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Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) The interest in researching the variables of Psychology courses is justified by the number of higher education courses registered in Brazil, responsible for more than 300 thousand psychologists currently active. Of these variables, research on professional identity and social representation of Psychology stands out, which point out the relevance of the personal and interpersonal aspects of the professional psychologist. Among these aspects are social skills and social competence, whose studies aimed at training in Psychology enabled the characterization of students in this course and the knowledge about how teaching conditions can help the development of these behaviors. Considering these findings, the present study aimed to identify relationships between social skills, social competence, academic experiences and formal curriculum, based on the self-assessment of Psychology students. The study included 150 undergraduate psychology students from the first (87) and fifth year (63) of a Psychology course who responded to: (i) an adapted version of the Social Skills Inventory 2 (IHS2-Del Prette - which included a prospective assessment for first year students and retrospective assessment for fifth year students); (ii) a reduced version of the Academic Experience Questionnaire (QVA-r); (iii) a Social Competence Questionnaire in the Academic Context; (iv) a Questionnaire on teaching conditions involving Social Skills. The last two elaborated for this research.In addition to descriptive statistics, the data was analysed using group comparison analysis (t test) and correlation (Sperman's p). Content analysis was performed for qualitative data, which also underwent analysis of the statistical software IRaMuTeQ. Most of the participants had the repertoire of social skills classified as highly developed, and the fifth year students had statistically higher averages than the first year students. Prospective assessments showed that first-year students have expectations for the development of social skills that do not match the reality found in Psychology courses, while the retrospective assessment showed that graduating students perceived themselves with improved repertoire of social skills when compared to themselves in previous evaluation, according to statistical analysis that showed a significance index. Most formal teaching conditions seem to be unrelated to the respondents' social skills repertoire, with the exception of knowledge of the term “social skills” and participation in a practical course on this topic. In addition, many of the academic experiences correlated with social skills. The qualitative analysis showed several points of congruence with socially competent performances in students and raised a reflection on the relationships established in the Psychology course. The results suggest that the academic experiences specific to Psychology courses and practical social skills courses are related to the development of these behaviors, while evidencing the need to promote formal conditions that focus on social behaviors. O interesse em pesquisar as variáveis da formação em Psicologia justifica-se pela quantidade de cursos superiores registrados no Brasil, responsáveis pela formação dos mais de 300 mil psicólogos ativos atualmente. Dessas variáveis, destacam-se as pesquisas sobre identidade profissional e representação social da Psicologia, as quais apontam a relevância dos aspectos pessoais e interpessoais do profissional psicólogo. Dentre estes aspectos estão as habilidades sociais e a competência social, cujos estudos voltados para a formação em Psicologia possibilitaram a caracterização dos estudantes desse curso e o conhecimento sobre como as condições de ensino podem auxiliar no desenvolvimento destes comportamentos. Considerando tais evidências, o presente estudo teve como objetivo identificar relações entre as habilidades sociais, competência social, vivências acadêmicas e condições formais de ensino, a partir da autoavaliação de estudantes de Psicologia. Participaram do estudo 150 alunos de graduação em Psicologia do primeiro (87) e quinto ano (63) de cursos de Psicologia que responderam a: (i) uma versão adaptada do Inventário de Habilidades Sociais 2 (IHS2-Del Prette – na qual foi incluída uma avaliação prospectiva para alunos do primeiro ano e avaliação retrospectiva para os do quinto ano); (ii) uma versão reduzida do Questionário de Vivências Acadêmicas (QVA-r); (iii) um Questionário de Competência Social no Contexto Acadêmico; (iv) um Questionário sobre condições de ensino envolvendo Habilidades Sociais. Os dois últimos elaborados para esta pesquisa. Além das estatísticas descritivas, os dados passaram por análises de comparação de grupos e correlação. Foi realizada análise de conteúdo para os dados qualitativos, os quais também passaram por análises do software estatístico IRaMuTeQ. A maioria dos participantes teve o repertório de habilidades sociais classificado como altamente desenvolvido, sendo que os alunos de quinto ano tiveram médias estatisticamente maiores do que os alunos de primeiro ano. As avaliações prospectivas mostraram que os alunos de primeiro ano possuem expectativas de desenvolvimento de habilidades sociais que não condizem com a realidade encontrada nos cursos de Psicologia, enquanto a avaliação retrospectiva apresentou que os alunos concluintes se perceberam com melhoras no repertório de habilidades sociais quando comparados a si mesmos em avaliação prévia, conforme análise estatística que apontou índice de significância. A maioria das condições formais de ensino parece não ter relação com o repertório de habilidades sociais dos respondentes, com exceção do conhecimento do termo “habilidades sociais” e a participação em curso prático com esta temática. Além disso, muitas das vivências acadêmicas correlacionaram-se com as habilidades sociais. A análise qualitativa evidenciou diversos pontos de congruência com desempenhos socialmente competentes nos estudantes e levantou uma reflexão sobre as relações estabelecidas nos cursos de Psicologia. Os resultados sugerem que as vivências acadêmicas próprias dos cursos de Psicologia e os cursos práticos de habilidades sociais possuem relação com o desenvolvimento destes comportamentos, enquanto evidencia-se a necessidade de promoção de condições formais que foquem em comportamentos sociais. CAPES: código de financiamento - 001

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) The families of psychiatric patients, despite being recognized as the main caregivers, do not yet receive the necessary guidance to deal appropriately with their care demands. This situation compromises the treatment and the social reintegration of these patients in the community. Currently, there are tools to evaluate some of these contingencies, but none specifically addressed to investigate social skills (SS) and other skills recognized as crucial to help family caregivers in this task. This study focuses these questions and is structured in two chapters that present the process of developing a rating scale – named as Inventory of Social Skills for Family Caregivers of Psychiatric Patients (IHS-FCPP) - and the preliminary evidences of its psychometric properties. Chapter 1 presents an integrative literature review that showed that family members need a more elaborate SS levels. Concerning interventions, the results showed positive effects. However all instruments used for evaluation were not constructed for contexts and demands of psychiatric patients' caregivers. Considering the situational character of SS and the particular conditions of daily care of psychiatric patients, it was understood as important to produce and validate a specific instrument to evaluate the SS typical of these caregivers' routine. In Chapter 2, the objective was to describe the process and the results of the elaboration of the items and to produce preliminary evidences of validity and reliability of the IHS-FCPP. This chapter was organized in four studies. Study 1 presented the evidences of content validity. The items were elaborated from interviews with family caregivers, professionals from Psychosocial Care Centers and other instruments. Then the validity of content was verified by consulting seven professionals, resulting in a pilot version, tested with a sample of the target population. After the removal of items presenting difficulty of comprehension, a version of 70 items was obtained. Study 2 aimed to analyze evidence of validity based on the internal structure and reliability of the IHS-FCPP. The Exploratory Factor Analysis indicated a structure of three factors, with satisfactory reliability, that were denominated as: F1, SS of Assertiveness and Educational Supervision (HSA&SE); F2, SS of Emotional Support (HSSE); and F3, SS of Affectivity and Empathy (HSAE). Study 3 aimed to verify validity evidences based on the association of HS measurements with external indices of subjective burden and quality of life. The results were consistent with the literature. Study 4 aimed to produce preliminary norms and characterize the SS repertoire in their association with sociodemographic variables. The results showed groups at risk in terms of SS deficits, for example those with lower levels of schooling. As a conclusion for the several studies presented here, preliminary psychometric qualities of the IHS-FCPP are recognized, but also the need for more evidence of validity to recommend its use as a diagnostic tool. It is understood that IHS-FCPP can be used in descriptive research and studies on the effectiveness of interventions aimed at the empowerment of family caregivers of psychiatric patients. As famílias dos pacientes psiquiátricos, apesar de reconhecidas como as principais cuidadoras, ainda não recebem as orientações necessárias para lidar adequadamente com suas demandas de cuidado. Essa situação compromete o tratamento e a reintegração social desses pacientes na comunidade. Atualmente, existem ferramentas para avaliar algumas dessas contingências, mas nenhuma especificamente para investigar habilidades sociais (HS) e outras habilidades reconhecidas como cruciais para ajudar os cuidadores familiares nessa tarefa. Este estudo enfoca essas questões e está estruturado em dois capítulos que apresentam o processo de desenvolvimento de uma escala de avaliação - denominada Inventário de Habilidades Sociais para Cuidadores Familiares de Pacientes Psiquiátricos (IHS-FCPP) - e as evidências preliminares de suas propriedades psicométricas. O Capítulo 1 apresenta uma revisão integrativa da literatura que mostrou que os familiares necessitam ter níveis mais elaborados de HS. Em relação às intervenções, os resultados mostraram efeitos positivos. No entanto, todos os instrumentos utilizados para avaliação não foram construídos para contextos e demandas de cuidadores de pacientes psiquiátricos. Considerando o caráter situacional das HS e as condições particulares do cuidado cotidiano de pacientes psiquiátricos, entendeu-se como importante produzir e validar um instrumento específico para avaliar as HS próprias da rotina desses cuidadores. No Capítulo 2, o objetivo foi descrever o processo e os resultados da elaboração dos itens e produzir evidências preliminares de validade e confiabilidade do IHS-FCPP. Este capítulo foi organizado em quatro estudos. O Estudo 1 apresentou as evidências de validade de conteúdo. Os itens foram elaborados a partir de entrevistas com familiares cuidadores, profissionais de Centros de Atenção Psicossocial e outros instrumentos. Em seguida, a validade de conteúdo foi verificada por consulta a sete profissionais, resultando em uma versão piloto, testada com uma amostra da população-alvo. Após a remoção de itens com dificuldade de compreensão, foi obtida uma versão de 70 itens. O Estudo 2 teve como objetivo analisar evidências de validade baseadas na estrutura interna e na confiabilidade do IHS-FCPP. A Análise Fatorial Exploratória indicou uma estrutura de três fatores, com fidedignidade satisfatória, que foram denominados como: F1, HS de Assertividade e Supervisão Educacional (HSA&SE), F2, HS de Suporte Emocional (HSSE) e F3, HS de Afetividade e Empatia (HSAE). O Estudo 3 objetivou verificar evidências de validade baseadas na associação das medidas de HS com índices externos de sobrecarga subjetiva e qualidade de vida. Os resultados foram consistentes com a literatura. O Estudo 4 objetivou produzir normas preliminares e caracterizar o repertório de HS em sua associação com variáveis sociodemográficas. Os resultados mostraram grupos em risco em termos de déficits de HS, por exemplo, aqueles com níveis mais baixos de escolaridade. Como conclusão para os diversos estudos aqui apresentados, são reconhecidas as qualidades psicométricas preliminares do IHS-FCPP, porém também a necessidade de mais evidências de validade para recomendar seu uso como ferramenta diagnóstica. Entende-se que o IHS-FCPP pode ser utilizado em pesquisas descritivas e em estudos sobre a efetividade de intervenções voltadas ao empoderamento de cuidadores familiares de pacientes psiquiátricos. CAPES: Código de Financiamento 001

Não recebi financiamento The childhood is a critical period for social skills learning. In the Early Childhood Education it is important to provide effective and viable resources and strategies for interpersonal development. An alternative is the use of children's literature books as long as the teacher has an adequate repertoire of Educational Social Skills (ESS) to promote the child's interest and to achieve his/her goals. Important initiatives for social-emotional development in the school are developing resources and strategies for intervention as well as investing in continuing teacher training. The objective of this study was: to evaluate the performance of two ESS teachers to tell stories, and to assess the impact of guidance sheets for the use of children's literature to promote social skills in students. The following effects were also assessed: participating in the ESS program; providing the book immediately or in advance at the time of use; repetition or change of book. The teachers evaluated the use of children's literature for the promotion of skills and values of coexistence, and as to the feasibility of using the sheet. Two teachers from Early Childhood Education participated, who were exposed to different conditions of storytelling (book immediately available, access to the guidance sheet, storytelling after PESS, with book and sheet available in advance). The participants had their repertoires of ESS assessed by judges from a filming analysis protocol developed based on the literature and validated by the judges. The teachers' evaluations on the use of children's literature books and the guidance sheet were recorded through questionnaires. The data indicated that there was variation in the performance of the teachers in the different conditions of storytelling (proposed in seven phases). There was a higher frequency and variability of ESS considered relevant for storytelling activities of both participants when they adopted the guidance sheet, in particular, when they first had access to this resource, and only by one participant after the ESS program. Some classes of ESS related to the planning of the activity, such as using complementary resources, organizing the room and performing activity related to the scenario, were presented by the participants only when they had access to the guidance sheet. It discusses the relevance of providing resources and programs for teachers to facilitate effective adoption of different strategies for social-emotional development in the school context. The research design allowed to achieve the objectives, especially the area specialists involvement in the elaboration of the filming analysis protocol as well as judges in the filming analysis. Furthermore, the different conditions of storytelling were important for the control of variables and identification of those more favorable for the teachers’ performance. A infância é um período crítico para a aprendizagem de habilidades sociais. Na Educação Infantil, é importante que sejam disponibilizados recursos e estratégias eficazes e viáveis para o desenvolvimento interpessoal. Uma alternativa é o uso de livros de literatura infantil, desde que o professor tenha um repertório adequado de Habilidades Sociais Educativas (HSE) para promover o interesse da criança e alcançar seus objetivos. Desenvolver recursos e estratégias de intervenção, bem como investir na formação continuada de professores, constituem iniciativas importantes para que ocorra o desenvolvimento socioemocional na escola. O presente estudo teve como objetivo avaliar o desempenho de duas professoras da Educação Infantil em HSE para contar histórias, verificando o impacto da adoção de fichas de orientação para uso de livros de literatura infantil visando promover habilidades sociais nos alunos. Buscou-se, ainda, avaliar os efeitos de: participar de programa de HSE; disponibilizar o livro imediatamente ou com antecedência ao momento de uso; repetição ou mudança de livro. As professoras avaliaram o uso da literatura infantil para promoção de habilidades e valores de convivência e quanto à viabilidade do uso da ficha. Participaram duas professoras de Educação Infantil, que foram expostas a diferentes condições de contação de histórias (livro disponibilizado de imediato, acesso a ficha de orientação, contação após PHSE, livro e ficha disponibilizados com antecedência). As participantes tiveram seus repertórios de HSE avaliados por juízas a partir de um protocolo de análise de filmagens, elaborado com base na literatura e validado por juízes. As avaliações das professoras sobre o uso de livros de literatura infantil e da ficha de orientação foram registradas por meio de questionários. Os dados indicaram que houve variação no desempenho das professoras nas diferentes condições de contação de história (propostas em sete fases). Houve maior frequência e variabilidade de HSE consideradas relevantes para atividades de contação de histórias de ambas as participantes, em momentos em que adotaram a ficha de orientação, em especial, no primeiro momento em que tiveram acesso a esse recurso e somente de uma participante após o programa de HSE. Algumas classes de HSE relacionadas ao planejamento da atividade, como utilizar recursos complementares, organizar a sala e realizar atividade relacionada ao enredo, foram apresentadas pelas participantes somente nos momentos em que elas tiveram acesso à ficha de orientação. Discute-se a relevância de disponibilizar recursos e programas para professores para facilitar a adoção efetiva de diferentes estratégias de desenvolvimento socioemocional no contexto escolar. O delineamento de pesquisa permitiu a consecução dos objetivos, com destaque para o envolvimento de especialistas da área na elaboração do protocolo de análise de filmagens e de juízes na análise dessas filmagens. As diferentes condições de contação de histórias foram importantes também para o controle de variáveis e identificação daquelas mais favoráveis para o desempenho das professoras.

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) Emotional Intelligence (EI) is a psychological construct widely broadcasted in the last two decades, especially outside the academic environment. Several studies have been conducted regarding EI, but a larger scientific research framework is needed to consolidate EI as a capacity of intelligence and to demonstrate its relationship with other psychological constructs and variables from daily life. EI may be related to Intelligence (G), Social Skills (HS), gender, age, education, family income and characteristics of the organization environment. Hence, the goal of this research was twofold: first, to study the relationship between EI and G, HS and sociodemographic variables. Second, to investigate EI, G and HS as present in workers in different areas of the organization and in both leaders and non-leaders. As such, the research was divided in two separate studies. The goal of the first study was to analyze the relationship between EI and G, EI and the sociodemographic variables of age, gender, family income, education and EI and HS; the second verified the level of EI, G and HS presented by professionals in different areas and leadership roles in the organizational context. Both studies had the participation of 120 adults, aged 32.16 years in average (SD = 8.82, Md = 31), 84 (70%) men and 36 (30%) women, working in 24 companies in the countryside of the state of São Paulo. They took the Teste Informatizado de Percepção das Emoções Primárias (PEP) and the Teste Informatizado de Compreensão Emocional (TCE) to measure EI; the abstract reasoning and linguistic intelligence modules of the Bateria de Provas de Raciocínio (BPR-5) to check G levels; the Inventário de Habilidades Sociais 2 (IHS2-Del-Prette) and the Sociodemographic and Career Path Survey (Questionário Sociodemográfico e de Carreira Profissional – QSCP). The main results of the first study indicate a weak to positive and moderate correlation between EI and G testing; a moderate and negative correlation between age and emotional perception; a weak and positive correlation between emotional understanding and education and no significant correlation between EI and the HS variables and income. There was also no significant difference between EI scores for men and women. After a linear regression analysis, age and abstract reasoning were shown to be predictors of emotional perception and linguistic intelligence and abstract reasoning were shown to be predictors of emotional understanding. Results from the second study only showed significant differences between professional areas for abstract reasoning in BPR-5 scores; the affective-sexual approach and social resourcefulness, both IHS2-Del-Prette, factors; engineers/technical professionals had the best scores. There was a significant difference between EI scores from leaders and non-leaders. However, professionals in non-leadership jobs had higher scores than leaders, unlike the results found for assertive conversation, a factor in IHS2-Del-Prette in which leaders did better. Research results contributed to show the validity of EI in applied research, since it provided data for a better understanding of how EI is related to HS, how family income is related to EI, and how EI, HS and G are present and how they differ between leaders and non-leaders and among professionals in different work areas. A Inteligência Emocional (IE) é um construto psicológico que foi amplamente divulgado nas últimas duas décadas, principalmente fora do ambiente acadêmico. Diversos estudos foram realizados sobre IE, mas ainda se faz necessário um arcabouço maior de pesquisas científicas que contribuam para solidificar a IE como sendo uma capacidade da inteligência e para demonstrar sua relação com outros construtos psicológicos e com variáveis do cotidiano. A IE pode ser relacionada com a Inteligência (G), Habilidades Sociais (HS), sexo, idade, escolaridade, renda familiar e características do ambiente organizacional. Portanto, pretendeu-se investigar a relação de IE com G, HS, variáveis sociodemográficas e também como IE, G e HS se apresentam em trabalhadores de diferentes áreas das organizações e em líderes e não líderes. Para isso a pesquisa foi dividida em dois estudos. O primeiro teve por objetivo analisar a relação de IE com G, variáveis sociodemográficas de idade, sexo, renda familiar, escolaridade e HS e o segundo verificou o nível de IE, G e HS em profissionais de diferentes áreas e em cargos de liderança que trabalham no contexto organizacional. Para ambos estudos, participaram 120 pessoas adultas, com média de idade de 32,16 anos (DP = 8,82, Md = 31), sendo 84 (70%) do sexo masculino e 36 (30%) do sexo feminino, trabalhadores de 24 empresas do interior do estado de SP, que responderam ao Teste Informatizado de Percepção das Emoções Primárias (PEP) e ao Teste Informatizado de Compreensão Emocional (TCE) para medir a IE, as provas de raciocínio abstrato e verbal da Bateria de Provas de Raciocínio (BPR-5) para verificar o nível de G, ao Inventário de Habilidades Sociais 2 (IHS2-Del-Prette) e ao Questionário Sociodemográfico e de Carreira Profissional (QSCP). Os principais resultados do primeiro estudo indicaram correlação positiva de fraca a moderada entre os testes de IE e os de G, correlação negativa e moderada entre idade e a percepção emocional, correlação fraca e positiva entre a compreensão emocional e a escolaridade e nenhuma correlação significativa entre IE e as variáveis de HS (geral e fatores) e renda. Ainda, não houve diferença significativa entre os resultados de homens e mulheres para IE e, após análise de regressão linear, a idade e o raciocínio abstrato foram preditores de percepção emocional, o raciocínio verbal e raciocínio abstrato preditores de compreensão emocional. Os resultados do segundo estudo apontaram diferença significativa entre as áreas apenas para o raciocínio abstrato da BPR-5, para a abordagem afetivo-sexual e a desenvoltura social, fatores do IHS2-DEL-PRETTE com os profissionais da área Técnica/Engenharia apresentando os melhores escores. Houve diferença significância entre os índices de IE dos líderes e não líderes, mas profissionais que não ocupavam cargo de liderança tiveram melhores escores que os líderes, diferente do resultado encontrado para a conversação assertiva, fator do IHS2-Del-Prette, na qual os líderes foram melhores. Os resultados desta pesquisa contribuíram para implementar ainda mais a validade da IE na pesquisa aplicada, uma vez que proporcionou dados para um melhor entendimento de como IE está relacionada com as HS, qual a relação entre renda familiar e IE e ao investigar como IE, HS e G se apresentam e quais as diferenças significativas entre líderes e não líderes e entre profissionais de diferentes áreas do trabalho.

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) The working conditions of elementary school teachers are known to be of low quality, compromising their physical and mental health and, consequently, their quality of life. One factor that contributes to quality of life is a good repertoire of social skills, which may contribute to more productive and satisfactory interpersonal relationships, including the quality of teacher-student interactions and, thus, to the teaching-learning process. The present study analyzed indicators of quality of life (QOL) and social skills (SS) of teachers, taking into account sociodemographic variables which could moderate this relation. Participants were 85 teachers of 1st to 5th grade students, working in public schools in two cities in the interior of São Paulo, who completed the Social Skills Inventory (IHS-Del-Prette-2016), the Quality of Life Questionnaire (WHOQOL-abbreviated) and two sociodemographic questionnaires (Brazil Socioeconomic Criteria and "Getting to know a little more about you"). Descriptive analyses were performed for the SS and QOL measures as well as inferential analyses of the correlation between these variables, adopting a level of significance of p≤0.05. The results allow us to conclude that there is a positive correlation between SS and QOL, mainly between the SS General Score, Factor 1 (Conversational skills) and Factor 2 (Expression of positive feelings) with the General Score of QOL, Domain 2 (Psychological) and Domain 4 (Environment). The main changes that accented after controlling the variables age, training, experience as a teacher and socioeconomic class were the increase in the correlations of Factor 1 (Conversational skills) with the General Score QOL, as well as with Domain 4 (Environment). In addition, Factor 1 (Conversational skills) began to correlate with Domain 1 (Physical). On the other hand, Factor 2 (Expression of positive feelings) no longer correlated with any other variable of QOL, after controlling to socioeconomic class and age and, no longer had a significant correlation with Domains 1 (Physical) and 4 (Environment). The variables "number of students per classroom" and "workload" did not moderate the relationship between SS and QOL. It can be concluded that there is a relation between HS and QV of primary school teachers and that some sociodemographic variables may be moderators of this relationship, while others do not. Implications for future research based on results are discussed. As condições de trabalho dos professores de Educação Fundamental são reconhecidamente precárias, comprometendo sua saúde física e mental e, consequentemente, sua qualidade de vida. Um dos fatores de qualidade de vida é um bom repertório de habilidades sociais, que pode contribuir para relações interpessoais mais produtivas e satisfatórias, inclusive para a qualidade da interação professor-aluno e, por essa via, para o processo de ensino-aprendizagem. O presente estudo analisou indicadores de habilidades sociais (HS) e de qualidade de vida (QV) de professores, levando em conta as variáveis sociodemográficas, que poderiam moderar essa relação. Participaram 85 professoras do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, de escolas públicas de duas cidades do interior paulista, que completaram o Inventário de Habilidades Sociais (IHS-Del-Prette-2016), o Questionário de Qualidade de Vida (WHOQOL-abreviado) e dois questionários sociodemográficos (Critério-Brasil e “Conhecendo um pouco mais sobre você”). Foram efetuadas análises inferenciais de correlação entre HS e QV, adotando-se nível de significância p≤0,05. Os resultados indicaram uma correlação positiva entre HS e QV, principalmente entre o Escore Geral de HS, Fator 1 (Conversação e desenvoltura social) e Fator 2 (Expressão de sentimento positivo) com o Escore Geral de QV, Domínio 2 (Psicológico) e Domínio 4 (Meio Ambiente). As principais alterações ao realizar-se o controle das variáveis idade, formação, experiência como docente e classe socioeconômica, foram o aumento das correlações do Fator 1 (Conversação e desenvoltura social) com o Escore Geral de QV, bem como com o Domínio 4 (Meio Ambiente). Além disso o Fator 1 (Conversação e desenvoltura social) passou a se correlacionar com o Domínio 1 (Físico). Em contrapartida, o Fator 2 (Expressão de sentimento positivo) deixou de se correlacionar com qualquer outra variável de QV quando controlada a classe socioeconômica e quando controlada a idade, deixou de ter correlação significativa com os Domínios 1 (Físico) e 4 (Meio Ambiente). As variáveis “quantidade de alunos por sala de aula” e “carga horária de trabalho” não se mostraram moderadoras da relação entre HS e QV. Pode-se concluir que há relação entre HS e QV de professores do ensino fundamental e que algumas variáveis sociodemográficas podem ser moderadoras dessa relação, enquanto outras, não. São discutidas implicações para pesquisas futuras com base nos resultados.