Resumo O estágio é um espaço de vivências de integração ensino-trabalho, que pode viabilizar a concretização de conhecimentos em ações profissionais e possibilitar ao estudante trabalhar com pessoas de diferentes identidades. Diante dessa diversidade, a experiência de inclusão no trabalho se relaciona com a percepção dos indivíduos quanto a sua aceitação, respeito e valorização, em função de sua identidade individual e grupal. Nesse sentido, este estudo objetivou compreender a experiência psicológica de inclusão entre estagiárias de Psicologia. Utilizou-se uma abordagem qualitativa, por meio da realização de entrevistas narrativas com 15 estudantes de Psicologia que estagiavam em equipes multiprofissionais de saúde, com idades entre 23 e 57 anos; dentre eles, 14 eram mulheres e 10 eram autodeclaradas negras. Mediante o uso de categorias temáticas, as narrativas foram analisadas, buscando compreender os sentidos que as experiências tiveram para as entrevistadas. A experiência psicológica de inclusão foi vinculada à percepção de pertencimento à equipe e de acesso às informações e aos recursos necessários para o desenvolvimento do trabalho. Por outro lado, as estagiárias expressaram que, em algumas situações, não sentiam interação e comunicação construtivas com médicos e trabalhadores da enfermagem. Os resultados afirmaram a importância dos estágios curriculares como dispositivos de inclusão no mundo do trabalho, reiterando que a diversidade abrange elementos como experiência no trabalho e categoria profissional. Entende-se que esses conhecimentos podem promover importantes discussões e, assim, fundamentar a elaboração de políticas e práticas organizacionais mais inclusivas para lidar com uma força de trabalho diversa. Abstract The internship is a space for teaching-work integration experiences, which can enable knowledge to materialize in professional actions and enable the student to work with people of different identities. Given this diversity, the experience of inclusion at work relates to the perception of individuals regarding their acceptance, respect, and appreciation, according to their individual and group identity. In this sense, our study aimed to understand the psychological experience of inclusion among psychology interns. A qualitative approach was used, with narrative interviews with 15 Psychology students interning with multiprofessional health teams, aged between 23 and 57 years old; among them, 14 women and 10 self-declared black. By using thematic categories, we analyzed the narratives, seeking to understand the meanings that the experiences had for the interviewees. The psychological experience of inclusion was linked to the perception of belonging to the team and of access to the information and resources necessary for the development of the work. On the other hand, the interns expressed that, in some situations, they felt no constructive interaction and communication with nursing workers and doctors. The results affirmed the importance of curricular internships as devices for inclusion in the world of work, reiterating that diversity includes elements such as work experience and professional category. We understand that this knowledge can promote important discussions and, thus, support the development of more inclusive organizational policies and practices to deal with a diverse workforce. Resumen La pasantía es un espacio para experiencias de integración trabajo-enseñanza, que puede permitir la concreción del conocimiento en acciones profesionales y que el alumno trabaje con personas de diferentes identidades. En vista de esta diversidad, la experiencia de inclusión en el trabajo está relacionada con la percepción de los individuos con respecto a su aceptación, respeto y apreciación, de acuerdo con su identidad individual y grupal. En este sentido, este estudio tuvo como objetivo comprender la experiencia psicológica de inclusión entre las pasantes de Psicología. Se utilizó el enfoque cualitativo, realizando entrevistas narrativas con 15 estudiantes de psicología, que eran pasantes en equipos de salud multiprofesionales, con edades entre 23 y 57 años, de las cuales 14 eran mujeres y 10 autodeclararon negras. Mediante el uso de categorías temáticas, se analizaron las narrativas, buscando comprender los significados que las experiencias tuvieron para las entrevistadas. La experiencia psicológica de inclusión estuvo vinculada a la percepción de pertenencia al equipo y al acceso a la información y los recursos necesarios para el desarrollo del trabajo. Por otro lado, las pasantes expresaron que, en algunas situaciones, no sentían una interacción constructiva y comunicación con los trabajadores de enfermería y los médicos. Los resultados afirmaron la importancia de las pasantías curriculares como dispositivos para la inclusión en el mundo laboral, reiterando que la diversidad incluye elementos como la experiencia laboral y la categoría profesional. Se entiende que este conocimiento puede promover debates importantes y, por lo tanto, apoyar el desarrollo de políticas y prácticas organizacionales más inclusivas para tratarse con una fuerza laboral diversa.