18 (50%) masculino, a média de idade foi 33 anos (mínima 19 e máxima 49); 18 (50%) procedentes do município de Passo Fundo/RS e outros 18 (50%) de outros municípios do Rio Grande do Sul. Discussão: : Segundo o Hemoprod (2020) para a região Sul a prevalência de sorologia reagente para HIV é de 0,16%, em nosso estudo encontramos taxa inferior, contudo analisamos apenas as doações com sorologia e NAT detectável paar HIV. No município de Passo Fundo a taxa de detecção (por 100.000 hab.) de casos de HIV notificados no SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) foi de 0,028%, semelhante ao encontrado neste estudo. A homogeneidade entre os sexos encontrada neste estudo diferiu em relação ao restante do território nacional, em que o sexo masculino, em geral, possui prevalência sobre o feminino, como citado em Siqueira et al. (2020) e Oliveira et al. (2021). Conclusão: : Apesar dos avanços no diagnóstico e na terapêutica disponível, o HIV ainda representa um problema de saúde pública, pois a taxa de detecção em indivíduos saudáveis e doadores de sangue são semelhantes aos encontrado na população geral do município. A compreensão do perfil dos doadores é necessária para o desenvolvimento de políticas de saúde mais eficazes, criação de campanhas de prevenção e educação permitindo o planejamento adequado de recursos para o tratamento e a gestão da doença.

Objetivo: O objetivo deste estudo foi realizar a avaliação molecular em doadores de sangue de Passo Fundo, Rio Grande do Sul, que apresentaram reações atípicas na fenotipagem RhD. Material e métodos: Através da fenotipagem RhD pelas técnicas de aglutinação em coluna (Ortho Clinical) e gel-teste (Bio-Rad) foram encontrados 19 doadores com campo misto e reações mais fracas (1+). Foi realizada a análise molecular destas amostras por técnicas convencionais de PCR, RHD BeadChip (Immucor) e sequenciamento genômico. Resultados: Foram encontrados oito (42%) doadores D Fraco tipo 18, quatro (21%) D Fraco tipo 1, três (16%) D Fraco tipo 2, um (5%) D Fraco tipo 3, um (5%) D Fraco tipo DAR, um (5%) D Fraco tipo 38 e um (5%) Del 37. Discussão: O antígeno D caracteriza-se como o mais imunogênico do sistema Rh, tendo sua conformação na superfície das hemácias como um mosaico de 37 epítopos. A relevância clínica do reconhecimento desse sistema está relacionada ao seu envolvimento na doença hemolítica perinatal e reações hemolíticas autoimunes. Nesse sentido, mesmo que a grande maioria da população se identifique como RhD positivo ou negativo, existe uma variedade de fenótipos menos comuns como D fraco, D parcial e DEL, que necessitam de técnicas especializadas para seu reconhecimento. Observa-se que a variante RhD fraco tipo 18, embora, geralmente, pouco comum em outras regiões e populações, exibiu uma frequência surpreendentemente elevada entre os doadores de sangue estudados na região sul do Brasil. Esses achados destacam a relevância da caracterização sorológica e molecular do sistema de grupos sanguíneos RhD nesta região específica, uma vez que a prevalência dessa variante pode diferir significativamente de outras áreas geográficas e sugere a possibilidade de um efeito fundador em manifestações fenotípicas de variantes RhD. Muito embora esse estudo tenha tido uma população amostral pequena, as informações obtidas por ele abrem caminhos para que protocolos de genotipagem para as variantes RHD sejam introduzidas na região, dados estatísticos auxiliarão na segurança transfusional, evitando aloimunização anti-D e reações hemolíticas transfusionais. É crucial o entendimento da distribuição e frequência das variantes Rh no Rio Grande do Sul, para melhor entendimento das diferentes origens raciais da região, o que pode auxiliar ainda mais na elaboração de protocolos para os doadores e pacientes com variantes RhD. Conclusão: Nosso estudo salienta a importância de investigação molecular quando identificado variações sorológicas como campo misto na rotina de fenotipagem RhD, por meio disso é possível encontrar a presença de variantes raras e efeito fundador em determinadas regiões do país.