Dissertação de mestrado integrado em Psicologia (área de especialização em Psicologia Clínica), O campo relacionado com a influência dos factores psicológicos na prática do exercício físico e nos comportamentos alimentares dos adolescentes é uma área que carece ainda de alguma investigação. Então, precisamente para tentar contrariar este facto, e para tentar conhecer um pouco melhor este campo de investigação, o presente trabalho tem como objectivo avaliar a importância dos factores psicológicos na prática de exercício físico e nos comportamentos alimentares de adolescentes. Para tal, recolheu-se uma amostra de 192 participantes, na ilha do Pico (Açores), dos quais 102 (53.1%) eram do sexo feminino e 90 (46.9%) do sexo masculino. As suas idades variaram entre os 13 os 18 anos, e as medidas de avaliação utilizadas foram: Informação sócio-demográfica; Questionário de Avaliação das Desordens Alimentares (QADA); Avaliação dos Comportamentos de Controlo de Peso e Forma Corporal (ACCPFC); Questionário de Exercício Físico (QEF-A); Questionário de Orientação Motivacional para o Exercício Físico (QOMEF); Escala de Ansiedade Física Social – Revista (EAFS-R) e Escala de Auto-estima de Rosenberg (EAR). Tal como Silva, Gomes e Martins (2010), não se registaram casos nas quatro subescalas do EDE-Q simultaneamente, havendo, no entanto, por parte da população com baixa prática de exercício físico, uma maior preocupação com a forma e com o peso. Sabe-se que na população em geral, os episódios de comer compulsivamente são frequentes (Bartrina, 1995) e no nosso estudo foram encontrados alguns potenciais casos de Perturbação de Ingestão Alimentar Compulsiva (13.5%), de Bulimia Nervosa Tipo Purgativo (5.7%) e Bulimia Nervosa Tipo Não Purgativo (5.2%), não tendo sido encontrado qualquer caso de Anorexia Nervosa. A maioria destes casos pertencia ao grupo de baixa prática de exercício físico. Através do modelo de regressão percebeu-se que os comportamentos alimentares foram preditos por um maior nível de ansiedade física social e por uma menor autoestima. Assim, os principais resultados a realçar são o facto de esta população açoriana se ter revelado bastante sedentária, não recorrendo ao exercício físico tanto quanto seria desejável nesta faixa etária, mas também a presença de um padrão menos positivo relativamente às características psicológicas (e.g., auto-estima, ansiedade) nos adolescentes com maior propensão para desenvolver comportamentos alimentares de risco e com baixa prática de exercício físico., The field related to the influence of psychological factors in the practice of physical exercise and in eating disorders of adolescents is an area that still needs some more investigation. So, and precisely to try to contradict this fact, and also to try to know a little bit more this field of investigation, the present work has the objective of evaluate the importance of psychological factors in the practice of physical exercise and in the food behaviors of adolescents. To do that, we collected a sampling of 192 participants, in Pico Island (Azores), of which 102 (53.1%) were female and 90 (46.9%) male. Their ages varied between 13 and 18 years old, and the measures of evaluation used were: Socio-demographic information; Eating Disorders Examination Questionnaire (EDE-Q); Dieting Status Measure (DiSM); Physical Activity Questionnaire for Adolescents (PAQA); Goal Orientations in Exercise Measure (GOEM); Social Physique Anxiety Scale-Revised (SPAS-R) and Rosenberg Self-Esteem Scale (RSE). As in Silva, Gomes e Martins (2010), there are no register of cases in the four sub-scales of EDE-Q simultaneously, existing, however, in the population with low practice of physical exercise, a larger concern with the shape and weight. It is known that in population at large, the episodes of eating compulsively are frequent (Bartrina, 1995) and in our study there were found some potential cases of Binge eating Disorder (13.5%), of Bulimia Nervosa Purging Type (5.7%) and Bulimia Nervosa Nonpurging Type (5.2%), not being found, any case of Anorexia Nervousa. The majority of these cases belonged to the group with lower practice of physical exercise. Through the regression model it was understood that these eating habits were predicted by a higher level of social physical anxiety and by a lower self-esteem. Therefore, the main results to emphasize are the fact that the Azorean population revealed itself to be sedentary, not doing as much physical exercise as they should do or it would be desirable at this age, but also the presence of a less positive pattern in what concerns their psychological characteristics (e.g. self-esteem, anxiety) in adolescents with higher propension to develop dangerous eating habits and with a low practice of physical exercise.