Submitted by Eliana CEH/B (liliprata2000@gmail.com) on 2021-12-09T17:58:32Z No. of bitstreams: 1 Tese - Suzana Costa da Silva - 2021 - Completa.pdf: 2135162 bytes, checksum: b7e63ad1d60f8b004d79f5977e3efe5b (MD5) Made available in DSpace on 2021-12-09T17:58:32Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Tese - Suzana Costa da Silva - 2021 - Completa.pdf: 2135162 bytes, checksum: b7e63ad1d60f8b004d79f5977e3efe5b (MD5) Previous issue date: 2021-01-27 This research aims to present, through the novels The Return by Dulce Maria Cardoso and The Splendor of Portugal by António Lobo Antunes, the ruins established by a historical moment, the independence of the Portuguese colonies in Africa, responsible for the displacement of thousands of people in the opposite direction of the navigation in the 15th and 16th centuries. The subjects of this time are marked by fragmentation, fluidity and disenchantment with the metropolis that barely welcomes them when they return from countries like, for example, Angola, referenced in the two works of this study. Focusing on these formerly colonizing subjects, wandering and marginalized by the condition of returnees – without being it –, we intend to analyze their narratives as a proposal of a production elaborated by individuals carried by the stigma of peripheral. Subjects silenced by the story of their return, in the novels, narrate their own experiences, especially though their biased memory. With the homeland in which they were born gone, these individuals remain uprooted, as a result of the postmodern condition, evidenced in the contemporary narratives represented here by Cardoso’s and Antunes’ novels. This non-belonging to any place further highlights the stigma of the subject in eternal displacement, the one who, without a place, neither adapts easily to any place, nor creates affective and lasting bonds. In this research, two families are taken as basis to represent the disintegration and fluidity of troubled times. Two characters named Rui, coincidently or not, in family structures ruined by loss or resentment, will be analyzed from the perspective of the present tense of the verb, in which life in Portuguese lands simply collapses. For different reasons, the two families of settlers look towards the past, including good and bad events experienced in Africa, as a way of invalidating the time and the decadent life to which they are exposed. Ruins, in the narrative of modern or postmodern molds, symbolize, above all, the empire undone in this great epic upside down Esta pesquisa tem como objetivo apresentar por intermédio dos romances O retorno, de Dulce Maria Cardoso e O esplendor de Portugal, de António Lobo Antunes, as ruínas estabelecidas por um momento histórico, a independência das colônias portuguesas em África, responsável pelo deslocamento de milhares de pessoas em sentido contrário ao das navegações nos séculos XV e XVI. Os sujeitos desse tempo são marcados pela fragmentação, pela fluidez e pelo desencanto com a metrópole que mal os acolhe quando retornam de países como, por exemplo, Angola, referenciado nas duas obras deste estudo. A partir desses sujeitos ex-colonizadores, deambulantes e marginalizados pela condição de retornados, - sem os ser - pretende-se analisar as suas narrativas como proposta de uma produção elaborada por indivíduos carregados pelo estigma de periféricos. Sujeitos silenciados pela história do regresso, nos romances, narram as próprias vivências, sobretudo pelo viés da memória. Com a pátria em que nasceram morta, resta a esses indivíduos o desenraizamento, fruto da condição pós-moderna, evidenciada nas narrativas contemporâneas aqui representadas pelos romances de Cardoso e Antunes. Esse não pertencer a lugar nenhum ressalta ainda mais o estigma do sujeito em eterno deslocamento, aquele que, sem-lugar, não se adapta facilmente aos locais e tampouco criam laços afetivos e duradouros. Nesta pesquisa, duas famílias são tomadas como base, para representar a desagregação e a fluidez dos tempos conturbados. Dois personagens de nome Rui, por coincidência ou não, em estruturas familiares arruinadas pela perda ou pelo ressentimento serão analisados pela perspectiva do tempo presente do verbo, em que a vida em terras lusitanas, simplesmente, rui. Por motivações distintas, as duas famílias de colonos debruçam-se sobre o passado, aos fatos bons e ruins vividos em África, como forma de invalidar o tempo e a vida decadente a que estão expostos. Ruínas, nas narrativas de moldes modernos ou pós-modernos, simbolizam, sobretudo, o império desfeito nessa grande epopeia às avessas