CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Com a chegada dos franceses ao Maranhão em 1612, os povos de língua e cultura Tupi foram os povos que mais tiveram contato com os europeus. Posteriormente, com a expulsão dos franceses pelos portugueses, esse contato foi ainda maior, os portugueses ensinaram a religião e a forma de trabalho do mundo ocidental, e com a ajuda deles penetraram no interior do continente por meio dos grandes rios Munim, Mearim, Pindaré, Itapecuru, facilitadores dos movimentos demográficos e do comércio da metrópole para o interior. Considerando essa realidade e a importância da hidrografia para o desenvolvimento do Estado, selecionamos como objeto de estudo a hidronímia maranhense de origem indígena, entendendo a hidronímia como parte da Onomástica que se ocupa em estudar os nomes de batismo dos elementos hídricos em geral, não importando a natureza linguística. Assim, objetivamos investigar os nomes próprios de origem indígena que nomeiam a hidronímia maranhense. Para a coleta de dados realizamos pesquisas na Agência Nacional das Águas – ANA, no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE para coleta de mapas atuais e no acervo público do estado do Maranhão para a recolha de mapas antigos. Para obtenção do corpus, realizamos o levantamento de: (i) toda a hidronímia da Mesorregião Norte Maranhense, por meio de mapas atuais do IBGE e (ii) da hidronímia em mapas do território maranhense dos séculos XVII, XVIII, XIX e XX, em trabalhos de cronistas como Claude d’Abbeville, Yves d’Évreux, Frei Francisco de Nossa Senhora dos Prazeres Maranhão e D. Frei Cristóvão de Lisboa. Os estudos de Dauzat (1922, 1938,1946), Vasconcelos (1931), Dick (1990, 1992, 1999, 2000, 2001, 2004, 2007), Isquerdo (2006, 2009, 2010, 2011), Seabra (2006, 2008, 2010, 2012), Tapero (1995) Rosselló i Verger (2010) e Mujika Ulazia (2010) deram fundamentos a esta pesquisa. O corpus da pesquisa corresponde ao total de 518 hidrônimos indígenas que geraram a elaboração de 178 fichas lexicográficas-toponímicas. Os dados apresentaram (i) fitotopônimos, como Buriti, Bacuri, Cajá, Caju; (ii) zootopônimos, como Curimatá, Papagaio, Sucuriú, Urubu; e (iii) hidrotopônimos, como Igarapé, Ipueira, Peritoró, Tibiri, como as taxionomias mais recorrentes. A variação no âmbito da fonética mais presente, a exemplo de Pacoury > Bacuri; Acaiou > Caju; Yarammacarou > Mandacaru; Courimata > Curimatá; Courourou > Cururu; Iacou > Jacu, marcou o percurso Onomástico. O sintagma toponímico com a presença da preposição de tem, na quase totalidade dos sintagmas em que se insere, o papel semântico tanto de denominação quanto de presencialidade ou existencialidade, como em Riacho da Curica, Vão do Jatobá. Desse modo, os aspectos linguísticos do nome de batismo das entidades estabelecem relações entre a cultura e a história do povo e de seu lugar. With the arrival of the French in Maranhão in 1612, Tupi language and culture peoples were the people that most had contact with Europeans. After this, with the expulsion of the French by the Portuguese, this contact was even greate, the Portuguese taught the religion and the western world way of working, and with their help they penetrated the interior of the continent throught the great rivers as Munim, Mearim, Pindaré, Itapecuru, facilitators of demographic movements and trade from the metropolis to the interior. Considering this reality and the importance of hydrography for the development of the State, we selected as object of study, the maranhense hydronymy of indigenous origin, understanding hydronymy as part of Onomastics that deals with studying the baptismal names of water elements in general, no matter its linguistic nature. In such case, we aim to investigate the proper names of indigenous origin that give name the maranhense hydronymy. For data collection, we conducted research in the Agência Nacional das Águas – ANA, in the Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE for collecting current maps and in the public collection of the state of Maranhão for the collection of old maps. To obtain the corpus, we carried out a survey of: (i) all hydronymy of the North Maranhense Mesoregion, through current IBGE maps and (ii) of hydronymy in maps of the Maranhão territory of the 17th, 18th, 19th and 20th centuries, in the works of chroniclers such as Claude d’Abbeville, Yves d’Évreux, Frei Francisco de Nossa Senhora dos Prazeres Maranhão and D. Frei Cristóvão de Lisboa. The studies of Dauzat (1922, 1938, 1946), Vasconcelos (1931), Dick (1990, 1992, 1999, 2000, 2001, 2004, 2007), Isquerdo (2006, 2009, 2010, 2011), Seabra (2006, 2008, 2010, 2012), Tapero (1995) Rosselló i Verger (2010) and Mujika Ulazia (2010) provided the basis for this research. The research corpus corresponds to the total of 518 indigenous hydronyms that generated the elaboration of 178 lexicographical-toponymic cards. The data showed (i) phytotopyms, such as Buriti, Bacuri, Cajá, Caju; (ii) zootopony, such as Curimatá, Papagaio, Sucuriú, Urubu; and (iii) hydrotyponym, such as Igarapé, Ipueira, Peritoró, Tibiri, as the most recurrent taxonomies. The variation in the scope of phonetics is more present, as in Pacoury > Bacuri; Acaiou > Caju; Yarammacarou > Mandacaru; Courimata > Curimatá; Courourou > Cururu; Iacou > Jacu, marked the Onomastic route. The toponymic phrase with the presence of the preposition de has, in almost all the phrases in which it is inserted, the semantic role of both denomination and presence or existentiality, as in Riacho da Curica, Vão do Jatobá. In this way, the linguistic aspects of the entities' baptismal name establish relationships between the culture and history of peoples and their place.