CAPES Diante da influência do papel da internet no exercício das ações em torno do engajamento político e social, apresentamos nesta tese um estudo do gênero petição on-line. Delineamos como objetivo desta pesquisa analisar o funcionamento sociorretórico do gênero petição on-line, com vistas à investigação do gênero em seus espaços textual, sócio-cognitivo e social de circulação. Para isso, centramos nosso estudo na perspectiva sociorretórica de análise de gêneros (MILLER, 2009; BAZERMAN, 2006; 2015; BHATIA, 2004; 2008; 2012) e, no âmbito da ciência política, nos escritos de Mouffe (1996). A análise foi desenvolvida a partir da observação de um corpus contendo 72 textos coletados em três sites responsáveis pelas produção, hospedagem e promoção de petições, quais sejam Avaaz, Change e Petição Pública, e de um questionário aplicado por meio da plataforma Google Forms, que contou com a participação voluntária de 330 internautas. Alguns resultados apontaram para a construção de uma definição do nosso objeto de estudo, a qual toma a petição on-line não governamental como um gênero de e-participação política direta, inerente ao direito de petição, com o qual as pessoas se engajam em nome do exercício da cidadania. Além disso, usando como critério a identificação dos movimentos retóricos que tipificam o gênero, compreendido por nós como ação social (MILLER, 2009), percebemos que, nos sites em que se produziram as petições, tais movimentos parecem ser determinantes no que se refere à correspondência entre o número de movimentos mobilizados e a sua maior ou menor caracterização. Outro aspecto importante a ser destacado informa que o fato de haver determinadas atribuições, tais como o propósito de estimular a participação, o compartilhamento por meio de redes sociais, a ausência de convenção sobre a nomeação, o questionamento de sua validade diante dos órgãos responsáveis, a presença de espaços dados à interação entre os participantes na sua configuração textual, entre outras, parece apontar para a emergência de um gênero que guarda sua contraparte entre os gêneros que compõem o direito de petição. Faced with the Internet’s role in the exercise of actions around political and social engagement, we present in this thesis a study about the online petition genre. The purpose of this research was to analyze the socio-rhetorical functioning of the online petition genre, based on a genre investigation that considers the textual, socio-cognitive and social spaces of its circulation.For this, we focus our study on the socio-rhetorical perspective of gender analysis (MILLER, 2009; BAZERMAN, 2006, 2015; BHATIA, 2004, 2008, 2012) and, in the field of political science, in Mouffe’s (1996) writings.The analysis was developed from the observation of a corpuswith 72 texts collected at three websites responsible for the production, hosting and promotion of petitions, namely Avaaz, Change and Public Petition, and a questionnaire applied through Google Forms platform that counted on the voluntary participation of 330 Internet users.Some results pointed to the construction of our study object definition, which takes the online non-governmental petition as a genre of direct political e-participation, essential in the right of petition, with which people engage in thename of citizenship exercise. Moreover, using as a criterion the identification of the rhetorical movements that typify the gender, understood by us as social action (MILLER, 2009), it was noticed that, in the websites in which the petitions took place, such movements seem to be determinant with respect to the correspondence between the number of mobilized movements and their greater or lesser characterization.Another important aspect that must be highlighted is the fact that certain attributions, such as the purpose of encouraging participation, the sharing through social networks, the absence of a naming convention, the questioning of its validity before the responsible organizations, the presence of spaces for interaction between the participants in the genre textual configuration, among others, seems to point out the emergence of a genre that keeps its counterpart among the others that constitute the right of petition. Ante la visible influencia del papel de Internet en el ejercicio de las acciones alrededor del compromiso político y social, esta tesis presenta un estudio del género petición on-line. El objetivo fue analizar el funcionamiento socio retorico del género petición on-line, interpretando sus regularidades a partir de su comprensión como acción social (MILLER, 2009) direccionada a la investigación de sus espacios textual, socio-cognitivo y social de circulación. Para ello, nos centramos en la perspectiva socio retórica de análisis de géneros (MILLER, 2009; BAZERMAN, 2006; 2015; BHATIA, 2004; 2008; 2012) y, en el ámbito de la ciencia política, en los escritos de Mouffe (1996). El análisis fue desarrollado a partir de la observación de un corpus de 72 textos colectados en tres sites responsables de la producción, alojamiento y promoción de peticiones, Avaaz, Change y Petición Pública, y de un cuestionario aplicado a través de la plataforma Google Forms, que contó con la participación voluntaria de 330 internautas. Algunos resultados señalan la construcción de una definición para nuestro objeto de estudio, la cual toma la petición on-line no gubernamental como un género de participación política directa, inherente al derecho de petición, con el que las personas se comprometen en nombre del ejercicio de la ciudadanía. Además, utilizando como criterio la identificación de los movimientos retóricos que tipifican el género, se percibió que los sites en que se promovieron las peticiones parecen ser determinantes en lo que se refiere a la correspondencia entre el número de movimientos movilizados y su mayor o menor caracterización. Otro aspecto importante que se observa es la presencia de algunas atribuciones, tales como, estimular la participación, compartir a través de redes sociales, abandono de convenciones de nominación, cuestionamiento de validez ante los órganos responsables, espacios para la interacción entre participantes en su configuración textual, entre otras, que parecen apuntar a la emergencia de un género que guarda su contraparte en los géneros que componen el derecho de petición.