Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Sabe-se que a exposição ao arsênio pode induzir mudanças sistêmicas e provocar a disfunção dos órgãos. A maioria dos estudos focados no efeito do arsênio avalia a influência do metaloide na idade adulta. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar parâmetros reprodutivos, hepáticos e renais de ratos Wistar púberes e adultos expostos ao arsênio durante a pré-puberdade. Filhotes machos com 21 dias de vida pós-natal (DPN) foram divididos em dois grupos (n = 20/grupo): Ratos controle receberam água filtrada e ratos expostos receberam 10 mg L -1 de arsênio do dia DPN 21 até DPN 51. No DPN 52, testículo, epidídimo, fígado, rins de 10 animais/grupo foram examinados quanto aos efeitos do arsênio sob abordagens morfológicas, estereológicas, bioquímicas, funcionais e moleculares. Os outros animais foram mantidos vivos em condições livre de arsênio até DPN 82, quando foram analisados considerando os mesmos parâmetros. Ademais, para avaliar os efeitos da exposição pré-púbere ao arsênio na competência reprodutiva masculina, os ratos adultos foram acasalados com fêmeas não expostas. Os animais púberes expostos ao arsênio apresentaram níveis aumentados de mRNA de SOD1, SOD2, CAT, GSTK1 e MT1 em seus testículos e SOD1, CAT e GSTK1 em seu epidídimo. Nesses órgãos, a atividade da catalase estava alterada, gerando subprodutos do estresse oxidativo. A expressão do gene antioxidante não foi alterada em ratos adultos, em contraste com a atividade alterada das enzimas antioxidantes. Alterações histológicas dos tecidos do testículo e epidídimo foram observadas em ratos púberes e adultos. Curiosamente, apenas ratos adultos exibiram uma diminuição notável nos níveis de testosterona sérica. Além disso, nossos resultados mostraram uma diminuição da produção diária de espermatozoides e do número de espermátides testiculares com resistência homogeneizada em ratos adultos expostos ao arsênio, bem como a contagem de espermatozoides em suas regiões epididimárias. Ratos sexualmente maduros exibiram baixa motilidade espermática e porcentagem de espermatozoides com membranas intactas após exposição pré-púbere ao arsênio, o que potencialmente contribuiu para o baixo potencial de fertilidade e a maior perda pré-implantação. A análise proteômica de espermatozoides epididimários detectou 624 proteínas, correspondendo a 608 genes pareados em uma distribuição de 41 agrupamentos. A ontologia do gene identificou um processo glicolítico mais enriquecido e a atividade da GTPase em animais expostos ao arsênio. A análise de enriquecimento KEGG identificou maior enriquecimento de fosforilação oxidativa, glicólise / gliconeogênese, biossíntese de aminoácidos e metabolismo de carbono em espermatozoides de ratos expostos a arsênio, enquanto os animais controle exibiram maior enriquecimento no agrupamento de meiose de oócitos. Das 26 proteínas encontradas fosforiladas nesse estudo, MIEAP apresentou padrão de fosforilação apenas em animais expostos a arsênio. Em relação ao fígado e rins, nossos resultados mostraram que a exposição pré- púbere ao arsênio reduziu o conteúdo de glicogênio e zinco e aumentou a proporção de arsênio no fígado e nos rins de animais púberes. Além disso, o arsênio aumentou o volume de macrófagos e cobre no fígado e reduziu a atividade de SOD e CAT no órgão. No rim, a proporção de selênio reduziu nos animais adultos expostos ao arsênio. Em suma, as injúrias causadas pelo arsênio em animais púberes desapareceram, permaneceram, pioraram ou se recuperaram dependendo do parâmetro e órgão analisado, sugerindo possíveis distúrbios em ratos machos durante a vida adulta. Palavras-chave: Arsenito. Fígado. Pré-púbere. Rins. Toxicologia Reprodutiva It is known that exposure to arsenic can induce systemic changes and cause organ dysfunction. Most studies focused on the effect of arsenic evaluate the influence of the metalloid in adulthood. Thus, the objective of this work was to evaluate reproductive, hepatic and renal parameters of juvenile and adult rats exposed to arsenic during pre- puberty. Male puppies of Wistar rats on the postnatal day (DPN) 21 were divided into two groups (n = 20 / group): Control rats received filtered water and exposed rats received 10 mg L-1 of arsenic from day DPN 21 to DPN 51 In DPN 52, testis, epididymis, liver, kidneys of 10 animals / group were examined for effects under morphological, stereological, biochemical, functional and molecular approaches. The other animals were kept alive in arsenic-free conditions until DPN 82, and subsequently analyzed for the same parameters. In addition, to assess the effects of prepubertal exposure to arsenic on male reproductive competence, adult rats were mated with unexposed females. Puberty animals exposed to arsenic showed increased levels of SOD1, SOD2, CAT, GSTK1 and MT1 mRNA in their testicles and SOD1, CAT and GSTK1 in their epididymis. In these organs, the activity of catalase was altered, generating by-products of oxidative stress. The expression of the antioxidant gene was not altered in adult rats, in contrast to the altered activity of antioxidant enzymes. Histological changes in the tissues of the testis and epididymis were observed in pubescent and adult rats. Interestingly, only adult mice exhibited a noticeable decrease in serum testosterone levels. In addition, our results showed a decrease in the daily production of sperm and the number of testicular sperm with homogenized resistance in adult rats exposed to arsenic, as well as the sperm count in their epididymal regions. Sexually mature rats exhibited low sperm motility and percentage of sperm with intact membranes after prepubertal exposure to arsenic, which potentially contributed to low fertility potential and high preimplantation loss. The epididymal sperm proteome detected 624 proteins, corresponding to 608 paired genes in a distribution of 41 clusters. The gene's ontology identified a more enriched glycolytic process and GTPase activity in animals exposed to arsenic. The KEGG enrichment analysis identified greater enrichment of oxidative phosphorylation, glycolysis / gluconeogenesis, amino acid biosynthesis and carbon metabolism in sperm from rats exposed to arsenic, while control animals exhibited greater enrichment in the cluster of oocyte meiosis. Of the 26 proteins found phosphorylated here, MIEAP showed a phosphorylation pattern only in animals exposed to arsenic. Regarding the liver and kidneys, our results showed that prepubertal exposure to arsenic reduced the content of glycogen and zinc and increased the proportion of arsenic in the liver and kidneys of pubescent animals. In addition, arsenic increased the volume of macrophages and copper in the liver and reduced the activity of SOD and CAT in the organ. In the kidney, the proportion of selenium decreased in adult animals exposed to arsenic. In short, the injuries caused by arsenic in pubertal animals disappeared, remained, worsened or recovered depending on the parameter and organ analyzed, suggesting possible disorders in male rats during adulthood. Keywords: Arsenite. Liver. Prepubertal. Kidneys. Reproductive Toxicology