301. Interações entre morcegos e turbinas eólicas no Agreste do Rio Grande do Norte, Nordeste do Brasil
- Author
-
BARROS, Marília Abero Sá de and BERNARD, Enrico
- Subjects
Parques eólicos ,Impacto ambiental ,Morcegos - Abstract
FACEPE A energia eólica é uma importante fonte renovável cada vez mais explorada e utilizada no mundo. Em conjunto com este crescimento, veio a necessidade de investigar e minimizar possíveis efeitos negativos sobre a vida silvestre, como a morte de aves e morcegos por colisão com aerogeradores. O Brasil é atualmente o oitavo maior produtor mundial de energia eólica, mas interações entre morcegos e parques eólicos ainda são pouco conhecidas no país. A presente tese de doutorado examinou diferentes aspectos relacionados à avaliação do impacto de aerogeradores sobre morcegos no Brasil. Primeiramente, eu realizei uma análise das normativas estaduais quanto ao rigor do licenciamento ambiental de energia eólica no que se refere a morcegos. Em seguida, foram elaboradas diretrizes para auxiliar órgãos governamentais e consultores a melhorar estudos de impacto ambiental envolvendo aerogeradores e morcegos nos processos de licenciamento. Por fim, uma pesquisa de campo levantou os primeiros dados sobre morcegos em parques eólicos no estado do Rio Grande do Norte. Buscas por carcaças, amostragens acústicas, capturas com redes de neblina e experimentos de campo foram utilizados para investigar a eficiência do observador, remoção por carniceiros, composição de espécies, atividade e mortandade de morcegos em um complexo eólico com 34 aerogeradores. Os experimentos demonstraram que observadores conseguem encontrar 58% das carcaças de morcegos ao redor das turbinas, e que carcaças pequenas têm curto tempo de persistência (≈ 4 dias) no complexo eólico. Foram registradas mortes esporádicas de espécies abundantes (Molossus molossus, Pteronotus gymnonotus e Artibeus planirostris) e aparentemente raras (Nyctinomops macrotis) na área de estudo, e a taxa de fatalidade foi estimada em ≤ 4,7 morcegos/turbina/ano. Esta tese amplia a compreensão sobre a mortandade de morcegos em parques eólicos no contexto brasileiro, e apresenta informações que podem contribuir com avaliações de impacto ambiental e medidas de conservação da quiropterofauna. Wind energy is an important renewable source which is increasingly exploited and used in the world. Along with this growth, there is the need to investigate and minimize possible negative effects on wildlife, such as the death of birds and bats from collisions with wind turbines. Brazil is currently the eighth largest wind energy producer of the world, but interactions between bats and wind farms are still poorly known in the country. The present PhD Dissertation examined different aspects of impact assessment of wind turbines on bats in Brazil. Firstly, I analyzed the Brazilian state regulations focused on the rigor of the environmental licensing of wind energy when applied to bats. Subsequently, I established guidelines to assist government agencies and consultants in improving environmental impact studies involving wind turbines and bats in licensing processes. Finally, I conducted a field research to collect the first data on bats in wind farms in the state of Rio Grande do Norte. Carcass searches, acoustic surveys, mist-netting, and field trials were used to assess searcher efficiency, scavenger removal, bat species composition, activity and fatality of bats at a wind facility with 34 wind turbines. Trials demonstrated that searchers can find 58% of bat carcasses around turbines, and that small carcasses have short persistence times (≈ 4 days) at the wind farm. I recorded sporadic deaths of abundant (Molossus molossus, Pteronotus gymnonotus and Artibeus planirostris) and apparently rare species (Nyctinomops macrotis) in the study area, and the fatality rate was estimated to be ≤ 4.7 bats/turbine/year. This PhD Dissertation expands understanding on bat casualties at wind farms in the Brazilian context, and presents information that will contribute to environmental impact assessments and conservation measures for bat fauna.
- Published
- 2019