Orientadores: Roberta Cunha Matheus Rodrigues, Claudio Alexandre Gobatto Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Enfermagem Resumo: Estudo experimental, controlado, não aleatorizado cujo objetivo foi verificar o efeito do treinamento físico aeróbio, de intensidade moderada, determinada pelo protocolo de duplos esforços não exaustivo (DENE), sobre marcadores de atividade inflamatória e oxidativa em coronariopatas em acompanhamento ambulatorial. A amostra foi composta por 24 participantes distribuídos nos grupos Intervenção (GI) e Controle (GC), acompanhados por 12 semanas. No baseline (T0) foram obtidos dados de caracterização sociodemográfica, clínica e do nível de atividade física (versão brasileira do Questionário para Avaliação de Atividade Física Habitual de Baecke - QAFH-Baecke), consumo pico de O2 (VO2 pico) pelo teste cardiopulmonar de exercício (TCPE) e amostra de sangue venoso para análise dos marcadores bioquímicos (CPK e HbA1c), inflamatórios (PCR, TNF-'alfa', IL-6, IL-1ß, IL-8, IL-12p70), anti-inflamatório (IL-10), oxidativo (TBARS) e antioxidativos (Catalase, GR, GPx, Grupamento Sulfidrilas Totais). Entre um e sete dias após o baseline (T1), foi determinada a intensidade do treinamento pelo DENE. Em T2, os participantes do GI foram submetidos ao treinamento físico aeróbio de moderada intensidade, três vezes por semana, com duração de uma hora, durante 12 semanas; os participantes do GC receberam o cuidado rotineiro do ambulatório. Ao final das 12 semanas (T3), os pacientes foram reavaliados para mensuração do VO2 pico e dosagem de marcadores bioquímicos, inflamatórios e oxidativos. Os dados foram submetidos à análise descritiva e de comparação entre os grupos GC e GI, por meio dos testes t de Student não pareado e Mann-Whitney e de comparação intra-grupo por meio dos testes t de Student pareado e Wilcoxon. Foi adotado nível de significância igual a 1,25%, pela correção do Bonferroni. Os resultados mostraram redução significativa na proteína C-Reativa (PCR) (GI = T0=7,0 ±14,5 e T3=3,7±6,5 mg/L) e maior valor na concentração de Catalase (CG T3 = 13,9±6,0 e GI T3 = 38,19±16,1 nmol/min./mL) entre os grupos GC e GI, após 12 semanas de treinamento. Também foram constatadas reduções significativas nas variáveis de desempenho/performance do TCPE no GI, após o treinamento - duração (T0 = 451,3±122,6 e T3 = 576,1±143,2 s.), distância (T0 = 606,9 ±219,0 e T3 = 841,9±260,8 metros), velocidade pico (T0 = 1,6±0,3; T3 = 1,8±0,3 m/s) e inclinação (T0 = 7,4±2,4; T3 = 9,4±3,5 %), sem apresentar dano musculoesquelético nesse grupo (CPK T0= 151,8±107,9; T3= 129,5±103 U/L), embora estas diferenças não tenham sido significativas entre os grupos. Conclui-se que 12 semanas de treinamento físico aeróbio, em intensidade moderada, melhorou a capacidade física em 19%, sem causar lesão musculoesquelético, reduzindo a concentração de PCR e aumentando a concentração de catalase, em pacientes com doença arterial coronariana Abstract: An experimental, controlled, non-randomized study aimed at evaluating the effect of moderate intensity aerobic physical training, determined by the non-exhaustive double effort test (NEDE), on inflammatory and oxidative activity biomarkers in outpatients follow-up coronary artery disease. The sample consisted of 24 participants distributed in the Intervention (GI) and Control (GC) groups, followed up for 12 weeks. Baseline (T0) data were obtained from sociodemographic, clinical and physical activity characterization data (Brazilian version of the Baecke Habitual Physical Activity Assessment Questionnaire - QAFH-Baecke), peak O2 consumption (VO2 peak) by Cardiopulmonary exercise testing (CPX) and venous blood sample for analysis of biochemical markers (CK and HbA1c), inflammatory markers (CRP, TNF-'alpha', IL-6, IL-1ß, IL-8, IL-12p70), and anti-inflammatory markers (IL-10), oxidative (TBARS) and antioxidatives (Cat, GR, GPx, TSH). Between one and seven days after the baseline (T1), the intensity of the training was determined by NEDE. At T2, GI participants underwent moderate-intensity aerobic physical training three times a week, lasting one hour for 12 weeks; the CG participants received routine outpatient care. At the end of 12 weeks (T3), patients were reevaluated for peak VO2 measurement and biochemical, inflammatory and oxidative biomarkers. Data were submitted to descriptive and comparative analysis between the CG and GI groups, using unpaired Student's t-tests and Mann-Whitney's U test and intra-group comparisons using the paired Student's t test and the Wilcoxon t test. A significance level of 1,25% was adopted for the Bonferroni correction. The results showed a significant reduction in the C-reactive protein (CRP) (GI = T0 = 7,0 ± 14,5 and T3 = 3,7 ± 6.5 mg/L) and a higher value in the Catalase concentration (CG T3 = 13,9 ± 6,0 and GI T3 = 38,19 ± 16,1 nmol/min/mL) between GC and GI groups after 12 weeks of training. There were also significant reductions in the performance / performance variables of CPX in GI after training (T0 = 451,3 ± 122,6 and T3 = 576,1 ± 143,2 second), distance (T0 = 606,9 ±219,0 e T3 = 841,9±260,8 meters), peak speed (T0 = 1,6±0,3; T3 = 1,8±0,3 m/s) and inclination (T0 = 7,4±2,4; T3 = 9,4±3,5 %), without musculoskeletal damage in this group (CK T0= 151,8±107,9; T3= 129,5±103 U/L) although these differences were not significant between groups. It was concluded that 12 weeks of aerobic physical training at moderate intensity improved physical capacity by 19% without causing musculoskeletal injury, reducing the concentration of CRP and increasing the concentration of catalase in patients with coronary artery disease Doutorado Enfermagem e Trabalho Doutora em Ciências da Saúde CNPQ 485267/2013-6, 142156/2014-0 FAEPEX 519.294