Submitted by Maria Creuza Silva (mariakreuza@yahoo.com.br) on 2019-03-25T14:42:01Z No. of bitstreams: 1 TESE- Marcio Santos da Natividde. 2018.pdf: 2495678 bytes, checksum: d6ad449aa7d5804cf77c01afc39a7b4f (MD5) Approved for entry into archive by Maria Creuza Silva (mariakreuza@yahoo.com.br) on 2019-03-26T19:25:25Z (GMT) No. of bitstreams: 1 TESE- Marcio Santos da Natividde. 2018.pdf: 2495678 bytes, checksum: d6ad449aa7d5804cf77c01afc39a7b4f (MD5) Made available in DSpace on 2019-03-26T19:25:25Z (GMT). No. of bitstreams: 1 TESE- Marcio Santos da Natividde. 2018.pdf: 2495678 bytes, checksum: d6ad449aa7d5804cf77c01afc39a7b4f (MD5) Introdução: A tuberculose (TB) persiste nos dias atuais como um problema global de saúde. Considerando a forte relação existente entre condições socioeconômicas e a ocorrência desta doença e o fato de que nas últimas décadas foram implementadas no Brasil políticas públicas sociais voltadas para a população de baixa renda, entende-se que é pertinente verificar se tais intervenções produziram alguma mudança no perfil da morbimortalidade por TB da população brasileira. Para atender tal propósito, realizou-se três estudos epidemiológicos que se encontram apresentados sob a forma de artigos científicos, conforme a seguir. Artigo I – Objetivo: Verificar se ocorreram mudanças nos padrões de distribuição espacial e na magnitude da incidência e mortalidade por TB no Brasil, no período 2001 – 2015. Métodos: Estudo ecológico de agregados espaciais de base populacional, tendo como unidade de análise espacial os municípios brasileiros. Casos e óbitos por TB foram provenientes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram calculadas as taxas médias de incidência e de mortalidade por TB (todas as formas) desses municípios para três períodos: de 2001-2002 (1); de 2008-2009 (2) e de 2014-2015. Esses indicadores foram distribuídos espacialmente, e a seguir, aplicou-se modelo de autocorrelação espacial baseado no índice de Moran global para identificar dependência espacial e o índice de Moran local para identificar áreas de risco para cada um desses indicadores nos períodos selecionados. Resultados: De 2001 a 2015 foram registrados 1.315.347 casos (45,9/100 mil hab.) e 71.863 óbitos (2,5/100 mil hab.) por TB; a incidência neste período reduziu em média 13,2% e a mortalidade 25,8%. Do período 1 para 2 essa redução foi de 8,3% para incidência e 16,7% para mortalidade. Com relação aos períodos 02 e 03 está redução foi de 8,6% para incidência e 12,0% para mortalidade. Entre os períodos analisados, observou-se a manutenção de um padrão na distribuição espacial dos indicadores de morbimortalidade por TB e dos aglomerados espaciais de alto risco para esta doença no qual as regiões Norte e Nordeste apresentaram as maiores concentrações de municípios com alto risco de vir a apresentar a TB e de morrer por esta causa. Todavia, foram também as que apresentaram as maiores reduções nos referidos indicadores. Artigo II – Objetivo: Verificar o impacto das condições de vida na incidência da TB no Brasil, 2002 a 2015. Métodos: Estudo ecológico, com dados em painel de múltiplos agregados espaciais e temporais. Sistema de Informação de Agravos de Notificação e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística foram as fontes de dados. Calculou-se a taxa de incidência de TB (todas as formas) para cada município, por ano. Avaliou-se o efeito das CV na incidência de TB mediante modelos de regressão binomial negativa (continuo e categórico), utilizando o “Índice de Saúde Urbana - ISU” como proxy das CV. Seus valores variam de 0 a 1 e quanto mais elevado, pior é a CV. Potenciais determinantes da TB foram selecionados como covariáveis. Utilizou-se a Redução do Risco Relativo (RRR) como medida de impacto. Resultados: Entre 2002 e 2015 as condições de vida produziram um efeito protetor estatisticamente significante na incidência (RR= 0,88 IC95%= 0,86-0,91), traduzido por um impacto de 12% na redução no risco relativo de vir apresentar a TB. Municípios classificados como sendo de intermediária CV apresentaram RR= 0,85 (IC95%= 0,82 – 0,88) e nos de baixa CV o RR foi de 0,80 (IC95%= 0,77 – 0,84), mostrando um gradiente no efeito protetor que aumentava na direção estratos de mais baixa CV. Artigo III – Objetivo: Verificar o impacto das condições de vida na mortalidade por TB no Brasil, 2002 a 2015. Métodos: Estudo realizado a partir de dados em painel de agregados espaciais e temporais realizado em 1.614 municípios com qualidade satisfatória de informação. Sistema de Informação de Mortalidade e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística foram as fontes de dados. A variável proxy de CV foi o ISU, indicador composto construído a partir de indicadores socioeconômicos e de saúde. Potenciais determinantes da mortalidade por TB foram considerados como covariáveis. Modelos de regressão binomial negativa estimaram o efeito do ISU (bruto e ajustados) na taxa de mortalidade por TB e o impacto foi calculado a partir da Redução do Risco Relativo (1 - RR) x 100. Resultados: observou-se um efeito global das CV com RR = RR=0,89 ((IC95%= 0,82-0,96), ou seja, um impacto de 11% na redução no risco relativo morrer por TB. Nos municípios classificados como de intermediária e baixa CV os RR foram 0,92 (IC95%= 0,83 – 0,95) e 0,83 (IC95%= 0,82 – 0,91), respectivamente, logo com efeito protetor com direção semelhante ao observado na incidência. Conclusão dos três Artigos: Nos anos analisados, as melhorias as CV da população brasileira contribuíram para a redução da incidência e da mortalidade por TB, porém sugere-se que não houve mudanças nos padrões de distribuição espacial desses indicadores entre as regiões do país. Além disso, os maiores impactos foram observados nos estratos de piores condições de vida. Isto pode ser explicado pelo fato das intervenções sociais terem sido direcionadas, principalmente, para as populações mais vulneráveis (pobres e em extrema pobreza).