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Desde o início do processo de independência na América Hispânica, estava claro que independência significaria abolição da escravidão. Em 1825, quase todos os países da América Hispânica já tinham aprovado leis de emancipação. O contrário aconteceu no Brasil, onde a independência não trouxe consigo discursos favoráveis à abolição da escravidão. Por isso, quaisquer propostas relativas à emancipação de escravos na região eram vistas como uma ameaça para as autoridades brasileiras, especialmente ...

Para além do Atlântico Negro de Paul Gilory, este livro apresenta um Atlântico da Escravidão – noção abrangente cujas fronteiras vão ao coração dos continentes (pois o interior participa do tráfico e da escravidão) – ainda que constantemente hifenação por subdivisões linguísticas (o Atlântico lusófono, francófono, anglófono...) ou hemisféricas (Atlântico Sul, Norte). Este livro, porém, desafia essas fronteiras: surge como uma história que cruza o Atlântico Sul e o Atlântico Norte, entre um es...

O capítulo apresenta uma reflexão sobre a mestiçagem na América portuguesa a partir da história do primeiro santo pardo das Américas. Este primeiro santo pardo era o beato Gonçalo Garcia, cujo culto foi oficializado na cidade de Recife em meados do século XVIII, em meio a uma forte disputa simbólica em relação à sua origem O objetivo central do texto é refletir sobre esta disputa como modo de traduzir aspectos do universo colonial, então permeado por noções de desigualdade e diferença, que possuíam uma forte expressão na vida social e religiosa através dos estatutos de “limpeza de sangue”. Ao analisar o contexto da América portuguesa, explora-se aqui a crônica produzida pelo religioso franciscano frei Antônio de Santa Maria Jaboatão em defesa do reconhecimento de Gonçalo Garcia como um santo pardo. Tal discurso, elaborado em 1745, apresentava uma versão positiva das identidades mestiças, vinculando-as aos ideais de honra e distinção geralmente reservados aos homens livres brancos.

O presente texto analisa cartas e registros autobiográficos do jurista Antônio Rebouças [1798-1880] e de seu filho, o engenheiro abolicionista André Rebouças [1838-1898], no Brasil do século XIX. Tais escritos são expressões eloquentes de subjetividades racializadas pela presença da escravidão africana na sociedade brasileira do período. Marcados por sua cor como descendentes de escravos – foi como “pardo livre” que o Rebouças pai foi registrado pelo pároco no livro de batismo da Paróquia de São Bartolomeu, na Vila de Maragogipe, na Província da Bahia – ambos tiveram, apesar disso, uma vida política e intelectual bem sucedida e influente no Brasil oitocentista. O texto interroga, sobretudo, o lugar da África e da noção de raça nos escritos pessoais dos Rebouças.

Dès les débuts du processus d’indépendance en Amérique hispanique, il était clair que celle-ci signifierait l’abolition de l’esclavage. En 1825, presque tous les pays d’Amérique Hispanique avaient déjà approuvé des lois d’émancipation. La situation fut différente au Brésil, ou l’indépendance ne s’accompagna pas de discours favorables à l’abolition de l’esclavage. De fait, toute proposition relative à l’émancipation des esclaves dans la région était vue comme une menace par les autorités brésiliennes, en particulier celles du Rio Grande do Sul. Ce chapitre traite des cas de rapt et d’esclavage qui eurent lieu dans la zone frontalière entre le Brésil, l’Uruguay et l’Argentine vers les années 1840 et 1850. À travers l’histoire de l’Africaine Rufina et de sa famille, enlevée par des capitão do mato [Hommes chargés au Brésil de surveiller les esclaves et de capturer les fugitifs (ndlt)] en Uruguay en 1854 et emmenée au Brésil pour y être vendue, nous chercherons à montrer que ces cas de rapt, qui ont entraîné de longues négociations et des conflits diplomatiques entre le Brésil, l’Uruguay et l’Angleterre, peuvent être considérés comme des tentatives de mise en place d’un réseau de trafic d’êtres humains après l’abolition de la traite atlantique des esclaves par le Brésil.

Ce chapitre s’appuie sur l’histoire du premier saint « brun » des Amériques pour présenter une réflexion sur le métissage dans l’Amérique portugaise. Il s’agit de saint Gonçalo Garcia, dont la ville de Recife a officialisé le culte au milieu du xviiie siècle, alors même qu’un débat virulent existait autour de son origine. L’objectif principal de ce texte est d’alimenter, à partir de cette controverse, la réflexion sur certains aspects de l’univers colonial. Ce dernier est à l’époque imprégné par les notions d’inégalité et de différence, qui s’expriment fortement dans la vie sociale et religieuse par le biais des statuts de « pureté du sang ». Nous analyserons ici le contexte de l’Amérique portugaise au travers des chroniques écrites par le religieux franciscain frère Antônio de Santa Maria Jaboatão, qui prônait la reconnaissance de Gonçalo Garcia en tant que saint « brun ». Un tel discours, élaboré en 1745, présentait une vision positive des identités métisses, associées aux idéaux d’honneur et de distinction généralement réservés aux hommes libres blancs.

A partir das trajetórias musicais de dois consagrados artistas negros – Eduardo das Neves (1874-1919) no Brasil e Bert Williams (1874-1922) nos Estados Unidos – pretendo discutir as conexões atlânticas da música negra no pós-abolição. Procuro articular o sucesso dos dois e a escolha de seu repertório às representações sobre os negros nos circuitos culturais do mundo atlântico. A trajetória de ambos pode demonstrar de uma forma exemplar o quanto o campo musical no Atlântico Negro se entrelaçou com as discussões políticas e com as questões raciais de seu próprio tempo. A escolha de Bert Williams e Eduardo das Neves pode ser justificada, para além da contemporaneidade dos dois artistas, pela existência de fontes semelhantes para seu estudo: as gravações da indústria fonográfica.Acompanhar a articulação e o diálogo musical entre o Brasil e os Estados Unidos através das trajetórias de Eduardo das Neves e Bert Williams também tem como objetivo abrir caminhos para se pensar que a ascensão de negros no mundo musical no período pós-abolição, com lundus, sambas, ragtime ou jazz, não foi apenas um fenômeno nacional ou naturalmente determinado. Foi mais uma importante conexão cultural do Atlântico negro e mais um indício de que o campo musical abria possibilidades de escolha e expressão para os artistas que dialogavam com a realidade social e política de seu tempo.Se as escolhas musicais dos músicos negros nas Américas foram variadas, os caminhos disponíveis e os problemas que enfrentavam não parecem ter sido muito diferentes, como os casos de Bert e Dudu indicam. Ao viverem profundas continuidades do passado escravista, em meio às novidades da moderna indústria do entretenimento, tiveram que lidar com antigas e permanentes imagens e estereótipos sobre a música negra e os músicos negros. Ao buscarem transformar o passado e suas formas de inserção nas sociedades pós-abolição, sem dúvida (re)criaram os sentidos dessa música, e os próprios cânones da música contemporânea.

Ce chapitre analyse les lettres et les documents autobiographiques du juriste Antônio Rebouças [1798-1880] et de son fils, l’ingénieur abolitionniste André Rebouças [1838-1898], dans le Brésil du xixe siècle. Ces écrits représentent des expressions éloquentes de subjectivités racialisées par la présence de l’esclavage africain dans la société brésilienne de l’époque. Marqués par leur couleur comme des descendants d’esclaves – c’est en tant que « brun libre » [ndt : en portugais, le terme utilisé est pardo] que Rebouças père fut inscrit par le curé dans le livre de baptême de la paroisse São Bartolomeu de la Vila de Maragogipe, dans la province de Bahia – tous deux ont malgré tout eu une vie politique et intellectuelle accomplie et sont devenus des personnalités brésiliennes influentes de ce siècle. Nous nous interrogeons ici avant tout sur la place de l’Afrique et sur la notion de race dans les écrits personnels des Rebouças.

Au-delà de l’Atlantique noir de Paul Gilory, l’Atlantique de l’esclavage – notion englobante dont les frontières vont jusqu’au cœur des continents (car les arrière-pays participent à la traite et à l’esclavage) – a cependant été en permanence retravaillé par des subdivisions linguistiques (l’Atlantique lusophone, français, anglais…) ou hémisphériques (Atlantique Sud, Nord). Ce livre, au contraire, bouscule les frontières : il se pose comme une histoire croisée entre l’Atlantique Sud et l’Atla...

O contexto pós-Primeira Guerra Mundial é um momento especial de atualização da questão negra no debate público ocorrido entre a França colonial e os Estados Unidos segregacionista. Dos dois lados do Atlântico, os atores envolvidos nessas trocas recorrem, para defender seu ponto de vista, a uma comparação entre o destino dos descendentes de escravos africanos em solo norte-americano e o dos autóctones da África Ocidental e Oriental Francesa. Este capítulo tem por objetivo esclarecer o significado histórico dessa comparação a partir da análise das publicações de dois intelectuais franceses, atores cruciais nessas discussões durante a década de 1920: o escritor René Maran e o etnógrafo Maurice Delafosse. De fato, levantamos a hipótese de que a confrontação desses modos de comparação permite evidenciar a convivência de duas ideias republicanas contraditórias, sem dúvida possibilitadas pelas condições históricas, até agora analisadas de modo superficial pelo historiador.

Dans la société esclavagiste brésilienne, la liberté de se marier était l’un des rares droits consentis aux esclaves et, en principe, garanti par la justice ecclésiastique. Les causes de mariage du tribunal du diocèse de Rio de Janeiro au tournant du xviiie siècle permettent à l’historien de voir comment ce droit était concrètement appliqué par l’institution ecclésiastique, comment les maîtres s’en accommodaient et comment les esclaves en usaient. À travers ces archives judiciaires se font jour les trajectoires d’hommes et de femmes obscurs – au double sens de sans renommée et de basané : Indiens, Pardos (Métis) et Pretos (Noirs), des personnes vouées habituellement au silence des sources. L’article vise à restituer leur itinéraire dans leur fluidité et leur complexité, à faire entendre les voix de ces acteurs subalternes, tout en cherchant à comprendre la place et la signification du mariage dans ces vies d’esclaves.

Para além do Atlântico negro de Paul Gilroy, o Atlântico da escravidão, noção abrangente cujas fronteiras vão ao coração dos continentes, ainda que constantemente retrabalhado por subdivisões linguísticas (o Atlântico lusófono, francófono, anglófono...) ou hemisféricas (Atlântico Sul, Norte). Este livro, no entanto, desafia essas fronteiras: surge como uma história cruzada entre o Atlântico Sul e o Atlântico Norte, entre um espaço lusófono e um outro, francófono; entre datas da abolição da escravatura separadas no tempo. Busca definir os vínculos, os efeitos de convergência, bem como as diferenças entre esses mundos. O livro reúne 12 historiadores para pensar as ligações entre escravidão, pós-escravidão, cidadania e subjetividade, entre os séculos XVII e XX, no Atlânticoda Escravidão.

A partir do estudo de um diário do dono de uma plantação da Martinica, este capítulo tem como objetivo mostrar como uma “cidadania subjetiva” foi formada a partir das experiências de enfrentamento de escravos com os senhores e de seu desejo imperativo de intervir sobre regras coercitivas instauradas por eles. Foi a partir dessas experiências que foi elaborado pelos escravos um sentimento coletivo de seus direitos (não jurídicos) e da possibilidade que teriam de intervir nos assuntos em comum aos vários níveis da sociedade escravagista: microlocal, paroquial, comunal e colonial. Trata-se de mostrar que o decreto da abolição da escravatura de 1848, que desperta a adesão e traz em sua esteira uma reivindicação de igualdade, vem endossar uma experiência cuja elaboração foi sobretudo interna e que se inscreve na temporalidade histórica.

Las historias de vida y las ciencias sociales En las últimas décadas, el fortalecimiento de la historia oral no ha hecho más que tender puentes hacia un proceso convergente entre las diferentes disciplinas de las ciencias sociales como la antropología, la sociología, la psicología social, la lingüística y otros. Donde se valoriza al ser humano como sujeto en contraste a la deshumanización del “cientificismo positivista” (Pujadas 1992 (a): 7). Humanismo versus positivismo Los cientistas social...

A. ACCIÓN EN COCHABAMBA El corregidor Ramón de Urrutia, ante la avalancha del pueblo orureño la noche del 10 de febrero, fue uno de los primeros en huir. Sin fuerzas propias y sin posibilidad de poder organizar por sí mismo una contraofensiva armada contra los sublevados orureños, desde el primer momento se dedicó a pedir auxilio a las autoridades de Cochabamba y a la Real Audiencia de La Plata. Paralelamente, inició una serie de sumarias contra los criollos con el fin de aislarlos, de deteri...

A. ANTECEDENTES En las provincias de Paria, Carangas y en los pueblos indígenas dependientes directamente del corregimiento de Oruro, se habían dado brotes subversivos anteriores al estallido de la sublevación general. El más importante fue el de Condo Condo, en 1774. En 1762, todos los pueblos de la provincia de Carangas presentaron ante la Audiencia una serie de recursos sobre los violentos y excesivos repartos que les hizo su corregidor Joaquín de Areizaga, trámite que no tuvo mayor éxito....

La importancia que ha cobrado en los recientes estudios historiográficos el tema de las elecciones políticas no es un hecho arbitrario. Estos vienen demostrando que a lo largo del silo xix el sufragio fue el modo más recurrido de constituir la legitimidad política en América Latina, contradiciendo la imagen que se tenía de un espacio dominado por dictaduras y caudillismos militares. Siguiendo esta línea de reflexión, los aportes más recientes respecto a la evolución de este acto político estu...

A. INTRODUCCIÓN: CRIOLLOS Y EUROPEOS La Iglesia católica, poderosa institución colonial, no fue indiferente al conflicto de 1781; pero, como casi siempre ha sucedido en las luchas políticas, no se presentó como un todo homogéneo. Oruro fue un ejemplo muy particular. La Iglesia vivió la crisis europeo-criolla en su propio seno; dentro de ella, se presentaron los dos partidos en pugna y no quedó encerrada en los claustros, pues salió al exterior con el mismo odio que la de los laicos. El sentid...

Introducción En el presente trabajo se trata de establecer algunos elementos históricos, políticos y culturales del nacionalismo boliviano. Nuestro planteamiento está sustentado en las siguientes afirmaciones. El nacionalismo boliviano se debe al proceso histórico de las transformaciones socio-culturales, políticas y económicas. El concepto de Nación en su primer momento es entendido como forma política y no precisamente desde la perspectiva étnica, es decir, se debe a factores políticos e hi...

Este ensayo analiza cómo fueron construidas las nociones de nación y raza por la élite criolla boliviana a inicios del siglo xx. Hacia fines de 1899 la Guerra Federalista y la rebelión de Zárate Willka marcaron un hito fundamental en la elaboración de un proyecto nacional excluyente. Intelectuales y escritores bolivianos como Alcides Arguedas, Rigoberto Paredes, Franz Tamayo, Bautista Saavedra, Daniel Sánchez Bustamante y otros, se envolvieron en un intenso ejercicio de introspección y de aut...

El fracaso de las invasiones a la Villa, la descoordinación, la superioridad bélica de las tropas de Oruro, el surgimiento de corrientes contrarrevolucionarias dentro de las mismas filas rebeldes, trajeron como consecuencia la capitulación de las tropas indígenas. Estas capitulaciones no se realizaron con la tropa rebelde en su conjunto, sino con cada comunidad por separado; desde comunidades grandes y combativas como Challapata y Sica Sica hasta las pertenecientes a estancias particulares co...

Introducción El separatismo atribuido a Santa Cruz es una cuestión recurrente y llamativa, que apareció desde los primeros días de la república hasta entrado el siglo xx. Los cruceños fueron acusados de separatistas en distintas ocasiones: en las demandas pro-ferrocarril en la década del ’20, en la Guerra del Chaco (1932-1935), en la Guerra Civil del ’49 y en las luchas cívicas por el once por ciento de las regalías petroleras (1957-1959). Al acercarme un poco más a estos hechos me sorprendió...

A. DEFINICIÓN Las discusiones sobre la condición jurídica de los indios llevaron a considerarlos como vasallos libres de la Corona de Castilla; como tales, debían pagar el tributo y cumplir con una serie de obligaciones personales. La legislación indiana definía el tributo “porque es cosa justa que los indios que se pacificaren y redujeren a nuestra obediencia y vasallaje, nos sirvan y den tributo en reconocimiento del Señorío y Servicio, y como nuestros subditos y vasallos deben». Es decir, ...

Mientras en varios países de América Latina el debate social y la elaboración de legislación sobre cultura y comunicación tienen ya una antigüedad de 30 años por lo menos (Brasil, Argentina, Venezuela y, fundamentalmente, México), nosotros todavía insistimos en creer que el conocimiento de nosotros mismos y el de los otros que nos hacen posibles llegará caído del cielo de los intereses creados. Ni siquiera el llegar tarde, sin embargo, nos salva de tropezamos en las mismas piedras de quienes ...

Introducción El valle de Cinti, es tradicionalmente conocido en nuestro país como una de las regiones productoras de vinos y singanis más importante y extensa del territorio boliviano. Esta región, que cuenta con un importante potencial agropecuario propio del clima de valle, produce vinos y aguardientes derivados de la uva desde hace más de cuatro siglos y medio, gracias a la introducción del cultivo de la vida en la región durante la colonia temprana. Esta antiquísima práctica de elaboració...

Introducción Al presentar su visión del pasado, los historiadores bolivianos, por lo general, han acudido a tres sujetos de análisis basados en: la nación-estado, las clases sociales, y los héroes u otros personajes. La nación-estado Tal vez el método más difundido para explicar los fenómenos históricos es el centrar las observaciones alrededor de un espacio geográfico (a la vez que entidad política) llamado nación-estado. Se parte de un supuesto, comúnmente aceptado, de que esa nación simple...

Introducción Precipitada e inorgánicamente, la educación superior en Bolivia ha presenciado signos evidentes de transformación en la última década del siglo xx. La más visible es la constitución de un universo de educación privada, capaz de desafiar al monopolio público. La permisibilidad gubernamental, la ausencia de decisión regulatoria y la carencia de cuadros técnicos ha permitido la emergencia de nada menos que 34 universidades privadas que concentran aproximadamente 36,000 estudiantes, ...

A. INTRODUCCIÓN El fenómeno de la urbanización en América nació siglos antes de la conquista. En el altiplano, el paso de las culturas aldeanas a las culturas urbanas se dio a partir del siglo iii de la era cristiana. La principal ciudad de la región, Tiahuanacu, decayó hacia el siglo xi. Poco se conoce de las pequeñas ciudades aymaras del período post-Tiahuanacu y preinca. Aparentemente, los incas no fundaron ciudades importantes en el altiplano central. Lo cierto es que, cuando los conquist...

Proemio Este encuentro dedicado a la memoria de dos extraordinarios intelectuales bolivianos: René Zavalata Mercado y Marcelo Quiroga Santa Cruz revela una voluntad explícita en los organizadores de recuperar y reconocernos en una tradición intelectual a la que adhiero fervientemente. Creo que junto a ellos cabría mencionar a otros. Algunos queridos amigos, pero a todos quisiera recordarlos como nuestros maestros inmediatos: Agustín Cueva (Ecuador), Raúl Gómez Tretto (Cuba), ‘Manolín’ Maldona...

A. INTRODUCCIÓN El reparto mercantil ha sido especialmente estudiado por Jürgen Golte y Alfredo Moreno Cebrián. De estos autores, se tomaráns las ideas fundamentales, aplicándolas luego a la región de este estudio. El reparto mercantil fue una de las causas fundamentales para que se produjeran las sublevaciones de indios en el siglo xviii. Si bien la sublevación fue visiblemente contra el tributo, la mita y otro género de pensiones, el combate contra el reparto fue mucho más vigoroso. Tanto q...

A. LA MINERÍA EN ORURO EN EL SIGLO XVII Oruro y las dos provincias de su jurisdicción, Paria y Carangas, fueron, durante la colonia, de economía predominantemente minera; la fundación de la ciudad de Oruro se debió a la necesidad de estabilizar poblados en los centros de explotación minera. Los incas conocieron y trabajaron las minas de Oruro y los españoles comenzaron a explotarlas alrededor de 1560. Desde entonces, al igual que la división geográfica general, se distinguen tres regiones min...

La presente publicación concentra los trabajos presentados por investigadores nacionales y extranjeros en el "Il Encuentro Internacional de Historia. El siglo XX en Bolivia y América Latina. Visiones de fin de siglo", que se realizó en la ciudad de Cochabamba entre el 27 y el 31 de julio de 1998. El encuentro fue organizado por la "Coordinadora de Historia. Investigadores Asociados" y contó con el auspicio del Centro Cultural Portales con sede en esa ciudad, así como con el apoyo de las siguientes instituciones: Facultad de Humanidades de la Universidad Mayor de San Andrés de La Paz, Plural Editores, Anden Silver Corporation, Embajada de México, Lloyl Aéreo Boliviano, Compañía Industrial de Tabacos S.A., Banco Mercantil y La Estrella. La Coordinadora de Historia, que reúne a más de 20 historiadores/as bolivianos/as, desarrolló en 1994 un encuentro similar sobre el siglo XIX en la ciudad de Sucre. Las actas del mismo, al que asistieron renombrados historiadores de Europa, Estados Unidos, Latinoamérica y Bolivia, ya han sido publicadas. En esta oportunidad, 48 expositores abordaron las siguientes temáticas planteadas por los organizadores del Congreso: - Archivos documentales bolivianos del siglo XX. - Proyectos y modelos de sociedad en Bolivia. - Estructuras y practicas políticas en Bolivia y America Latina. - Proyectos, estructuras y modelos económicos en Bolivia y América Latina. - Movimientos, actores y estructuras sociales en Bolivia y America Latina. - Culturas hegemónicas y contraculturas en Bolivia y America Latina. Diez de ellos, Horacio Cerruti, Francisco Zapata, Antonio García de Léon, Antonio Mitre, Melvin Burke, H.C.F, Mansilla, Janvier Sanjinés, Jorge Lazarte, René Antonio Mayorga y Gonzalo Sánchez de Lozada, estuvieron encargados de desarrollar "ponencias magistrales", las que se caracterizaron por intentar visiones más globales o de síntesis sobre las temáticas generales trabajadas en cada una de las jornadas. El encuentro sobre el siglo XX, tuvo la particularidad de reunir a especialistas nacionales extranjeros de distintas disciplinas de las ciencias sociales y humanas como historiadores, sociólogos, antropólogos, economistas y literatos, con el objetivo de lograr el intercambio de visiones y perspectivas de análisis bajo una óptica multirdisciplinaria. Ello permitió romper barreras entre las disciplinas que muchas veces son resultado de prejuicos y celos y desarrollar un rico y creativo débale que muy pocas yeces se realiza en nuestro medio.

A. LA ECONOMÍA 1. Economía Natural y Economía Monetaria Noes intención ni en éste, ni en los subsiguientes capítulos, dar una visión completa de la economía orureña en la segunda mitad del siglo xviii. Sin embargo, es fundamental, para comprender mejor la sublevación indígena y la revuelta criolla, conocer con la mayor profundidad posible aquellas actividades económicas que gravitaron precisamente en el proceso de esas rebeliones. Por eso, se dedican capítulos especiales a la minería, al trib...

Bolivia, en 1935, tenía puesta en la espalda la depresión de los años 30 y la Guerra del Chaco. Sus gobiernos no habían previsto ni estaban en condiciones de asimilar esta crisis. El país era rural, marcado por la relaciones serviles, con un sector de acumulación, la minería, que se hallaba en la zona Occidental. La población era de aproximadamente 3 millones de habitantes siendo mayoritaria-mente indígena y concentrada en la zona alta, su crecimiento anual era de 40.000 habitantes por año y ...

La democracia es un bien público, que beneficia aún a los que no están de acuerdo con ella. Por ello su preservación es tan importante. Lo que intentaremos hacer es un ejercicio muy simple de prospectiva para tener una idea de que podría pasar con la democracia en los próximos diez años, teniendo en cuenta los desafíos que enfrenta. Para ello, nos apoyaremos en una cierta metodología desarrollada desde hace varios años y de la que tomaremos lo que consideremos necesario para nuestro propósito...

La historia previa La primera gran migración de judíos hacia América se produjo durante la Colonia, a partir del Edicto de Expulsión emitido en España en 1942. Como efecto de esta disposición real, los judíos tuvieron que dejar la vieja Europa para habitar regiones en las que la persecución resultara mitigada. En esta búsqueda, a veces parsimoniosa y a veces inclusive frenética, han debido ser de especial interés para ellos, lugares de difícil acceso, en los cuales, además fluía una creciente...

A. MINEROS Y COMERCIANTES Al ser la minería la principal actividad económica de Oruro, los propietarios de minas e ingenios constituían uno de los sectores sociales con mayor capacidad de acumulación de poder económico y político y con mayor prestigio social. Sin embargo, las continuas crisis de producción les impidieron tener una independencia económica absoluta y les hicieron depender, en muchos casos, de los comerciantes. Éstos tenían un capital más seguro y riesgos mucho menores. La situa...

Como consecuencia del enfrentamiento violento con los indios y de la evidencia que su movimiento estaba completamente aislado, los criollos orureños iniciaron un drástico repliegue de sus posiciones iniciales favorables a la sublevación general de indios. Tenían la certeza de que, solos como estaban, no podían continuar con una política abiertamente antieuropea y, sobre todo, estaban conscientes de la futura represión y venganza anunciadas en todas las sumarias iniciadas contra ellos por el d...

A. LA ENTRADA DE LOS INDIOS EL DOMINGO 11 La prevista invasión indígena se produjo inmediatamente después de la pugna entre criollos y europeos y nadie se ocupó de detenerla. Los rebeldes indígenas no actuaban para destruir la Villa, sino, de acuerdo a sus propias afirmaciones, para acabar con los europeos en ayuda de sus hermanos criollos. Con ello, volvieron a encender el fuego de la sublevación, que ya se debilitaba, y buscaron a los europeos sobrevivientes para saquear sus bienes. Los reb...

A. INTRODUCCIÓN Los últimos años de la década del 70 se caracterizaron por la generalización de conflictos económicos, políticos y sociales, conflictos que afectaron a todos los elementos de la estructura social del Perú y de la Audiencia de Charcas. Esta situación, agravada por las reformas administrativas y fiscales, sirvió para que se manifestaran pugnas menos coyunturales y más profundas: la de los indígenas contra sus explotadores y la de los criollos contra los europeos. El levantamient...

No hay duda de las ventajas de la democracia en comparación con sociedades autoritarias y totalitarias. Sistemas sociales opuestos a la democracia pluralista, como los modelos armonicistas derivados del corpus del marxismo (que creían poder integrar todas las “contradicciones” en una gran armonía utópica), han resultado ser poco flexibles y se adaptan difícilmente a entornos cambiantes. Como no posee instituciones de auto-reforma, este tipo de ordenamiento social se halla expuesto a formas fá...

Como ya se vio en los anteriores capítulos, los criollos de Oruro, al quedar completamente aislados, sin apoyo de sus similares de otras ciudades, adoptaron la política de reinsertarse en el sistema luchando contra los rebeldes indígenas y manteniendo una estrecha relación con autoridades de la Audiencia. Entre abril y agosto de 1781, lograron la pacificación de las provincias y comarcas aledañas a la Villa. Ahorcaron a los diez y seis principales rebeldes de la sublevación indígena y firmaro...

En Bolivia, al igual que en los países de América Latina, el nacionalismo, como corriente cultural y política tuvo sus primeras manifestaciones en las primeras décadas del siglo veinte. Los estudios sobre esta corriente son casi inexistentes. De ahí el intento de analizar las primeras manifestaciones nacionalistas en Bolivia, para responder a las preguntas ¿cómo se presentaron las diversas corrientes del nacionalismo latinoamericano en Bolivia y cuáles fueron sus características? El trabajo q...

Bolivia en el siglo xix inicia uno de los procesos más largos de su historia. Ese es el caso de la construcción de ferrocarriles. La necesidad de modernizar las rutas de comunicación llevó a plantear políticas de desarrollo del transporte ferroviario. Hacia fines del siglo xix y principios del xx a nivel mundial, los ferrocarriles se expandieron de manera acelerada. La “era del ferrocarril”, también repercutió en el país, influenciada por el desarrollo de la revolución industrial, su impacto ...

La mirada Dos “instantáneas” aparecieron en un suplemento dominguero. La anécdota cuenta que los originales se perdieron en el agujero negro del periódico involucrado. El pie de foto, en ambos casos, anunciaba: Alberto Villalpando, Jesús Urzagasti, Hugo Ríos y Jaime Sáenz. Una fotocopia reducida deja ver, y oculta al mismo tiempo, algo de la sesión fotográfica cercana al año 1966: Instantánea 1 De espaldas a la espalda del más alto y despeinado, expone el perfil derecho y las manos -una sobre...

Introducción Durante 1997 la economía boliviana creció en 5.0 por ciento respecto al año anterior, crecimiento considerado insuficiente con relación a la necesidad de creación de empleo y de disminución de la pobreza. Si examinamos el nivel del crecimiento de años anteriores, advertimos que en el periodo de Gobierno de Gonzalo Sánchez de Lozada (1993-1994), la tasa de crecimiento promedio fue de 3.5 por ciento y en el Gobierno de Jaime Paz Zamora (1989-1993) el crecimiento promedio fue de 2.8...

La cábala del milenio De un tiempo a esta parte, el tránsito inminente, no apenas de un siglo a otro, sino también hacia un nuevo milenio ha venido suscitando, en la rutina de los distintos campos de la actividad intelectual, pausas destinadas a la introspección o simplemente a exacerbar la euforia conmemorativa de que hace alarde nuestro tiempo. He sido convidado para lo primero, más concretamente a realizar un análisis del curso que siguió la historia económica latinoamericana en las última...

Desde que se iniciara el proceso de formación de las naciones latinoamericanas, hasta este fin de siglo, la política de los estados nacionales hacia comunidades y pueblos indios y negros estuvo basada en el universalismo que implicó la negación de su diversidad étnica y racial. Según éste, la condición para integrar las nuevas naciones sólo sería posible en la homogeneidad cultural. El mestizaje racial y cultural debía entonces fusionar ésa diversidad para lograr la unidad de la nación. La id...

El horizonte analítico y de reflexión abierto por las teorías en torno a la cultura como viaje, particularmente así como lo plantean los críticos culturales norteamericanos, y por la nomadología postmoderna francesa, ofrece una multiplicidad de vertientes para leer las dicursividades sociales y culturales bolivianas y, entre ellas, la literaria. Si bien estas teorías no tienen que ver directamente con lo literario, se constituyen en perspectivas muy útiles a la hora de cotejarlas con las form...

La presente publicación concentra los trabajos presentados por investigadores nacionales y extranjeros en el “II Encuentro Internacional de Historia. El siglo xx en Bolivia y América Latina. Visiones de fin de siglo”, que se realizó en la ciudad de Cocha-bamba entre el 27 y el 31 de julio de 1998. El encuentro fue organizado por la Coordinadora de Historia. Investigadores Asociados y contó con el auspicio del Centro Cultural Portales con sede en esa ciudad, así como con el apoyo de las siguie...