1. The production of collective action in the MST: Power relations and subjectivity
- Author
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LAZZARETTI, Miguel Ângelo., MENEZES, Marilda Aparecida de., SABOURIN, Eric Pierre., CAVALCANTI, Josefa Salete Barbosa., MEDEIROS, Leonilde Sérvolo de., MALAGODI, Edgard Afonso., and QUEIROZ, Tereza Correia da Nóbrega.
- Subjects
Poder ,Relações de poder - MST ,Reforma agrária ,Camponeses ,Rural Settlement - Paraíba ,Sociologia rural ,Village rural - Paraíba ,Subjetividade no MST ,Ciências Sociais ,Ação coletiva - MST ,Lutas no campo ,Desenvolvimento agrária paraibano ,Assentamentos rurais na Paraíba ,Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST ,Assentamento Massangana III - Abstract
Submitted by Johnny Rodrigues (johnnyrodrigues@ufcg.edu.br) on 2018-11-19T16:22:48Z No. of bitstreams: 1 MIGUEL ÂNGELO LAZZARETTI - TESE PPGCS 2007..pdf: 23748502 bytes, checksum: 21463cd8c4b39320e6f6bd7a5b5421c6 (MD5) Made available in DSpace on 2018-11-19T16:22:48Z (GMT). No. of bitstreams: 1 MIGUEL ÂNGELO LAZZARETTI - TESE PPGCS 2007..pdf: 23748502 bytes, checksum: 21463cd8c4b39320e6f6bd7a5b5421c6 (MD5) Previous issue date: 2007-02-14 Capes O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é uma organização que luta pelo acesso à terra e pela melhoria da qualidade de vida das famílias assentadas sob sua coordenação. Neste sentido, este movimento tem produzido diversas formas de ações coletivas nos assentamentos no intuito de garantir que os agricultores possam se viabilizar econômica e socialmente. Sendo assim, o objetivo deste estudo é analisar a produção da ação coletiva do MST tendo em vista as relações de poder geradas nos assentamentos e a subjetividade dos assentados. A pesquisa está baseada em estudos de casos em dois assentamentos do estado da Paraíba: Mandacaru (na região do Semi-árido) e Massangana III (na região da Zona da Mata). Este estudo, amparado na teoria dos chamados "Novos Movimentos Sociais", introduzida por Touraine, entre outros, mostra como o MST procura impor à priori modelos de ações coletivas nos assentamentos, sem procurar primeiro compreender as realidades rurais brasileiras e tentar um diálogo estratégico entre as visões de mundo dos assentados e a ideologia do movimento. A pesquisa constatou que, nos projetos de assentamento acompanhados, os assentados do MST não têm correspondido em termos de aceitação, ao modelo teórico-ideológico norteador das práticas do movimento. Os estudos de caso mostram que nos dois assentamentos, apesar de haver uma identificação de algumas famílias com os ideais do MST, a sua expressão coletiva só pode existir se for construída a partir da interação entre os assentados e o movimento. A imposição de modelos de produção e de sociedade não combina com as trajetórias sociais, culturais e históricas das famílias assentadas. O sentido e o significado dado às ações coletivas pelos assentados não refletem os ideais de revolução e de sociedade socialista do MST. Essas conclusões apóiam-se sobre numerosas entrevistas, observações de campo e convívio com os assentados durante várias semanas nos dois assentamentos e sobre um minucioso estudo dos documentos internos e externos do MST desde sua fundação até o ano de 2005. Esses elementos comprovaram que a reforma agrária não é um fim em si para o movimento, mas um meio para atingir o tão sonhado ideal da sociedade socialista. Porém esse sonho está ausente do pensamento da maioria dos assentados entrevistados de Mandacaru e Massangana III. Por outro lado, o MST enfrenta dificuldades para a promoção de ações coletivas devido às atitudes e comportamentos de seus líderes que têm gerado relações de poder nos assentamentos, em função de favorecimentos ou de benefícios pessoais. Em Massangana III, as ações coletivas foram interrompidas devido a conflitos internos entre as próprias lideranças e os assentados, resultando no desenvolvimento do assentamento não mais na forma coletiva, mas sim individualizada e/ou familiar. Verificamos nos assentamentos estudados que os assentados possuem uma dívida moral com o MST gerada por uma relação de reciprocidade assimétrica produzindo respeito, obediência e dependência. Porém, outros valores humanos de solidariedade, amizade ou responsabilidade estão sendo gerados pelas relações locais. Elas se fundamentam no reconhecimento da luta pela terra do MST por um lado e pela mudança de estratégia de atuação dos líderes de outro. É o caso do Assentamento Mandacaru, onde há uma continuidade nas ações coletivas no assentamento por parte dos líderes locais que privilegiaram o diálogo, escutando, discutindo e implementando os projetos e pontos de vista dos assentados em primeiro lugar. The Landless Workers Movement (MST) is an organization which fights for land and improving the life quality of land reform settlers. The movement has produced diverse forms of collective action in the settlements which can guarantee the social and economic viability of the settlers. In this perspective, the aim of this study is to analyze the production of collective action of the MST considering the power relations generated in the land reform settlements and the subjectivity of the settlers. The research is based on case studies in two settlements in the State of Paraíba: Mandacaru in the Semi-Arid Region and Massangana III in the Zona da Mata Region. This study has drawn on theories of the "New Social Movements" proposed by Alain Touraine, among others authors. It shows that MST seeks rather to introduce models of collective action in the land reform settlements than to understand the Brazilian rural realities and try a strategic dialogue between the world visions of the settlers and the movement ideology. The research identified that in the settlements supported by the Landless Workers Movement, the settlers has not accepted the ideological model which guide the practices of the movement. The case studies in the two settlements showed that although some families are identified with the principies of MST, the collective representation can only exist if constructed from the interaction between the settlers and the movement. The introduction of models of society and forms of production organization has not been appropriated to the social, cultural and historical trajectories of the settled families. The sense and meaning attributed to the collective action by the settlers do not express the ideais of the revolution and socialist society of MST. These conclusions are grounded on the interviews, field observation during many weeks in the settlements and a detailed analysis of the internai and externai documents of MST since its formation until the year 2005. Those elements prove that the agrarian reform is not itself a end, but rather a way to achieve the dreaming ideal of socialist society. But, this dream is absent from the mentality of the vast majority of the settlers interviewed in Mandacaru and Massangana III. Added to this, the MST face difficulties in the promotion of collective actions due to attitudes and behaviors of its leaders who has generated power relations in the settlements on behalf of personal benefits. In Massangana III, the collective actions were interrupted due to internai conflicts between the own leaderships and the settlers. The settlements is more based on the family social organization than the collective form. We noticed that in the studied settlements the settlers have a moral debt with the MST generated in the asymmetrical reciprocity relation producing respect, obedience and dependence. But, other human values of solidarity, friendship or responsibility are generated by local relations. They are based on the recognition in the fight for land of MST and the change of strategy of the leaders action. That is the case of Mandacaru Settlement where there is the continuity of collective action in the settlement from local leaders who first uses the dialogue, listening and discussing the projects and points of views of the settlers. Le Mouvement des Travailleurs Ruraux Sans Terre (MST) est une organisation qui lutte pour l'accès à la terre et pour 1'amélioration de la qualité e vie des families installées sous sa coordination. Dans ce but, ce mouvement a introduit diverses formes d'action collective dans les périmètres de reforme agraire (les assentamentos) afin que les nouveaux agriculteurs puissent s'intégrer économiquement et socialement. Dans ce cadre, 1'objectif de cette étude est d'analyser la production d'action collective du MST a partir des relations de pouvoir dans les projets de reforme agraire et de la subjectivité des agriculteurs. La recherche repose sur des études de cas dans deux líassentamentos" de 1'Etat de la Paraíba au Nordeste du Brésil: Mandacaru (région semi-aride) et Massangana III (région littorale de la Mata). Cette étude se base sur la théorie des «Nouveaux mouvements sociaux », introduite, entre autres, par Touraine montre comment MST cherche à imposer a priori des modeles d'action collective dans les « assentamentos», sans chercher à comprendre d'abord les réalités des diverses communautés rurales brésiliennes et sans passer par un dialogue entre les visions du monde des agriculteurs et 1'idéologie du mouvement. La recherche a permis de constater que dans les deux assentamentos étudiés, les agriculteurs militants du MST ne partageaient pas le modele théorique idéologique orientant les pratiques du mouvement. Les deux études de cas montrent qu'en dépit d'une identification de quelques unes des families avec les idéaux du MST, 1'expression d'action collective dépend d'abord de la construction d'interactions entre les agriculteurs et le mouvement. L'imposition de modeles de production d'action collective ou de modeles de société ne correspond pas aux trajectoires sociales, culturelles et historiques des families installées. Le sens donné aux actions collectives par les agriculteurs ne reflète pas les idéaux de révolution ou de société socialiste du MST. Ces conclusions s'appuient sur de nombreux entretiens et observations participantes avec les agriculteurs des deux assentamentos durant plusieurs semaines et sur une minutieuse analyse des documents internes et externes du MST depuis as fondation jusqu'a 2005. Ces éléments confirment que la reforme agraire n'est pas un objectif premier pour le MST, mais un moyen pour atteindre le rêve d'un ideal de société socialiste. Mais ce rêve est absent des pensées et priorités de la plupart des agriculteurs interrogés à Mandacaru e Massangana III. Par ailleurs le MST doit faire face à des difficultés pour promouvoir ses actions collectives à cause des comportements de ses leaders qui ont engendre des relations de pouvoir et de dépendance dans les assentamentos, en fonction de faveurs ou de bénéfices personnels comme le montre les études de cas. A Massangana III, les actions collectives ont été interrompues à cause de conflits internes entre les dirigeants de la coopérative et les agriculteurs. Dans les deux cas, les agriculteurs font état d'une dette morale para rapport au MST, engendrée par une relation de réciprocité asymétrique qui produit surtout obéissance et dépendance. Cependant, d'autres valeurs éthiques et sentiments, par exemple d'amitié, responsabilité et de solidarité sont engendrées par les relations locales entre agriculteurs. Celles-ci sont dues en partie à la reconnaissance du combat pour la terre du MST et par les changements de stratégie de certains leaders locaux par rapport aux directives du mouvement. Cest par exemple le cas à Mandacaru ou la continuité des actions collectives a pu être assurée par des leaders locaux qui ont privilegie le dialogue, 1'écoute, discutant et mettant en oeuvre des projets collectifs selon les points de vue des agriculteurs.
- Published
- 2007