Doutoramento em Economia International economics focuses on the linkages among economic agents who are resident in di erent countries. The analysis of external interactions has become more important over the last decades with the increase of the economic interdependence as a result of the globalization phenomenon. These connections are summarized in international accounts and are classiffed as transactions when both parties (a resident and a non-resident economy) agree on the creation, transformation, exchange, transfer, or extinction of economic value, involving changes in ownership of goods and/or nancial assets, the provision of services, or the provision of labour and capital. Moreover, the international transactions are distinguished between non- financial and financial transactions. The non-financial transactions are related with the trade in goods and services, the payments to non-resident production factors or simply transfers, under which different countries exchange 'something for nothing' (e.g., migrants' remittances). The exchange of financial assets/liabilities between two different countries is considered a financial transaction (e.g., the issuance/redemption of a bond). This type of transactions give rise to an end-of-period stock, the International Investment Position. The International Investment Position is also inffuenced by other economic flows, such as revaluations (price changes or exchange rate changes) and other adjustments. Although transactions are characterized by the existence of an agreement (or compulsory transfers), other flows are driven by market conditions in the case of revaluations (the exchange rate market, for e.g.), or by other factors like the existence of a bankruptcy, de ned as other adjustments. The globalization has created very strong interdependences between nations based on economic linkages as, for example, international trade, among residents in di erent countries. Understanding the economic interactions established between one country and the rest of the world is crucial to support good policy making decisions and to prevent global economic and nancial crises. Nevertheless, analysing economic links at an aggregate level, may not re ect the existence of asymmetries at an individual level (between one country and its trade partners). Therefore, it is essential to complement the aggregate analysis, with an individual perspective focused on bilateral relationships between each economy and its partners. Since 2020, due to the pandemic Covid-19, international linkages like travel have diminished due to the existence of mobility restrictions, and new forms were strengthened (the e-Commerce for e.g.). Nevertheless, these restrictions will not last forever and new forms of international economic and nancial interactions will certainly exist in the future. The analysis of international linkages is crucial to (re)design the international trade and to promote the economic welfare. This thesis focuses on the aggregate and bilateral perspective of nancial and non- nancial interactions among the world economies and contributes to the literature in three di erent ways. Chapter 1 uses the methodology suggested by Fabiani et al. (2016) to compute cyclically-adjusted current account balances for the Portuguese economy in the period 1995-2017. The methodology makes use of domestic and foreign output gaps, export elasticities and the import content of domestic demand, distinguishing between cyclically-adjusted exports and imports. In addition, we compute the cyclically-adjusted bilateral exports and imports relative to the main Portuguese trade partners. We conclude that the strong current account adjustment observed in the Portuguese economy after 2010 was mainly non-cyclical, though a positive e ect resulting from cyclical developments was also observed. Chapter 2 computes the cyclical-adjusted trade account balances for a set of economies focusing on two distinct periods: before the 2008 global economic and nancial crisis and during this crisis. The methodology goes beyond the Chapter 1 methodology and uses a bilateral approach to measure the cyclically adjusted trade accounts. The results suggest that, although global imbalances reduced at a global level, there are asymmetric adjustments across countries. Moreover, the cyclical adjustment of the current account during the nancial crisis period was higher than in the previous years for many countries. On an individual basis, the United States plays the most important role of the bilateral cyclical adjustment. Finally, Chapter 3 considers cross-country linkages between banking sysii tems to assess the cascading e ects that emerge from shocks. Stylized shocks involve a reduction of liabilities from a banking system in a country towards others. The negative e ects on the net assets of other banking systems, if beyond a given threshold, will trigger a reduction of their own liabilities and the sequential propagation of the initial shock. No other endogenous economic e ects are considered. The stylized exercise uses data for cross-border assets and liabilities in a sample of twenty-four countries in 2018. Results highlight the United Kingdom as the most affected country in the event of a systemic shock in each of the G7 plus China group. Moreover, the stylized simulations indicate that the United States is the country whose potential shocks are the most powerful to affect aggregate world cross-border claims of banking systems. A economia internacional centra-se nas interações entre agentes económicos residentes em diferentes países. A importância da análise das relações externas entre os vários países, tem vindo a ganhar maior importância ao longo das últimas décadas, com o aumento da interdependência económica em virtude do fenómeno da globalização. Estas ligações encontram-se espelhadas nas estatísticas externas sendo classificadas como transações sempre que ocorre a criação, transformação, troca, transferência ou extinção de valor económico, ou alterações de propriedade entre bens e/ou ativos financeiros, na prestação de serviços ou na prestação de mão-de-obra e capital entre duas entidades residentes em países diferentes. De acordo com a classificação existente, as transações internacionais distinguem-se entre transações não-financeiras e transações financeiras. As transações não-financeiras estão relacionadas com o comércio de bens e serviços, com os pagamentos a fatores de produção não residentes ou simplesmente com transferências, não existindo necessariamente uma compensação dessas trocas como, por exemplo, as transferências efetuadas por emigrantes (remessas). A troca de ativos/passivos financeiros realizada entre dois ou mais países diferentes, é considerada como operação financeira (por exemplo, a emissão/reembolso de uma obrigação). Estas transações dão origem a uma posição no final de cada período designada por Posição de Investimento Internacional. A Posição de Investimento Internacional é também influenciada por outros fluxos económicos além das transações, designadamente as reavaliações (variações de preço ou variações cambiais) e outros ajustamentos. Embora as transações se caracterizem pela existência de um acordo (ou assumem um carácter obrigatório), os outros fluxos são influenciados por condições de mercado como, por exemplo, no caso das reavaliações (o mercado cambial), ou por outros fatores, como a existência de uma falência, designados como outros ajustamentos. A globalização criou interdependências fortes baseadas em ligações económicas, nomeadamente associadas ao comércio internacional entre entidades residentes em diferentes países. Consequentemente, a compreensão das interações económicas estabelecidas entre um países e o resto do mundo, é crucial para apoiar boas decisões de política e antecipar futuras crises económicas e financeiras. No entanto, e uma vez que a análise das ligações económicas, a nível agregado, pode não refletir as assimetrias que se verificam na relação de um país com cada um dos seus parceiros, torna-se essencial complementar a análise agregada com uma perspetiva individual, focada na relação bilateral dos vários países com cada um dos seus parceiros comerciais. Desde 2020, devido à pandemia Covid-19, as ligações internacionais (como o turismo, por exemplo) diminuíram devido à existência de restrições à mobilidade, ou novas formas de comércio internacional ganharam maior importância, como o caso do comércio online. No entanto, estas restrições não irão durar sempre e, no futuro, existirão seguramente novas formas de interações económicas internacionais. Por conseguinte, a análise das ligações externas é crucial para (re)configurar o comércio internacional e promover o bem-estar económico. Esta tese centra-se, assim, na perspetiva agregada e bilateral das relações financeiras e não financeiras entre as economias e contribui para a literatura de três maneiras diferentes. O Capítulo 1 utiliza a metodologia sugerida por Fabiani et al. (2016) para calcular o saldo da balança corrente ajustada do ciclo económico para a economia portuguesa no período 1995-2017. A metodologia utiliza os hiatos do produto domésticos e externos, elasticidades de exportações e o conteúdo importado da procura interna, distinguindo entre exportações e importações ajustadas do ciclo económico. Adicionalmente, calcula-se o ajustamento cíclico para as exportações e importações bilaterais face aos principais parceiros comerciais de Portugal. Concluímos que o forte ajustamento registado no saldo da balança corrente Portuguesa após 2010 teve uma natureza eminentemente estrutural, embora também tenha existido um efeito positivo resultante dos desenvolvimentos cíclicos. O Capítulo 2 calcula o saldo da balança corrente ajustada do ciclo económico para um conjunto de economias considerando, para o efeito, dois períodos distintos: antes da crise económica e financeira global de 2008 e durante esta crise. A metodologia utilizada neste capítulo complementa a que foi considerada no Capítulo 1, contemplando uma abordagem bilateral no apuramento do ajustamento ao ciclo económico. Os resultados sugerem que, embora os desequilíbrios globais diminuam a nível global entre os dois períodos considerados, existem ajustamentos assimétricos entre os vários países. Adicionalmente, durante o período de crise financeira o ajustamento da balança corrente ao ciclo económico foi maior do que nos anos anteriores para muitos países. Numa perspetiva individual, os Estados Unidos desempenham o papel mais importante no ajustamento da balança corrente ao ciclo económico para a maior parte dos países considerados. Finalmente, o Capítulo 3 foca-se numa perspetiva financeira e considera as ligações entre os sistemas bancários para avaliar os efeitos em cascata que emergem dos choques. A existência de choques nos sistemas bancários envolve uma redução do passivo de um sistema bancário num país relativamente aos outros. Os efeitos negativos sobre os ativos líquidos de outros sistemas bancários, irão potencialmente (se ultrapassarem um determinado limite) desencadear subsequentes reduções do seu passivo e a propagação do choque inicial por vários países e vários períodos. Na metodologia desenvolvida, não são considerados outros impactos económicos que poderiam ocorrer com os choques no sistema bancário como, por exemplo, no Produto Interno Bruto dos vários países. O exercício estilizado utiliza dados para ativos e passivos externos numa amostra de vinte e quatro países, para o ano de 2018. Os resultados destacam o Reino Unido como o país mais afetado em caso de choque sistémico em cada um dos países pertencentes ao grupo dos G7 mais China. As simulações estilizadas indicam, ainda, que os Estados Unidos são o país onde a existência de um choque no sistema bancário iría provocar perdas maiores dos ativos a nível dos sistemas bancários mundiais. info:eu-repo/semantics/publishedVersion