Resumo DOI: 10.12957/polemica.2016.25204 ---------- Este artigo empreende uma reflexao critica sobre o “ideal” de trabalho disseminado na sociedade contemporânea, cujo estilo de vida esta pautado no capitalismo flexivel como fonte de satisfacao profissional, que supostamente traria maior liberdade e autenticidade. Este discurso, fortemente presente na literatura de gestao e em diversos setores da sociedade, vem sendo propagado desde meados dos anos 1970, reforcando o “novo espirito do capitalismo”. Apesar da sua forca no imaginario social, essas aspiracoes se tornaram ainda mais dificeis de alcancar na atualidade, por se inserirem em um mercado instavel, fruto de uma economia globalizada. Partindo do referencial da Psicologia Social de cunho fenomenologico, com um aporte interdisciplinar, analises criticas sobre o mundo do trabalho sao colocadas em dialogo, descortinando ideais, injuncoes e sintomas que pesam sobre os profissionais. Percebem-se, entao, os diversos paradoxos que permeiam a chamada hipermodernidade, nos quais se mostra a outra face do profissional ideal, irreal como o traje do conto A roupa nova do imperador . A contrapartida de um individuo flexivel, autonomo e multitarefa e um trabalhador angustiado, inseguro de si e da sua funcao, o qual, na tentativa de realizar o que se espera em um contexto superexigente, coloca em risco sua saude e sua vida pessoal. Este texto busca evidenciar este processo, pontuando seus custos e a necessidade de desenvolver acoes e caminhos para novas formas de se viver e trabalhar. Palavras-chave : Trabalho. Psicologia. Liberdade. Hipermodernidade. ---------- Abstract: This article proposes a critical reflection about the "ideal" work widespread in the contemporary society, whose lifestyle is guided by flexible capitalism as a source of professional satisfaction that would supposedly bring greater freedom and authenticity. This speech, strongly present in management literature and in many sectors of society, has been spread since the mid-1970s, reinforcing the "new spirit of capitalism." Despite its force in the social imaginary, nowadays, these desires have become more difficult to achieve inside an instable market, in a global economy. Using the theoretical framework of Phenomenological Social Psychology, with an interdisciplinary support, some critical analysis about the professional world are placed together, in dialogue, revealing ideals, injunctions and symptoms affecting the workers. It shows many paradoxes that permeate the so called hypermodernity, in which appears the other side of the ideal professional, so unreal as the clothes of the history The emperor's new clothes . The other side of a flexible, autonomous, multitasking person is a distressed worker, unsure of himself and his function, who, in an attempt to achieve what is expected in a demanding context, endangers his health and his personal life. This text aims to show this process, punctuating its cost and the need of developing actions and paths towards new ways of living and working. Keywords: Work. Psychology. Freedom. Hypermodernity.