Pereira, Maricilda Regina, 1965, Lopes, Luiz Roberto, 1956, Andreollo, Nelson Adami, 1951, Boin, Ilka de Fatima Santana Ferreira, Ayrizono, Maria de Lourdes Setsuko, Aquino, Jose Luis Braga de, Merhi, Vania Aparecida Leandro, Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas, Programa de Pós-Graduação em Ciências, and UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Orientadores: Luiz Roberto Lopes, Nelson Adami Andreollo Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas Resumo: O adenocarcinoma (Adenoca) possui etiologia diferente do carcinoma de células escamosas (CEC) e nenhum trabalho investigou se existe diferença na qualidade de vida (QV) e no estado nutricional no pós-operatório de doentes submetidos à esofagectomia por câncer ao comparar estes dois tipos histológicos. Os Objetivos deste estudo foram: 1) Avaliar e comparar a QV entre os doentes submetidos à esofagectomia por Adenoca e por CEC; 2) Avaliar e comparar o estado nutricional destes doentes e correlacionar com os resultados referentes à QV. Métodos: 24 doentes submetidos à esofagectomia, 10 por Adenoca e 14 devido ao CEC, no período de setembro de 2004 a agosto de 2008, foram avaliados com no mínimo cinco meses de pós-operatório por meio de questionário SF-36, da Avaliação Subjetiva Global (ASG), do Índice de Massa Corporal (IMC), da porcentagem de adequação do peso atual/habitual, do questionário de frequência alimentar qualitativo e de medidas bioquímicas. Também foi investigada a presença dos sintomas de disfagia, anorexia, dificuldade de mastigação, náuseas, vômitos, diarréia e constipação. Resultados: As avaliações aconteceram em média a 2 anos, 4 meses e 26 dias de pós-operatório, com a maioria do sexo masculino (91,6%), caucasiano (70,8%), casado (83,3%), média de idade de 58,79 anos (DP=10,3) e com média de estudo de 4,94 anos. O IMC médio para o grupo Adenoca foi 21,5 (DP=2,7) e para o CEC 21,0 (DP=2,8). Na avaliação do questionário SF- 36, a capacidade funcional destes doentes mostrou diferença significativa com um melhor resultado para o grupo Adenoca e nos demais domínios houve igualdade entre os grupos. Houve correlação entre a variável "saúde mental" e "limitação por aspectos emocionais" e entre "dor" e "limitação por aspectos físicos", em ambos os grupos. Estes doentes sofrem com sintomas clínicos de disfagia, anorexia, dificuldade de mastigação, náuseas, vômitos, diarréia e constipação, que não se relacionaram com a QV. Não houve diferença significativa entre o estado nutricional dos doentes ao se comparar os dados de IMC (p=0,6602), da ASG (p=0,9493), porcentagem de adequação do peso atual em relação ao habitual (p=0,1505) e presença de sintomas clínicos (p->0,05). No grupo Adenoca e no CEC, o estado nutricional segundo os aspectos dietéticos, a presença de sintomas clínicos e a contagem de linfócitos totais, mostrou-se comprometido. Houve associação significativa entre a ASG e o sintoma de disfagia (p=0,0232) e entre o IMC e o escore de dor (p=0,0361). Conclusão: O escore mais alto para capacidade funcional indicou que o doente com Adenoca foi capaz em um nível maior que o doente com CEC de realizar todo tipo de atividade física, incluindo as mais vigorosas. A disfagia mostrou-se como um importante sintoma clínico no pós-operatório e embora o estado nutricional destes doentes seja de eutrofia antropométrica, há risco nutricional em ambos os grupos Abstract: Adenocarcinoma (AdenoCa) has different etiology when compared to squamous cell carcinoma (SCC), but no studies were found in the literature comparing these two histologic types of Ca regarding differences in quality of life (QOL) and nutritional status during the postoperative period of patients with esophagectomy for cancer. The Objectives of this study were twofold: 1) to evaluate and compare QOL among patients with esophagectomy for Adenoca and for SCC; and 2) to evaluate and compare patient's nutritional status against the results of their quality of life (QOL). Methods: 24 patients with esophagectomy, 10 for Adenoca and 14 for SCC, from September 2004 to August 2008 were evaluated after at least five months postoperatively using SF-36 Questionnaire, the Subjective Global Assessment (SGA), the Body Mass Index (BMI), percentage of adequacy between current and usual weight, the qualitative Food Frequency Questionnaire (FFQ) and biochemical test results. Also investigated were the presence of symptoms such as dysphagia, anorexia, difficulty chewing, nausea, vomiting, diarrhea and constipation. Results: The assessments took place at an average of 2 years, 4 months and 26 days postoperatively, being the patients mostly males (91.6%), Caucasian (70.8%), married (83.3%) and mean age of 58.79 years (SD=10.3), with an average of 4.94 years of study. The mean BMI for the Adenoca group was 21.5 (SD=2.7) and for SCC 21.0 (SD=2.8). The SF-36 results showed a significant difference in the "Functional Capacity" of these patients, with a better outcome for the Adenoca group while all other areas were equal for both groups. There was a correlation between the variables "Mental Health" and "Limitation on Emotional Aspects", as well as between "Pain" and "Limitation on Physical Aspects" in both groups. These patients suffered from clinical symptoms of dysphagia, anorexia, difficulty chewing, nausea, vomiting, diarrhea and constipation, which did not correlate with QOL. There was no significant difference between the nutritional status of patients when compared to the data for BMI (p=0.6602), the SGA (p=0.9493), percentage of adequacy between their current weight in relation to their usual weight (p=0.1505) and the presence of clinical symptoms (p>0.05). In both the Adenoca and SCC groups, nutritional status according to the nutritional value was compromised, as indicated by the total lymphocyte count and the presence of clinical symptoms. There was a significant correlation between SGA and dysphagia symptom (p=0.0232), as well as between BMI and the "Pain" score (p=0.0361). Conclusion: The higher score for "Functional Capacity" indicated that patients with Adenoca were able to perfom at a higher level all kinds of physical activity, including the most vigorous activities. Dysphagia appeared as an important clinical symptom in the postoperative period and, although the nutritional status of these patients is eutrophic anthropometric, there are nutritional risks for both groups Doutorado Fisiopatologia Cirúrgica Doutor em Ciências