O turismo acessível é um segmento da procura turística com um grande potencial socioeconómico. Porém, a sua importância tem sido negligenciada por muitos stakeholders. Por outro lado, o turismo de natureza é um tipo de turismo que tem registado uma ascensão notória nas últimas décadas, sobretudo devido à crescente preocupação da nossa sociedade em mudar de um estilo de vida sedentário para um estilo de vida mais ativo. Além disso, esta população deseja viver novas sensações e experiências, pretendendo, ao mesmo tempo, melhorar a sua saúde e bem-estar. Tendo em conta a escassez de estudos que analisam as atividades de turismo de natureza praticadas pelas pessoas com incapacidade e as diferenças que existem na prática dessas atividades, nas motivações, nos constrangimentos e nos benefícios obtidos, de acordo com o tipo de incapacidade, este projeto de investigação visa uma melhor compreensão da importância das atividades realizadas em contacto com a natureza percebida pelas pessoas com incapacidades auditivas, motoras e visuais, procurando identificar as diferenças que existem entre si, em termos de motivações, constrangimentos, benefícios, atividades praticadas e atividades desejadas. De forma a dar resposta a estes objetivos, foi aplicada uma entrevista a uma amostra de pessoas com incapacidade (29 pessoas residentes nos distritos de Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria, Lisboa e Viseu) que praticam atividades de turismo natureza. Com base nos resultados obtidos, é possível concluir que as atividades mais praticadas são os percursos pedestres, a visitação a museus do vinho, a escalada e o rappel. As pessoas com incapacidade praticam atividades na natureza principalmente para conhecer novos destinos, adquirir novos conhecimentos, conviver e “fugir da rotina”. Os principais benefícios obtidos destas práticas são o prazer e bem-estar, a alteração de foco/equilíbrio e a sensação de liberdade, ao passo que a falta de dinheiro disponível, a falta de acessibilidades físicas e a falta de tempo disponível foram identificados como os principais constrangimentos sentidos. Em termos de diferenças, segundo o tipo de incapacidade, verificou-se a existência de algumas diferenças em todos os construtos analisados, exceto nos benefícios procurados em turismo de natureza. Assim, o grupo de incapacidades visuais é o grupo da amostra que possui um espírito mais aventureiro, estando disposto a viver novas aventuras, fato que explica a prática de uma maior variedade de atividades. Já o grupo de incapacidades motoras encara a natureza como um meio propício para desenvolver as suas aptidões físicas e mentais, procurando superar os seus próprios limites. Por outro lado, o grupo de incapacidades auditivas perceciona a natureza como um meio por excelência para conviver e estabelecer novos contactos, principalmente com pessoas surdas. Accessible tourism is a segment of tourism demand facing a big socio-economical potential. However, its importance has been neglected by many stakeholders. Moreover, nature-based tourism is a type of tourism which has registered a considerable growth in the last few decades, mostly due to the growing concerns of our society about changing our lifestyles, from sedentary to active ones, thus looking forward to living new sensations, trying new experiences, as well as improving our health and wellness. Considering the lack of studies that analyse both nature-based activities and the differences that concern these activities (different motivations, constraints, and/or obtained benefits, according to the type of disability, this project aims to give a better understanding of the importance of nature-based activities perceived both by people with hearing, physical or visual disabilities and, at the same time, to identify the differences among them, in terms of motivations, constraints, benefits, experienced and desired activities. In order to achieve these objectives, an interview was applied to 29 people who currently live in the districts of Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria, Lisboa and Viseu, and practice nature-based activities. Based on the results of this project, we can conclude that the most practiced nature-based activities are pedestrian courses, visits to wine museums, climbing and rappel. People with disabilities practice these activities in order to discover new places, to acquire new knowledge, to meet people and to escape from routine. The main benefits obtained from these activities are pleasure and welfare, change of focus/balance, as well as a sensation of freedom, whereas the lack of available money, physical accessibilities and available time were identified as the main constraints. In terms of differences, according to the type of disability, we verified the existence of some differences in almost every constraint, except the searched benefits. Thus, people with visual disabilities are more adventurous, being open to living new adventures. This explains why this group practices more nature-based activities, when compared to the other groups. Furthermore, people with physical disabilities perceive nature as a suitable place to develop their physical and mental skills and, at the same time, to surpass their own limits. People with hearing disabilities perceive nature as a place to meet new people by excellence, mostly deaf ones. Mestrado em Gestão e Planeamento em Turismo