A presente dissertação tem como objectivo o conhecimento crítico do trabalho de um arquitecto do movimento moderno, possibilitando e motivando, uma leitura da história contemporânea da arquitectura. Este arquitecto é Josef Frank (1885-1967). Ao longo da dissertação, a exposição do seu trabalho e ideias mais relevantes abordará os seus motivos conjunturais, bem como as suas precedências num tempo mais longo. Tentará perceber-se fundamentalmente como o arquitecto, correspondendo ás ideias da época, lidou com o problema do edifício residencial; este programa era de acordo com Frank a tarefa principal da arquitectura e quase toda a sua obra construída e literária se foca neste problema. No seu ensaio Das Prinzip der Bekleidung (O princípio do revestimento) de 1898, Adolf Loos escreveu que o arquitecto tem a missão de fazer um espaço aconchegante e confortável.1 (...) O artista, o arquitecto, sente primeiro o efeito que quer alcançar e vê depois, com seu olho espiritual, os espaços que quer criar. Ele sente o efeito que quer criar sobre o espectador (...) este efeito vem dado pelos materiais e pela forma.2 Loos escrevia num momento de grandes mudanças na cultura arquitectónica, estando o movimento moderno a surgir como força dominante, com doutrinas moralistas e funcionalistas assim como também uma obsessão pelo novo. As críticas começaram com Loos, quando, em 1900, escreveu o texto Vom armen reichen Manne (Sobre um pobre homem rico), criticando satiricamente a Secession e, de maneira mais abrangente, a ideia de obra totalitária. Frank continuou esta crítica. Josef Frank nasceu em Viena. Via-se como um representante do movimento moderno mas com o tempo, tornou-se cada vez mais crítico do modo como este se desenvolveu. Iniciou a sua oposição àquilo que ele via como um romantismo tecnológico e o efeito totalizador da corrente modernista; a sua critica focava-se especialmente na Alemanha funcionalista e na Bauhaus, que como a Secession, defendia um desenho que evoluiu para um novo estilo que necessitava de conformidade entre o edifício, o interior, o mobiliário e os utensílios domésticos. Frank defendia que o arquitecto apenas podia e devia desenhar o espaço, o qual devia receber e enaltecer a vida dos seus habitantes; estes por sua vez seriam livres para decorar e modificar a casa que nunca devia ser vista com uma obra acabada. O trabalho de Frank parece intimamente ligado com o de Loos. The present dissertation aims to the critical knowledge of an architect, of the modern movement, allowing and encouraging a reading of the history of contemporary architecture. This architect is Josef Frank (1885-1967). Throughout the dissertation, the display of his work and most relevant ideas, we will approach his conjunctural motives, as well as his precedents in a more distant time. We will attempt to perceive fundamentally how the architect, corresponding to the ideas of the period, dealt with the problem of the residencial building; this program was, accordingly to Frank, architecture's main task and mostly all of his built and literary work revolves around this subject. In his essay Das Prinzip der Bekleidung (The principle of cladding) of 1898, Adolf Loos wrote that the architect's general task is to provide warm and livable spaces.6 (...) The artist, the architect, first senses the effect that he intends to realize and sees the rooms he wants to create in his mind's eye. (...) These effects are produced by both the material and the form of the space.7 Loos wrote in a period of great changes in the architectural culture, where the modern movement was emerging as a dominant force, with moralistic and functionalist doctrines as well an obsession towards the new. The critics started with Loos, when in 1900 wrote the text Vom armen reichen Manne (Poor little rich man), where he satirically criticized the Seceession and, in a more broadly sense, an ideia of total work of art. Frank continued this critic. Josef Frank was born in Vienna. He saw himself as a representative of the modern movement but in time, he became increasingly critic as how it evolved. He started his opposition to what he saw as a technological romanticism and the totalizing effect of the modernist mainstream; His criticism focused primarily in functionalist Germany and the Bauhaus, that such as the Secession, advocated a design that evolved into a new style that needed conformity between the building, the interior, furniture, and the household items. Frank claimed that the architect only could and should design the space, which was to receive and enhance the lives of its inhabitants, which, in their turn, would be free to decorate and modify the house that should never be seen as a completed work. Josef Frank's work seems intimately connected to Loos's.