1. Cattle thieves: labor relations and the proprietary right on the west frontier of Rio Grande do Sul (1888 - 1910)
- Author
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Bahlis, Marcelo dos Santos, Flores, Mariana Flores da Cunha Thompson, Farinatti, Luís Augusto Ebling, and Nascimento, Joana Medrado
- Subjects
Rio Grande do Sul ,Cattle thieves ,Criminalidade ,Criminality ,Abigeato ,Fronteira ,CIENCIAS HUMANAS::HISTORIA [CNPQ] ,Frontier - Abstract
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES The present work tries to explain the rural conflicts, more precisely the thefts of animals, in two municipalities of the western border of Rio Grande do Sul, Alegrete and Uruguaiana, between 1888 and 1910: period of post-abolition, land concentration and transformation of the livestock economy and labor and property relations. The reading of the judicial sources demonstrated that the processes were opened criminalizing the rural workers of the Campaign for the most part. However, based on the attention given to the social logics and strategies used by the subjects involved in the conflicts, it was possible to perceive that only the explanation of the exclusion and land concentration does not account for all the existing conflicts, although some of the crimes are involved in situations of subsistence. Conflicts were seen as disputes in the field of law, negotiated in the strategies of reproduction of life. The evidence helps to affirm that many crimes were related to breaches in property relations, which underwent changes and still had agrarian customs involved. There were also found thieves full time, who had the theft of livestock and the sale of their by-products, a livelihood. O presente trabalho procura explicar os conflitos rurais, mais precisamente os furtos de animais, em dois municípios da fronteira oeste do Rio Grande do Sul, Alegrete e Uruguaiana, entre 1888 e 1910: período de pós-abolição, concentração fundiária e transformação da economia pecuária e das relações de trabalho e propriedade. A leitura das fontes judiciais demonstrou que os processos eram abertos criminalizando em sua maior parte os trabalhadores rurais da Campanha. Porém, a partir da atenção dedicada às lógicas sociais e estratégias utilizadas pelos sujeitos envolvidos nos conflitos, foi possível perceber que somente a explicação da exclusão e concentração fundiária não dá conta de todos os conflitos existentes, apesar de parte dos crimes estarem envolvidos em situações de subsistência. Os conflitos foram vistos como disputas no campo do direito, negociado nas estratégias de reprodução da vida. Os indícios contribuem para afirmar que muitos crimes estavam relacionados com brechas nas relações de propriedade, que passavam por mudanças e ainda tinham costumes agrários envolvidos. Também foram encontrados ladrões de tempo integral, que tinham no furto do gado e na venda de seus subprodutos, um meio de vida.
- Published
- 2019