1. Competência emocional dos enfermeiros no contexto dos cuidados de saúde primários
- Author
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Almeida, Eliseu Joel Oliveira de Sousa and Vilela, António Carlos
- Subjects
Gestão em Saúde ,Competência Emocional ,Ciências Médicas::Ciências da Saúde [Domínio/Área Científica] ,Gestão de Pessoas ,Cuidados de Saúde Primários - Abstract
A Competência Emocional (CE) é um construto determinante na e para a qualidade dos cuidados. Agrega um conjunto de dimensões essenciais para a realização de uma diversidade de atividades no contexto profissional, com níveis elevados de qualidade e eficiência. Os objetivos da investigação foram: conhecer o perfil de CE dos enfermeiros em Cuidados de Saúde Primários, analisar esse perfil em cada uma das cinco dimensões da CE e analisar as relações estatísticas emergentes entre as características sociodemográficas da amostra e as cinco dimensões da CE e a CE. Estudo quantitativo, descritivo-exploratório e correlacional, desenvolvido a partir da aplicação online da Escala Veiga da Competência Emocional (EVCEr33) a uma amostra por conveniência, constituída por 104 enfermeiros, maioritariamente do sexo feminino (81.7%), com idade predominante entre os [36-40] anos (38.5%) e com [11-20] anos na profissão (62.5%). Os dados foram submetidos a análise estatística descritiva, analítica e correlacional, executada no IBM SPSS Statistics 26®. Dos principais resultados emerge que a amostra autoperceciona-se frequentemente: autoconsciente (M=4.99; Dp=0.92), que gere as suas emoções (M=4.83; Dp=0.76), automotivada (M=4.90; Dp=0.84) e empática (M=5.02; Dp=0.93). Por norma, perceciona gerir emoções em grupos (M=4.46; Dp=0.94). Globalmente autoperceciona-se frequentemente como emocionalmente competente (M=4.84; Dp=0.65). A Autoconsciência foi a dimensão com maior valor de correlação (r=0.81; p=0.000) e maior valor preditivo (66%) da CE. As quatro dimensões Autoconsciência, Gestão de Emoções em Grupos, Automotivação e Gestão de Emoções predizem 98% da CE. Verificou-se que a Empatia não é preditiva da CE nesta amostra. A análise dos sentimentos perante o trabalho: o medo (t(102)=2.92; p=0.004), a vergonha (t(102)=2.38; p=0.019), o sentimento de dever cumprido (t(102)=-2.57; p=0.011), o sentimento de incerteza (t(102)=3.70; p=0.000) e ter consciência do sentimento perante situações perturbadoras “… sei muito bem o que senti... e aquilo fica cá dentro... e fica cá dentro durante muito tempo...” (t(102)=2.60; p=0.011), revelou que estes sentimentos influenciam significativamente a perceção de CE, enquanto construto. A satisfação com a vida influencia (r=0.37; p=0.000) a CE: maior nível de satisfação com a vida está associado à perceção de maior nível de CE. Conclui-se, com os achados desta investigação, a necessidade e pertinência da formação em Educação Emocional, pelo que deve ser esta uma prioridade dos enfermeiros gestores e uma prática nos diferentes níveis de formação. Emotional Competence (EC) is a determinant construct for the quality of care. It adds essential dimensions to carry out a variety of activities in a professional context, with high levels of quality and efficiency. The objectives of the investigation were: to know the EC profile of nurses in Primary Health Care, analyze this profile in each of the five dimensions of the EC and analyze the emerging statistical relationships between the sociodemographic characteristics of the sample and the five dimensions of EC and global EC. Quantitative, descriptive-exploratory and correlational study, developed from the online application of the Veiga Scale of Emotional Competence (EVCEr33) to a convenience sample, consisting of 104 nurses, mostly female (81.7%), predominantly aged between [36-40] years (38.5%) and with [11-20] years in the profession (62.5%). Data were subjected to descriptive, analytical and correlational statistical analysis, performed in IBM SPSS Statistics 26®. From the main results it emerges that the sample is frequently self-perceived: self-conscious (M=4.99; Sd=0.92), that manages their emotions (M=4.83; Sd=0.76), self-motivated (M=4.90; Sd=0.84) and empathic (M=5.02; Sd=0.93). As a rule (M=4.46; Sd=0.94), it perceives managing emotions in a group. In global they often perceive themselves as emotionally competent (M=4.84; Sd=0.65). Self-Awareness was the dimension with the highest correlation value (r=0.81; p=0.000) and the highest predictive value (66%) of EC. The four dimensions Self-Awareness, Group Emotion Management, Self-Motivation and Emotion Management predict 98% of EC. It was found that Empathy is not predictive of EC in this sample. The analysis of feelings towards work: fear (t(102)=2.92; p=0.004), shame (t(102)=2.38; p=0.019), the feeling of accomplishment (t(102)=-2.57 ; p=0.011), the feeling of uncertainty (t(102)=3.70; p=0.000) and being aware of the feeling when faced with disturbing situations “… I know very well what I felt… and that stays inside… and stay inside for a long time...” (t(102)=2.60; p=0.011), revealed that these feelings significantly influence the perception of EC, as a construct. Life satisfaction influences (r=0.37; p=0.000) the EC: a higher level of satisfaction with life is associated with the perception of a higher level of EC. It can be concluded, with the findings of this investigation, the need and relevance of training in Emotional Education, so this must be a priority for nurse managers and a practice at different levels of training.
- Published
- 2021