O schwa em francês moderno é um fenômeno referente ao nível fonético e fonológico da língua e bastante instável na produção oral. Também conhecido por E-mudo, E-instável ou E-caduco, o schwa tem sido bastante discutido por autores na área do francês como língua materna a respeito da sua identidade e seu papel na língua francesa (LÉON, 1996; APPIA; METTAS, 1968; LAURET, 2015; LÉON et al, 2012), uma vez que ele pode ser pronunciado ou não sem que isso comprometa o sentido da palavra. É sabido que o schwa francês é uma vogal de média abertura, anterior e labializada, diferentemente do schwa em outras línguas e daquele apresentado no Alfabeto Fonético Internacional (AFI). Nossos objetivos foram os de verificar em qual grupo ocorreu a maior taxa de apagamento do schwa; verificar se a duração relativa do schwa é maior ou menor que a das vogais médias vizinhas [e ε ø œ o ͻ]; verificar se a duração relativa do schwa aumenta ou diminui em relação aos níveis de aprendizagem; e identificar o grau de distanciamento do schwa por meio de seus valores formânticos, F1 e F2, comparando-os aos das vogais médias vizinhas [e ε ø œ o ͻ] nos diferentes níveis de aprendizagem (iniciante, intermediário e independente). Como teorias de base, toma-se o Modelo de Aprendizagem da Fala de Flege (1981, 1991, 1995) e da Aquisição de segunda língua como Sistema Complexo e Dinâmico (LARSEN-FREEMAN, 1997; BOT et al, 2007), compreendendo a interlíngua de aprendizes de L2 como um sistema adaptativo complexo. Os dados foram coletados por meio de gravações da fala de aprendizes de FLE de três níveis (iniciante, intermediário e independente) de um centro de idiomas da Universidade Federal do Ceará, a Casa de Cultura Francesa, os quais leram uma lista de palavras com a presença do schwa, bem como de vogais vizinhas, inseridas em uma frase-guia a fim de controlar os efeitos de prosódia. Utilizamos o software PRAAT para segmentação e etiquetação das vogais em análise e o R para testes estatísticos e geração de gráficos com a finalidade de testar as hipóteses de pesquisa. Os resultados para as taxas de apagamento entre os grupos não foram estatisticamente significativas, de forma que não podemos vincular apagamento com nível de aprendizagem. Também mostraram que os participantes produzem o schwa com duração relativa menor apenas que as vogais [ø], [œ] e [ͻ], nos grupos iniciante e independente, não sendo encontrado resultado estatisticamente significativo para o grupo intermediário. Verificamos ainda que não há redução do valor de duração à medida que aumenta o nível de aprendizagem dos participantes. A respeito do grau de distanciamento do schwa, os resultados da plotagem das vogais e as distâncias euclidianas mostraram que o schwa encontra-se sobreposto ao mesmo espaço acústico das outras vogais médias, nos três grupos, sendo percebido e produzido como muito próximo acusticamente dessas vogais. Le schwa en français moderne est un phenomène qui fait référence au niveau phonétique et phonologique de la langue et il est assez instable dans la production orale. Également appelé E-muet, E-instable ou E-caduc, le schwa a été beaucoup discuté par les spécialistes dans le domaine du français langue maternelle en ce qui concerne son identité et son rôle dans la langue française (LÉON, 1996; APPIA; METTAS, 1968; LAURET, 2015; LÉON et al, 2012), car il peut être prononcé ou pas, sans compromettre le sens du mot. On sait que le schwa français est une voyelle d’ouverture moyenne, antérieure et labialisée, contrairement au schwa dans d’autres langues et d’une qualité différente de celle présentée dans l’Alphabet Phonétique International (API). Les objectifs de cette recherche sont de vérifier dans quel groupe a été observé le taux d’effacement le plus élévé du schwa ; vérifier si la durée relative du schwa est supérieure ou inférieure à celle des voyelles moyennes voisines [e ε ø œ o ͻ] ; vérifier si la durée relative du schwa augmente ou diminue en fonction des niveaux d’apprentissage ; et identifier le dégré de distanciation du schwa à travers ses valeurs des formants, F1 et F2, en les comparant aux voyelles moyennes voisines [e ε ø œ o ͻ] pour les différents niveaux d’apprentissage (débutant, intermédiaire et indépendant). Pour les théories de base, nous nous basons sur le Modèle d’Apprentissage de la Parole de Flege (1981, 1991, 1995) et l’Acquisition de langue seconde en tant que Système Complèxe et Dynamique (LARSEN-FREEMAN, 1997; BOT et al, 2007), cela faisant, nous considérons l’interlangue des apprenants de L2 comme un système complexe adaptatif. Les données ont été réunies au moyen d’enregistrements de paroles d’apprenants de FLE de trois niveaux (débutant, intermédiaire et indépendant) d’un centre de langues de l’Univeristé Fédérale du Ceará, la Maison de la Culture Française, qui ont lu une liste de mots avec le schwa ainsi que les voyelles voisines dans une phrase-guide, afin de contrôler les effets de la prosodie. Nous avons utilisé le software PRAAT pour la segmentation et l’étiquetage des voyelles analysées et le R pour des tests statistiques afin de vérifier nos hypothèses de recherche. Les résultats pour les taux d’effacement entre les groupes n’ont pas été statistiquement significatifs, donc nous ne pouvons pas lier l’effacement au niveau d’apprentissage. Ils ont également montré que les participants produisent le schwa avec une durée relative inférieur uniquement aux voyelles [ø], [œ] e [ͻ], du groupe débutant et indépendant, et aucun résultat statistiquement significatif n’a eté trouvé par le groupe intérmediaire. Nous vérifions qu’il n’y a pas de réduction de la valeur de la durée lorsque le niveau d’apprentissage des participants augmente. À propos du degré de distanciation du schwa, les résultats des répresentation graphique des voyelles et des distances euclidiennes ont montré que le schwa est superposé au même espace acoustique des autres voyelles moyennes, dans les trois groupes, en étant perçu et produit de manière très proche acoustiquement de ces voyelles.