OBJETIVO: avaliar fatores determinantes de maior ganho na estatura como resultado do tratamento com GnRHa. MÉTODOS: estudo retrospectivo de 33 meninas com puberdade precoce central idiopática tratadas com GnRHa. Foram avaliadas: idade no início dos sintomas e no início do tratamento, tempo decorrido entre o início de aparecimento dos caracteres puberais e o início do tratamento, idade óssea, avanço da idade óssea, duração do tratamento com GnRHa, altura real e escore Z, altura predita e escore Z e dosagens hormonais de FSH e LH após estímulo com GnRH, que foram correlacionadas com o ganho de altura no final do tratamento, calculada pela diferença entre altura predita no final e início do tratamento. Para análise estatística foi utilizada a correlação linear de Pearson, além da regressão linear múltipla. RESULTADOS: a média de idade no início do tratamento foi 7,8±1,3 anos, com idade óssea média de 10,1±1,6 anos. O avanço da idade óssea era de 2,3±1,1 anos e foi controlado com o tratamento. O ganho em altura predita foi de 2,5±1,3 cm e foi correlacionado positivamente com o tempo decorrido entre o início dos sintomas e o início do tratamento e com o avanço da idade óssea, além de se correlacionar negativamente com o escore Z da altura no início do tratamento e com a altura predita no início do tratamento, sendo este último o principal fator determinante do ganho obtido com o tratamento. CONCLUSÕES: meninas com maior comprometimento da altura predita para a idade adulta, visualizado pelo maior desvio em relação à população (escore Z) e pelo maior avanço na idade óssea foram as que obtiveram maior benefício com o tratamento com GnRHa, não devendo ser excluídas do grupo a ser tratado.PURPOSE: to evaluate predictive factors of response to GnRHa treatment in girls with idiopathic central precocious puberty. METHODS: a retrospective cohort study was conducted involving 33 girls diagnosed with idiopathic central precocious puberty and treated with GnRHa. The following independent variables were assessed: age at the beginning of therapy and at the onset of symptoms, time elapsed since the appearance of pubertal characteristics and the beginning of treatment, bone age, bone age advance, duration of GnRHa treatment, actual height and Z-score, predicted height and Z-score and hormone measurements of FSH and LH after GnRH stimulation, which were correlated with gain in height as a dependent variable at treatment discontinuation, calculated by the difference between the predicted height at the end and beginning of treatment. For statistical analysis, Pearson's linear correlation was used, in addition to multiple linear regression analysis. RESULTS: the mean age at the beginning of treatment was 7.8±1.3 years, with a mean bone age of 10.1±1.6 years. Bone age advance was 2.3±1.1 years and was controlled during the treatment period. Gain in predicted height was 2.5±1.3cm. It was positively correlated with time elapsed since the beginning of symptoms and the beginning of treatment and with bone age advance, while negatively correlated with the Z-score of height at the beginning of treatment and predicted height at the beginning of treatment, and the latter was the main factor determining gain from treatment. CONCLUSIONS: girls who had the most significant compromise of predicted adult height, as detected by a larger deviation from the population (Z-score) and the most considerable advance in bone age, received benefit from GnRHa therapy, and they must not be excluded from the group to be treated.