Este trabalho analisou o efeito de cinco espaçamentos de Eucalyptus dunnii (3 m x 1 m; 3 m x 1,5 m; 3 m x 2 m; 3 m x 3 m; 3 m x 4 m), para produção de celulose kraft-antraquinona, comparados com Eucalyptus grandis e Eucalyptus saligna (ambos no espaçamento 3 m x 2 m). Avaliaram-se a densidade básica e composição química da madeira original, analisando-se extrativos em diclorometano, pentosanas, lignina, solubilidade em NaOH8% e cinzas. Os cavacos foram submetidos a cozimento kraft-antraquinona com álcali ativo variando de 18,5 a 21% para obter um número kappa 17± 1,5; sulfidez a 8%, antraquinona base madeira 0,05%, relação licor/madeira 4:1, tempo até temperatura máxima 60 minutos, tempo à temperatura máxima 45 minutos. A celulose marrom resultante do cozimento kraft-antraquinona foi caracterizada e analisada em seus aspectos físico-químicos (rendimentos, rejeitos, número kappa, viscosidade intrínseca, alvura e solubilidade em NaOH5%). Uma parte desta sofreu refinação em moinho Jökro ao nível de 35°SR e, juntamente com a polpa não-refinada, foram submetidas a testes físico-mecânicos e óticos (resistência à tração, alongamento, estouro, rasgo, volume específico, alvura, resistência ao ar Gurley e ascensão capilar Klemm). O maior consumo de álcali ativo (20,5%) ocorreu em espaçamento 3 m x 4 m, proporcionando maior degradação da polpa. Todos os espaçamentos caracterizados apresentaram viabilidade para a produção de celulose kraft-antraquinona, podendo proporcionar redução nos custos de produção de celulose, devido aos menores consumos apresentados de álcali ativo e madeira quando comparados com Eucalyptus grandis e Eucalyptus saligna. Os valores de extrativos e cinzas mostraram-se elevados para Eucalyptus dunnii, potencializando possíveis impactos em termos de incrustações e fechamento de circuito no processo fabril. Diante dos resultados obtidos, a celulose de Eucalyptus dunnii atende às exigências do mercado consumidor.